Quem pode julgar Deus?

Durante todo o tempo da provação que se abateu sobre Jó, Deus permaneceu em silêncio. Ele não falou diretamente com Jó, ainda que estivesse cuidando dele em cada momento do seu sofrimento. E, na intensidade da dor, Jó, embora não tivesse pecado em nenhum instante, começou a levantar questionamentos sobre sua própria vida diante de Deus. Reconhecia sua pequenez diante do Todo-Poderoso, mas não conseguia compreender a razão de tamanho sofrimento que atingira sua família.

No entanto, Deus não deixa Seus filhos sem resposta. Ele respondeu a Jó de modo majestoso, mostrando-lhe que o ser humano não pode julgar os desígnios do Criador, o Deus que não pensa com a mente humana e não caminha segundo os caminhos dos homens. Deus está muito acima de nós, e jamais poderemos compreendê-Lo completamente, a menos que Ele mesmo se revele a nós (Isaías 55:8,9).

A provação de Jó o levou a entender que os propósitos de Deus para Seus filhos são eternos, e que os sofrimentos desta vida são apenas processos preparatórios, treinamentos espirituais que nos moldam para nos tornarmos aquilo que o Senhor deseja que sejamos (Jeremias 29:11-13).

Portanto, quando estivermos atravessando adversidades e passando por tempos de provação, não nos atrevamos a julgar a Deus. Antes, sejamos gratos, porque Ele está nos preparando para a eternidade.

Deus lhe abençoe!

“Deus é o Supremo Legislador e o Grande Juiz. Ele julga a todos, e por ninguém pode ser julgado.” (Aureliano Jr.)

ORE: Deus Justo, dá-nos humildade para reconhecer que dependemos totalmente de Ti, e que não temos o direito de questionar-Te por causa das nossas provações. Amém.

A fragilidade da vida humana

Neste belo trecho, Jó reflete sobre a fragilidade da vida humana, comparando-a a uma árvore que, mesmo depois de cortada, insiste em viver. Ainda que seja golpeada repetidas vezes, ela continua brotando, florescendo e frutificando. O ser humano, por outro lado, é limitado e vulnerável; sua existência é breve. De fato, a vida humana é descrita nas Escrituras como um sopro passageiro (Salmos 39:5,6).

Viver é enfrentar o desafio de permanecer vivo. Pode parecer redundante, mas é uma realidade profunda: temos apenas uma oportunidade de atravessar a jornada da vida, e nossa principal ocupação é nos mantermos vivos o máximo possível. Trabalhamos incessantemente, acumulando bens e recursos que garantam nossa sobrevivência. No entanto, quando acreditamos ter conquistado o suficiente para descansar, somos surpreendidos pela ilusão de que ainda teremos tempo para aproveitar (Lucas 12:19,20).

Mas, no fim das contas, aprendemos com as Escrituras que a nossa vida é apenas um breve instante. Mesmo que pareça longa a alguns, e que muitos cheguem à velhice “fartos de dias”, quando esse tempo chega, percebemos o quanto ela foi curta e passageira (Salmos 90:10).

A grande lição que tiramos dessa breve experiência é que a vida terrena é apenas uma passagem: uma oportunidade que Deus nos concede para buscá-Lo de todo o coração, servindo-O com fidelidade e nos preparando para a verdadeira e eterna experiência, a vida eterna, alcançada pela fé em Cristo Jesus (João 3:16).

Portanto, invistamos na nossa comunhão com Deus e vivamos de modo que Ele se agrade de nós, reservando-nos um lugar nas Suas moradas celestiais.

Deus lhe abençoe!

“Peça ao Senhor que faça de sua vida uma glória para Ele, um perigo para o diabo, uma força para sua Igreja e um testemunho para o mundo.” (Frederick P. Wood)

ORE: Senhor Deus, a vida é tão breve, e há tanto a ser feito em favor do Teu Reino. Dá-nos vigor espiritual para agirmos com prontidão e cumprirmos com alegria a missão que nos confiaste. Amém.

A atitude correta nas provações

O livro de Jó é considerado pelos estudiosos cristãos como o mais antigo da Bíblia, anterior até mesmo ao Pentateuco. Ele está classificado entre os Livros Poéticos e abre a série composta por Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares. Por isso, encontra-se posicionado após outros livros na ordem bíblica.

Não foi por acaso que Deus inspirou o escritor do livro de Jó (atribuído a Moisés) a registrar essa história como a primeira obra literária canônica. Parece-nos que Deus quis, desde o início, deixar claro que a jornada dos justos nesta vida não seria um mar de rosas, cheia de facilidades e alegrias, mas também marcada por lutas e aflições. O Senhor nos mostra que, mesmo os justos, embora floresçam como a palmeira, enfrentam ventos fortes e golpes que tentam derrubá-los (João 16:33).

As provações são inevitáveis na vida de quem serve a Deus. Não há como viver neste mundo sem enfrentá-las. A Bíblia as associa ao fardo e ao jugo que Cristo nos chama a carregar, ou à cruz que devemos tomar todos os dias. Também são comparadas ao “dia mau”, citado por Paulo, às aflições, adversidades e situações difíceis que um filho de Deus enfrenta.

De um modo ou de outro, as provações fazem parte do nosso processo de aperfeiçoamento na caminhada rumo a um relacionamento mais profundo com o Senhor. Jó, antes de ser provado, conhecia Deus apenas de ouvir falar, ou seja, tinha uma fé teórica. Porém, depois de passar por intensas provas, pôde afirmar que agora via Deus com os próprios olhos da fé, tamanha foi a comunhão desenvolvida entre eles (Jó 42:5).

A grande lição que a história de Jó nos ensina é que devemos reconhecer as provações como oportunidades dadas por Deus para o nosso crescimento espiritual. Devemos atravessá-las com adoração e louvor ao Todo-Poderoso, que é soberano sobre todas as coisas, Aquele que nos dá tudo o que temos e pode, se quiser, tomar de volta. Com essa atitude, Jó alcançou ainda maiores bênçãos, e nós também alcançaremos.

Deus lhe abençoe!

“Deus me deu; Deus tomou. Bendito seja o nome do Senhor! A Ele a glória, a Ele a honra e o louvor!” (Midian Lima)

ORE: Deus benigno, que a Tua graça nos cubra e nos capacite a atravessar os momentos difíceis da vida sem murmurações, mas com louvor e gratidão a Ti. Amém.