1 O meu coração está abatido dentro de mim, e entristeço dia após dia porque desejo a salvação do meu povo, os meus irmãos e irmãs judeus. Cristo sabe, e o Espírito Santo é testemunha, que eu estou a dizer a verdade quando digo que preferia ser separado de Cristo, se isso pudesse ser condição para a salvação deles

4 Deus os tomou como seu próprio povo escolhido, e lhes revelou a sua glória. Fez com eles alianças. Deu-lhes a sua lei. Ensinou-os a adorá-lo e deu-lhes promessas. Seus pais foram grandes homens de Deus, e Cristo, ele próprio, era judeu como eles, no que diz respeito à sua natureza humana, ele que agora é Senhor de tudo, para sempre. Deus seja louvado!

6 Pois bem, terá Deus falhado no cumprimento da sua promessa aos judeus? Naturalmente que não. O que acontece é que nem todo o que é nascido duma família judaica é um verdadeiro judeu.

7 O simples facto de serem da descendência de Abraão, não os faz filhos de Abraão. Ora as Escrituras dizem: Só através de Isaque é que a minha promessa terá cumprimento , embora Abraão tivesse outros filhos.

8 Isto significa portanto que nem todos os filhos de Abraão são necessariamente filhos de Deus. São os filhos da promessa que são considerados ser filhos de Abraão.

9 Porque Deus prometeu: No próximo ano vos darei, a ti e a Sara, um filho.

10 Tempos depois, quando este filho, Isaque, era já homem feito e casado, e Rebeca, sua mulher, estava para ter dois gémeos, Deus disse-lhe que Esaú, o que havia de nascer primeiro, teria de se submeter a Jacob, seu irmão. Segundo as próprias palavras da Escritura, Deus disse-lhe: Decidi abençoar Jacob e rejeitar Esaú. E Deus disse isto ainda antes que as crianças tivessem nascido e feito fosse o que fosse, nem bem nem mal. É pois a prova de que Deus estava a cumprir o que decidira desde o princípio; não foi por causa do que os filhos fizeram ou deixaram de fazer, mas por causa do que Deus desejava e decidira.

14 Haverá então injustiça da parte de Deus? Claro que não. Porque Deus tinha dito a Moisés: Terei compaixão de quem eu quiser, e serei misericordioso para com quem eu entender. Assim pois as bênçãos de Deus não são dadas só porque alguém decide recebê-las, ou porque tenha feito muitas obras para as conseguir. Elas dependem de Deus, que tem misericórdia de quem quiser.

17 Faraó, o rei do Egipto, é um exemplo desse facto. Deus disse: Para isto te levantei como rei do Egipto, para por ti mostrar o meu poder, a fim de que em toda a Terra seja honrado o meu nome.

18 Como vêem, Deus é benigno para com uns, mas endurece o coração de outros, conforme a sua vontade.

19 Bem, podem perguntar: Porque razão Deus culpa as pessoas por não ouvirem? Não estão elas a fazer, simplesmente, o que ele manda?

20 Não, não digam isso. Quem é o homem, um pobre mortal, para criticar Deus? Um objecto fabricado dirá àquele que o fabricou: Porque me fizeste desta forma? s

21 Quando um oleiro faz um jarro de barro, não terá ele o direito de usar o mesmo barro para fazer um belo objecto de ornamentação e um outro de uso corrente?

22 Então não teria Deus o direito de manifestar a sua justa cólera e o seu poder de justiça contra aqueles que se iam encaminhando para a perdição e cuja maldade ele tem suportado com paciência todo este tempo?

23 E ele tem igualmente o direito de tomar outros, tais como nós próprios, que fomos feitos como que recipientes contendo as riquezas da sua glória, sejamos nós judeus ou gentios, e ter misericórdia para connosco, a fim de que toda a gente possa constatar a sua glória.

30 Pois então que diremos nós a estas coisas? Só isto: que Deus deu aos gentios a oportunidade de serem aceites por Deus pela fé, ainda que não tivessem tido antes a preocupação de o buscar. E os judeus, que tinham tentado observar os regulamentos de Deus, não conseguiram tal coisa.