Milagres de Jesus

27 Em verdade vos digo: dos que aqui se acham, alguns há que não morrerão, até que vejam o Reino de Deus.

28 Passados uns oitos dias, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, e subiu ao monte para orar.

29 Enquanto orava, transformou-se o seu rosto e as suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura.

30 E eis que falavam com ele dois personagens: eram Moisés e Elias,

31 que apareceram envoltos em glória, e falavam da morte dele, que se havia de cumprir em Jerusalém.


38 Ao chegar à casa do chefe da sinagoga, viu o alvoroço e os que estavam chorando e fazendo grandes lamentações.

39 Ele entrou e disse-lhes: Por que todo esse barulho e esses choros? A menina não morreu. Ela está dormindo.

40 Mas riam-se dele. Contudo, tendo mandado sair todos, tomou o pai e a mãe da menina e os que levava consigo, e entrou onde a menina estava deitada.

41 Segurou a mão da menina e disse-lhe: Talita cumi, que quer dizer: Menina, ordeno-te, levanta-te!

42 E imediatamente a menina se levantou e se pôs a caminhar {pois contava doze anos}. Eles ficaram assombrados.


27 Partindo Jesus dali, dois cegos o seguiram, gritando: Filho de Davi, tem piedade de nós!

28 Jesus entrou numa casa e os cegos aproximaram-se dele. Disse-lhes: Credes que eu posso fazer isso? Sim, Senhor, responderam eles.

29 Então ele tocou-lhes nos olhos, dizendo: Seja-vos feito segundo vossa fé.

30 No mesmo instante, os seus olhos se abriram. Recomendou-lhes Jesus em tom severo: Vede que ninguém o saiba.

31 Mas apenas haviam saído, espalharam a sua fama por toda a região.


12 Estando ele numa cidade, apareceu um homem cheio de lepra. Vendo Jesus, lançou-se com o rosto por terra e lhe suplicou: Senhor, se queres, podes limpar-me.

13 Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse: Eu quero; sê purificado! No mesmo instante desapareceu dele a lepra.


3 Trouxeram-lhe um paralítico, carregado por quatro homens.

4 Como não pudessem apresentar-lho por causa da multidão, descobriram o teto por cima do lugar onde Jesus se achava e, por uma abertura, desceram o leito em que jazia o paralítico.

5 Jesus, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: "Filho, perdoados te são os pecados."

6 Ora, estavam ali sentados alguns escribas, que diziam uns aos outros:

7 "Como pode este homem falar assim? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão Deus?"

8 Mas Jesus, penetrando logo com seu espírito tios seus íntimos pensamentos, disse-lhes: "Por que pensais isto nos vossos corações?

9 Que é mais fácil dizer ao paralítico: Os pecados te são perdoados, ou dizer: Levanta-te, toma o teu leito e anda?

10 Ora, para que conheçais o poder concedido ao Filho dó homem sobre a terra {disse ao paralítico},

11 eu te ordeno: levanta-te, toma o teu leito e vai para casa."

12 No mesmo instante, ele se levantou e, tomando o. leito, foi-se embora à vista de todos. A, multidão inteira encheu-se de profunda admiração e puseram-se a louvar a Deus, dizendo: "Nunca vimos coisa semelhante."


32 Jesus, porém, reuniu os seus discípulos e disse-lhes: Tenho piedade esta multidão: eis que há três dias está perto de mim e não tem nada para comer. Não quero despedi-la em jejum, para que não desfaleça no caminho.

33 Disseram-lhe os discípulos: De que maneira procuraremos neste lugar deserto pão bastante para saciar tal multidão?

34 Pergunta-lhes Jesus: Quantos pães tendes? Sete, e alguns peixinhos, responderam eles.

35 Mandou, então, a multidão assentar-se no chão,

36 tomou os sete pães e os peixes e abençoou-os. Depois os partiu e os deu aos discípulos, que os distribuíram à multidão.

37 Todos comeram e ficaram saciados, e, dos pedaços que restaram, encheram sete cestos.

38 Ora, os que se alimentaram foram quatro mil homens, sem contar as mulheres e as crianças.


11 Vós, porém, dizeis: Se alguém disser ao pai ou à mãe: Qualquer coisa que de minha parte te pudesse ser útil é corban, isto é, oferta,

12 e já não lhe deixais fazer coisa alguma a favor de seu pai ou de sua mãe,

13 anulando a palavra de Deus por vossa tradição que vós vos transmitistes. E fazeis ainda muitas coisas semelhantes.

14 Tendo chamado de novo a turba, dizia-lhes: Ouvi-me todos, e entendei.

15 Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa manchar; mas o que sai do homem, isso é que mancha o homem.


30 A sogra de Simão estava de cama, com febre; e sem tardar, falaram-lhe a respeito dela.

31 Aproximando-se ele, tomou-a pela mão e levantou-a; imediatamente a febre a deixou e ela pôs-se a servi-los.


2 Eis que um leproso aproximou-se e prostrou-se diante dele, dizendo: Senhor, se queres, podes curar-me.

3 Jesus estendeu a mão, tocou-o e disse: Eu quero, sê curado. No mesmo instante, a lepra desapareceu.

4 Jesus então lhe disse: Vê que não o digas a ninguém. Vai, porém, mostrar-te ao sacerdote e oferece o dom prescrito por Moisés em testemunho de tua cura.


1 Tendo Jesus concluído todos os seus discursos ao povo que o escutava, entrou em Cafarnaum.

2 Havia lá um centurião que tinha um servo a quem muito estimava e que estava à morte.

3 Tendo ouvido falar de Jesus, enviou-lhe alguns anciãos dos judeus, rogando-lhe que o viesse curar.

4 Aproximando-se eles de Jesus, rogavam-lhe encarecidamente: Ele bem merece que lhe faças este favor,

5 pois é amigo da nossa nação e foi ele mesmo quem nos edificou uma sinagoga.

6 Jesus então foi com eles. E já não estava longe da casa, quando o centurião lhe mandou dizer por amigos seus: Senhor, não te incomodes tanto assim, porque não sou digno de que entres em minha casa;

7 por isso nem me achei digno de chegar-me a ti, mas dize somente uma palavra e o meu servo será curado.

8 Pois também eu, simples subalterno, tenho soldados às minhas ordens; e digo a um: Vai ali! E ele vai; e a outro: Vem cá! E ele vem; e ao meu servo: Faze isto! E ele o faz.

9 Ouvindo estas palavras, Jesus ficou admirado. E, voltando-se para o povo que o ia seguindo, disse: Em verdade vos digo: nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé.

10 Voltando para a casa do centurião os que haviam sido enviados, encontraram o servo curado.


1 Três dias depois, celebravam-se bodas em Caná da Galiléia, e achava-se ali a mãe de Jesus.

2 Também foram convidados Jesus e os seus discípulos.

3 Como viesse a faltar vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: Eles já não têm vinho.

4 Respondeu-lhe Jesus: Mulher, isso compete a nós? Minha hora ainda não chegou.

5 Disse, então, sua mãe aos serventes: Fazei o que ele vos disser.

6 Ora, achavam-se ali seis talhas de pedra para as purificações dos judeus, que continham cada qual duas ou três medidas.

7 Jesus ordena-lhes: Enchei as talhas de água. Eles encheram-nas até em cima.

8 Tirai agora , disse-lhes Jesus, e levai ao chefe dos serventes. E levaram.

9 Logo que o chefe dos serventes provou da água tornada vinho, não sabendo de onde era {se bem que o soubessem os serventes, pois tinham tirado a água}, chamou o noivo

10 e disse-lhe: É costume servir primeiro o vinho bom e, depois, quando os convidados já estão quase embriagados, servir o menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora.

11 Este foi o primeiro milagre de Jesus; realizou-o em Caná da Galiléia. Manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele.


15 Caía a tarde. Agrupados em volta dele, os discípulos disseram-lhe: Este lugar é deserto e a hora é avançada. Despede esta gente para que vá comprar víveres na aldeia.

16 Jesus, porém, respondeu: Não é necessário: dai-lhe vós mesmos de comer.

17 Mas, disseram eles, nós não temos aqui mais que cinco pães e dois peixes. _

18 Trazei-mos, disse-lhes ele.

19 Mandou, então, a multidão assentar-se na relva, tomou os cinco pães e os dois peixes e, elevando os olhos ao céu, abençoou-os. Partindo em seguida os pães, deu-os aos seus discípulos, que os distribuíram ao povo.

20 Todos comeram e ficaram fartos, e, dos pedaços que sobraram, recolheram doze cestos cheios.

21 Ora, os convivas foram aproximadamente cinco mil homens, sem contar as mulheres e crianças.


24 Depois que se retiraram os mensageiros de João, ele começou a falar de João ao povo: Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento?

25 Mas que fostes ver? Um homem vestido de roupas finas? Mas os que vestem roupas preciosas e vivem no luxo estão nos palácios dos reis.

26 Mas, enfim, que fostes ver? Um profeta? Sim, digo-vos, e mais do que profeta.

27 Este é aquele de quem está escrito: Eis que envio o meu mensageiro ante a tua face; ele preparará o teu caminho diante de ti {Ml 3,1}.

28 Pois vos digo: entre os nascidos de mulher não há maior que João. Entretanto, o menor no Reino de Deus é maior do que ele.

29 Ouvindo-o todo o povo, e mesmo os publicanos, deram razão a Deus, fazendo-se batizar com o batismo de João.

30 Os fariseus, porém, e os doutores da lei, recusando o seu batismo, frustraram o desígnio de Deus a seu respeito.


35 A hora já estava bem avançada quando se achegaram a ele os seus discípulos e disseram: Este lugar é deserto, e já é tarde.

36 Despede-os, para irem aos sítios e aldeias vizinhas a comprar algum alimento.

37 Mas ele respondeu-lhes: Dai-lhes vós mesmos de comer. Replicaram-lhe: Iremos comprar duzentos denários de pão para dar-lhes de comer?

38 Ele perguntou-lhes: Quantos pães tendes? Ide ver. Depois de se terem informado, disseram: Cinco, e dois peixes.

39 Ordenou-lhes que mandassem todos sentar-se, em grupos, na relva verde.

40 E assentaram-se em grupos de cem e de cinqüenta.

41 Então tomou os cinco pães e os dois peixes e, erguendo os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e os deu a seus discípulos, para que lhos distribuíssem, e repartiu entre todos os dois peixes.

42 Todos comeram e ficaram fartos.

43 Recolheram do que sobrou doze cestos cheios de pedaços, e os restos dos peixes.

44 Foram cinco mil os homens que haviam comido daqueles pães.


19 Tendo eles remado uns vinte e cinco ou trinta estádios, viram Jesus que se aproximava da barca, andando sobre as águas, e ficaram atemorizados.

20 Mas ele lhes disse: Sou eu, não temais.

21 Quiseram recebê-lo na barca, mas pouco depois a barca chegou ao seu destino.


1 Jesus entrou num sábado em casa de um fariseu notável, para uma refeição; eles o observavam.

2 Havia ali um homem hidrópico.

3 Jesus dirigiu-se aos doutores da lei e aos fariseus: É permitido ou não fazer curas no dia de sábado?

4 Eles nada disseram. Então Jesus, tomando o homem pela mão, curou-o e despediu-o.


21 Jesus partiu dali e retirou-se para os arredores de Tiro e Sidônia.

22 E eis que uma cananéia, originária daquela terra, gritava: Senhor, filho de Davi, tem piedade de mim! Minha filha está cruelmente atormentada por um demônio.

23 Jesus não lhe respondeu palavra alguma. Seus discípulos vieram a ele e lhe disseram com insistência: Despede-a, ela nos persegue com seus gritos.

24 Jesus respondeu-lhes: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.

25 Mas aquela mulher veio prostrar-se diante dele, dizendo: Senhor, ajuda-me!

26 Jesus respondeu-lhe: Não convém jogar aos cachorrinhos o pão dos filhos. _

27 Certamente, Senhor, replicou-lhe ela; mas os cachorrinhos ao menos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos...

28 Disse-lhe, então, Jesus: Ó mulher, grande é tua fé! Seja-te feito como desejas. E na mesma hora sua filha ficou curada.


24 Em seguida, deixando aquele lugar, foi para a terra de Tiro e de Sidônia. E tendo entrado numa casa, não quis que ninguém o soubesse. Mas não pôde ficar oculto,

25 pois uma mulher, cuja filha possuía um espírito imundo, logo que soube que ele estava ali, entrou e caiu a seus pés.

26 {Essa mulher era pagã, de origem siro-fenícia.} Ora, ela suplicava-lhe que expelisse de sua filha o demônio.

27 Disse-lhe Jesus: Deixa primeiro que se fartem os filhos, porque não fica bem tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cães.

28 Mas ela respondeu: É verdade, Senhor; mas também os cachorrinhos debaixo da mesa comem das migalhas dos filhos.

29 Jesus respondeu-lhe: Por causa desta palavra, vai-te, que saiu o demônio de tua filha.

30 Voltou ela para casa e achou a menina deitada na cama. O demônio havia saído.


22 Num daqueles dias ele subiu com os seus discípulos a uma barca. Disse ele: Passemos à outra margem do lago. E eles partiram.

23 Durante a travessia, Jesus adormeceu. Desabou então uma tempestade de vento sobre o lago. A barca enchia-se de água, e eles se achavam em perigo.

24 Aproximaram-se dele então e o despertaram com este grito: Mestre, Mestre! Nós estamos perecendo! Levantou-se ele e ordenou aos ventos e à fúria da água que se acalmassem; e se acalmaram e logo veio a bonança.

25 Perguntou-lhes, então: Onde está a vossa fé? Eles, cheios de respeito e de profunda admiração, diziam uns aos outros: Quem é este, a quem os ventos e o mar obedecem?


31 Ele deixou de novo as fronteiras de Tiro e foi por Sidônia ao mar da Galiléia, no meio do território da Decápole.

32 Ora, apresentaram-lhe um surdo-mudo, rogando-lhe que lhe impusesse a mão.

33 Jesus tomou-o à parte dentre o povo, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e tocou-lhe a língua com saliva.

34 E levantou os olhos ao céu, deu um suspiro e disse-lhe: Éfeta!, que quer dizer abre-te!

35 No mesmo instante os ouvidos se lhe abriram, a prisão da língua se lhe desfez e ele falava perfeitamente.

36 Proibiu-lhes que o dissessem a alguém. Mas quanto mais lhes proibia, tanto mais o publicavam.

37 E tanto mais se admiravam, dizendo: Ele fez bem todas as coisas. Fez ouvir os surdos e falar os mudos!


27 Mal saltou em terra, veio-lhe ao encontro um homem dessa região, possuído de muitos demônios; há muito tempo não se vestia nem parava em casa, mas habitava no cemitério.

28 Ao ver Jesus, prostrou-se diante dele e gritou em alta voz: Por que te ocupas de mim, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Rogo-te, não me atormentes!

29 Porque Jesus ordenara ao espírito imundo que saísse do homem. Pois há muito tempo que se apoderara dele, e guardavam-no preso em cadeias e com grilhões nos pés, mas ele rompia as cadeias e era impelido pelo demônio para os desertos.

30 Jesus perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Ele respondeu: Legião! {Porque eram muitos os demônios que nele se ocultavam.}

31 E pediam-lhe que não os mandasse ir para o abismo.

32 Ora, andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos; rogaram-lhe os demônios que lhes permitisse entrar neles. Ele permitiu.

33 Saíram, pois, os demônios do homem e entraram nos porcos; e a manada de porcos precipitou-se, pelo despenhadeiro, impetuosamente no lago e afogou-se.

34 Quando aqueles que os guardavam viram o acontecido, fugiram e foram contá-lo na cidade e pelo campo.

35 Saíram eles, pois, a ver o que havia ocorrido. Chegaram a Jesus e acharam a seus pés, sentado, vestido e calmo, o homem de quem haviam sido expulsos os demônios; e tomados de medo,


22 um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo, se apresentou e, à sua vista, lançou-se-lhe aos pés,

23 rogando-lhe com insistência: Minha filhinha está nas últimas. Vem, impõe-lhe as mãos para que se salve e viva.

24 Jesus foi com ele e grande multidão o seguia, comprimindo-o.


1 Depois disso, tornou Jesus a manifestar-se aos seus discípulos junto ao lago de Tiberíades. Manifestou-se deste modo:

2 Estavam juntos Simão Pedro, Tomé {chamado Dídimo}, Natanael {que era de Caná da Galiléia}, os filhos de Zebedeu e outros dois dos seus discípulos.

3 Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe eles: Também nós vamos contigo. Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam.

4 Chegada a manhã, Jesus estava na praia. Todavia, os discípulos não o reconheceram.

5 Perguntou-lhes Jesus: Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer? Não, responderam-lhe.

6 Disse-lhes ele: Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis. Lançaram-na, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes.

7 Então aquele discípulo, que Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor! Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica {porque estava nu} e lançou-se às águas.

8 Os outros discípulos vieram na barca, arrastando a rede dos peixes {pois não estavam longe da terra, senão cerca de duzentos côvados}.

9 Ao saltarem em terra, viram umas brasas preparadas e um peixe em cima delas, e pão.

10 Disse-lhes Jesus: Trazei aqui alguns dos peixes que agora apanhastes.

11 Subiu Simão Pedro e puxou a rede para a terra, cheia de cento e cinqüenta e três peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu.


22 Chegando eles a Betsaida, trouxeram-lhe um cego e suplicaram-lhe que o tocasse.

23 Jesus tomou o cego pela mão e levou-o para fora da aldeia. Pôs-lhe saliva nos olhos e, impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: Vês alguma coisa?

24 O cego levantou os olhos e respondeu: Vejo os homens como árvores que andam.

25 Em seguida, Jesus lhe impôs as mãos nos olhos e ele começou a ver e ficou curado, de modo que via distintamente de longe.

26 E mandou-o para casa, dizendo-lhe: Não entres nem mesmo na aldeia.


29 Ao sair de Jericó, uma grande multidão o seguiu.

30 Dois cegos, sentados à beira do caminho, ouvindo dizer que Jesus passava, começaram a gritar: Senhor, filho de Davi, tem piedade de nós!

31 A multidão, porém, os repreendia para que se calassem. Mas eles gritavam ainda mais forte: Senhor, filho de Davi, tem piedade de nós!

32 Jesus parou, chamou-os e perguntou-lhes: Que quereis que eu vos faça?

33 Senhor, que nossos olhos se abram!

34 Jesus, cheio de compaixão, tocou-lhes os olhos. Instantaneamente recobraram a vista e puseram-se a segui-lo.


6 Em outro dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e ensinava. Achava-se ali um homem que tinha a mão direita seca.

7 Ora, os escribas e os fariseus observavam Jesus para ver se ele curaria no dia de sábado. Eles teriam então pretexto para acusá-lo.

8 Mas Jesus conhecia os pensamentos deles e disse ao homem que tinha a mão seca: Levanta-te e põe-te em pé, aqui no meio. Ele se levantou e ficou em pé.

9 Disse-lhes Jesus: Pergunto-vos se no sábado é permitido fazer o bem ou o mal; salvar a vida, ou deixá-la perecer.

10 E relanceando os olhos sobre todos, disse ao homem: Estende tua mão. Ele a estendeu, e foi-lhe restabelecida a mão.


43 Ora, uma mulher que padecia dum fluxo de sangue havia doze anos, e tinha gasto com médicos todos os seus bens, sem que nenhum a pudesse curar,

44 aproximou-se dele por detrás e tocou-lhe a orla do manto; e no mesmo instante lhe parou o fluxo de sangue.

45 Jesus perguntou: Quem foi que me tocou? Como todos negassem, Pedro e os que com ele estavam disseram: Mestre, a multidão te aperta de todos os lados...

46 Jesus replicou: Alguém me tocou, porque percebi sair de mim uma força.

47 A mulher viu-se descoberta e foi tremendo e prostrou-se aos seus pés; e declarou diante de todo o povo o motivo por que o havia tocado, e como logo ficara curada.

48 Jesus disse-lhe: Minha filha, tua fé te salvou; vai em paz.


10 Encontrava-se lá um homem que tinha a mão seca. Alguém perguntou a Jesus: É permitido curar no dia de sábado? Isto para poder acusá-lo.

11 Jesus respondeu-lhe: Há alguém entre vós que, tendo uma única ovelha e se esta cair num poço no dia de sábado, não a irá procurar e retirar?

12 Não vale o homem muito mais que uma ovelha? É permitido, pois, fazer o bem no dia de sábado.

13 Disse, então, àquele homem: Estende a mão. Ele a estendeu e ela tornou-se sã como a outra.


12 No outro dia, ao saírem de Betãnia, Jesus teve fome.

13 Avistou de longe uma figueira coberta de folhas e foi ver se encontrava nela algum fruto. Aproximou-se da árvore, mas só encontrou folhas pois não era tempo de figos.

14 E disse à figueira: "Jamais alguém coma fruto de ti!" E os discípulos ouviram esta maldição.


23 Ora, na sinagoga deles achava-se um homem possesso de um espírito imundo, que gritou:

24 "Que tens tu conosco, Jesus de Nazaré? Vieste perder-nos? Sei quem és: o Santo de Deus!

25 Mas Jesus intimou-o, dizendo: "Cala-te, sai deste homem!"

26 O espírito imundo agitou-o violentamente e, dando um grande grito, saiu.


14 E, quando eles se reuniram ao povo, um homem aproximou-se deles e prostrou-se diante de Jesus,

15 dizendo: Senhor, tem piedade de meu filho, porque é lunático e sofre muito: ora cai no fogo, ora na água...

16 Já o apresentei a teus discípulos, mas eles não o puderam curar.

17 Respondeu Jesus: Raça incrédula e perversa, até quando estarei convosco? Até quando hei de aturar-vos? Trazei-mo.

18 Jesus ameaçou o demônio e este saiu do menino, que ficou curado na mesma hora.


38 Eis que um homem exclamou do meio da multidão: Mestre, rogo-te que olhes para meu filho, pois é o único que tenho.

39 Um espírito se apodera dele e subitamente dá gritos, lança-o por terra, agita-o com violência, fá-lo espumar e só o larga depois de o deixar todo ofegante.

40 Pedi a teus discípulos que o expelissem, mas não o puderam fazer.

41 Respondeu Jesus: Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei convosco e vos aturarei? Traze cá teu filho.

42 E quando ele ia chegando, o demônio lançou-o por terra e agitou-o violentamente. Mas Jesus intimou o espírito imundo, curou o menino e o restituiu a seu pai.

43 Todos ficaram pasmados ante a grandeza de Deus. Como todos se admirassem de tudo o que Jesus fazia, disse ele a seus discípulos:


2 Eis que lhe apresentaram um paralítico estendido numa padiola. Jesus, vendo a fé daquela gente, disse ao paralítico: "Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados."

3 Ouvindo isto, alguns escribas murmuraram entre si: "Este homem blasfema."

4 Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, perguntou-lhes: "Por que pensais mal em vossos corações?

5 Que é mais fácil dizer: Teus pecados te são perdoados, ou: Levanta-te e anda?

6 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra o poder de perdoar os pecados: Levanta-te - disse ele ao paralítico -, toma a tua maca e volta para tua casa."

7 Levantou-se aquele homem e foi para sua casa.


20 No dia seguinte pela manhã, ao passarem junto da figueira, viram que ela secara até a raiz.

21 Pedro lembrou-se do que se tinha passado na véspera e disse a Jesus: "Olha, Mestre, como secou a figueira que amaldiçoaste!"

22 Respondeu-lhes Jesus: "Tende fé em Deus.

23 Em verdade vos declaro: todo o que disser a este monte: Levanta-te e lança-te ao mar, se não duvidar no seu coração, mas acreditar que sucederá tudo o que disser, obterá esse milagre.

24 Por isso vos digo: tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado.

25 E quando vos puserdes de pé para orar, perdoai, se tiverdes algum ressentimento contra alguém, para que também vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe os vossos pecados. {


24 Logo que chegaram a Cafarnaum, aqueles que cobravam o imposto da didracma aproximaram-se de Pedro e lhe perguntaram: Teu mestre não paga a didracma?

25 Paga sim, respondeu Pedro. Mas quando chegaram à casa, Jesus preveniu-o, dizendo: Que te parece, Simão? Os reis da terra, de quem recebem os tributos ou os impostos? De seus filhos ou dos estrangeiros?

26 Pedro respondeu: Dos estrangeiros. Jesus replicou: Os filhos, então, estão isentos.

27 Mas não convém escandalizá-los. Vai ao mar, lança o anzol, e ao primeiro peixe que pegares abrirás a boca e encontrarás um estatere. Toma-o e dá-o por mim e por ti.


22 Apresentaram-lhe, depois, um possesso cego e mudo. Jesus o curou de tal modo, que este falava e via.


50 E um deles feriu o servo do príncipe dos sacerdotes, decepando-lhe a orelha direita.

51 Mas Jesus interveio: Deixai, basta. E, tocando na orelha daquele homem, curou-o.


31 A quem compararei os homens desta geração? Com quem se assemelham?

32 São semelhantes a meninos que, sentados na praça, falam uns com os outros, dizendo: Tocamos a flauta e não dançastes; entoamos lamentações e não chorastes.

33 Pois veio João Batista, que nem comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Ele está possuído do demônio.

34 Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: Eis um comilão e beberrão, amigo dos publicanos e libertinos.

35 Mas a sabedoria foi justificada por todos os seus filhos.

36 Um fariseu convidou Jesus a ir comer com ele. Jesus entrou na casa dele e pôs-se à mesa.

37 Uma mulher pecadora da cidade, quando soube que estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro cheio de perfume;


5 Entrou Jesus em Cafarnaum. Um centurião veio a ele e lhe fez esta súplica:

6 Senhor, meu servo está em casa, de cama, paralítico, e sofre muito.

7 Disse-lhe Jesus: Eu irei e o curarei.

8 Respondeu o centurião: Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será curado.

9 Pois eu também sou um subordinado e tenho soldados às minhas ordens. Eu digo a um: Vai, e ele vai; a outro: Vem, e ele vem; e a meu servo: Faze isto, e ele o faz...

10 Ouvindo isto, cheio de admiração, disse Jesus aos presentes: Em verdade vos digo: não encontrei semelhante fé em ninguém de Israel.

11 Por isso, eu vos declaro que multidões virão do Oriente e do Ocidente e se assentarão no Reino dos céus com Abraão, Isaac e Jacó,

12 enquanto os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.

13 Depois, dirigindo-se ao centurião, disse: Vai, seja-te feito conforme a tua fé. Na mesma hora o servo ficou curado.


23 Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus os tocadores de flauta e uma multidão alvoroçada. Disse-lhes:

24 Retirai-vos, porque a menina não está morta; ela dorme. Eles, porém, zombavam dele.

25 Tendo saído a multidão, ele entrou, tomou a menina pela mão e ela levantou-se.


1 Passaram à outra margem do lago, ao território dos gerasenos.

2 Assim que saíram da barca, um homem possesso do espírito imundo saiu do cemitério

3 onde tinha seu refúgio e veio-lhe ao encontro. Não podiam atá-lo nem com cadeia, mesmo nos sepulcros,

4 pois tinha sido ligado muitas vezes com grilhões e cadeias, mas os despedaçara e ninguém o podia subjugar.

5 Sempre, dia e noite, andava pelos sepulcros e nos montes, gritando e ferindo-se com pedras.

6 Vendo Jesus de longe, correu e prostrou-se diante dele, gritando em alta voz:

7 Que queres de mim, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?Conjuro-te por Deus, que não me atormentes.

8 É que Jesus lhe dizia: Espírito imundo, sai deste homem!

9 Perguntou-lhe Jesus: Qual é o teu nome? Respondeu-lhe: Legião é o meu nome, porque somos muitos.

10 E pediam-lhe com instância que não os lançasse fora daquela região.

11 Ora, uma grande manada de porcos andava pastando ali junto do monte.

12 E os espíritos suplicavam-lhe: Manda-nos para os porcos, para entrarmos neles.

13 Jesus lhos permitiu. Então os espíritos imundos, tendo saído, entraram nos porcos; e a manada, de uns dois mil, precipitou-se no mar, afogando-se.

14 Fugiram os pastores e narraram o fato na cidade e pelos arredores. Então saíram a ver o que tinha acontecido.


35 Ao aproximar-se Jesus de Jericó, estava um cego sentado à beira do caminho, pedindo esmolas.

36 Ouvindo o ruído da multidão que passava, perguntou o que havia.

37 Responderam-lhe: É Jesus de Nazaré, que passa.

38 Ele então exclamou: Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!

39 Os que vinham na frente repreendiam-no rudemente para que se calasse. Mas ele gritava ainda mais forte: Filho de Davi, tem piedade de mim!

40 Jesus parou e mandou que lho trouxessem. Chegando ele perto, perguntou-lhe:

41 Que queres que te faça? Respondeu ele: Senhor, que eu veja.

42 Jesus lhe disse: Vê! Tua fé te salvou.

43 E imediatamente ficou vendo e seguia a Jesus, glorificando a Deus. Presenciando isto, todo o povo deu glória a Deus.


18 Falava ele ainda, quando se apresentou um chefe da sinagoga. Prostrou-se diante dele e lhe disse: Senhor, minha filha acaba de morrer. Mas vem, impõe-lhe as mãos e ela viverá.

19 Jesus levantou-se e o foi seguindo com seus discípulos.


40 Aproximou-se dele um leproso, suplicando-lhe de joelhos: "Se queres, podes limpar-me."

41 Jesus compadeceu-se dele, estendeu a mão, tocou-o e lhe disse: "Eu quero, sê curado."

42 E imediatamente desapareceu dele a lepra e foi purificado.


11 Havia ali uma mulher que, havia dezoito anos, era possessa de um espírito que a detinha doente: andava curvada e não podia absolutamente erguer-se.

12 Ao vê-la, Jesus a chamou e disse-lhe: Estás livre da tua doença.

13 Impôs-lhe as mãos e no mesmo instante ela se endireitou, glorificando a Deus.


37 Nisto surgiu uma grande tormenta e lançava as ondas dentro da barca, de modo que ela já se enchia de água.

38 Jesus achava-se na popa, dormindo sobre um travesseiro. Eles acordaram-no e disseram-lhe: Mestre, não te importa que pereçamos?

39 E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Silêncio! Cala-te! E cessou o vento e seguiu-se grande bonança.

40 Ele disse-lhes: Como sois medrosos! Ainda não tendes fé?

41 Eles ficaram penetrados de grande temor e cochichavam entre si: Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?


1 Lázaro caiu doente em Betânia, onde estavam Maria e sua irmã Marta.

2 Maria era quem ungira o Senhor com o óleo perfumado e lhe enxugara os pés com os seus cabelos. E Lázaro, que estava enfermo, era seu irmão.

3 Suas irmãs mandaram, pois, dizer a Jesus: Senhor, aquele que tu amas está enfermo.

4 A estas palavras, disse-lhes Jesus: Esta enfermidade não causará a morte, mas tem por finalidade a glória de Deus. Por ela será glorificado o Filho de Deus.

5 Ora, Jesus amava Marta, Maria, sua irmã, e Lázaro.

6 Mas, embora tivesse ouvido que ele estava enfermo, demorou-se ainda dois dias no mesmo lugar.

7 Depois, disse a seus discípulos: Voltemos para a Judéia.

8 Mestre, responderam eles, há pouco os judeus te queriam apedrejar, e voltas para lá?

9 Jesus respondeu: Não são doze as horas do dia? Quem caminha de dia não tropeça, porque vê a luz deste mundo.

10 Mas quem anda de noite tropeça, porque lhe falta a luz.

11 Depois destas palavras, ele acrescentou: Lázaro, nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo.

12 Disseram-lhe os seus discípulos: Senhor, se ele dorme, há de sarar.

13 Jesus, entretanto, falara da sua morte, mas eles pensavam que falasse do sono como tal.

14 Então Jesus lhes declarou abertamente: Lázaro morreu.


25 Ora, havia ali uma mulher que já por doze anos padecia de um fluxo de sangue.

26 Sofrera muito nas mãos de vários médicos, gastando tudo o que possuía, sem achar nenhum alívio; pelo contrário, piorava cada vez mais.

27 Tendo ela ouvido falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou-lhe no manto.

28 Dizia ela consigo: Se tocar, ainda que seja na orla do seu manto, estarei curada.

29 Ora, no mesmo instante se lhe estancou a fonte de sangue, e ela teve a sensação de estar curada.


17 Respondeu um homem dentre a multidão: Mestre, eu te trouxe meu filho, que tem um espírito mudo.

18 Este, onde quer que o apanhe, lança-o por terra e ele espuma, range os dentes e fica endurecido. Roguei a teus discípulos que o expelissem, mas não o puderam.

19 Respondeu-lhes Jesus: Ó geração incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos hei de aturar? Trazei-mo cá!

20 Eles lho trouxeram. Assim que o menino avistou Jesus, o espírito o agitou fortemente. Caiu por terra e revolvia-se espumando.

21 Jesus perguntou ao pai: Há quanto tempo lhe acontece isto? Desde a infância, respondeu-lhe.

22 E o tem lançado muitas vezes ao fogo e à água, para o matar. Se tu, porém, podes alguma coisa, ajuda-nos, compadece-te de nós!

23 Disse-lhe Jesus: Se podes alguma coisa!... Tudo é possível ao que crê.

24 Imediatamente exclamou o pai do menino: Creio! Vem em socorro à minha falta de fé!

25 Vendo Jesus que o povo afluía, intimou o espírito imundo e disse-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: sai deste menino e não tornes a entrar nele.

26 E, gritando e maltratando-o extremamente, saiu. O menino ficou como morto, de modo que muitos diziam: Morreu...

27 Jesus, porém, tomando-o pela mão, ergueu-o e ele levantou-se.


6 Falava assim para o experimentar, pois bem sabia o que havia de fazer.

7 Filipe respondeu-lhe: Duzentos denários de pão não lhes bastam, para que cada um receba um pedaço.

8 Um dos seus discípulos, chamado André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe:

9 Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixes... mas que é isto para tanta gente?

10 Disse Jesus: Fazei-os assentar. Ora, havia naquele lugar muita relva. Sentaram-se aqueles homens em número de uns cinco mil.

11 Jesus tomou os pães e rendeu graças. Em seguida, distribuiu-os às pessoas que estavam sentadas, e igualmente dos peixes lhes deu quanto queriam.

12 Estando eles saciados, disse aos discípulos: Recolhei os pedaços que sobraram, para que nada se perca.

13 Eles os recolheram e, dos pedaços dos cinco pães de cevada que sobraram, encheram doze cestos.


18 Apareceram algumas pessoas trazendo num leito um homem paralítico; e procuravam introduzi-lo na casa e pô-lo diante dele.

19 Mas não achando por onde o introduzir, por causa da multidão, subiram ao telhado e por entre as telhas o arriaram com o leito ao meio da assembléia, diante de Jesus.

20 Vendo a fé que tinham, disse Jesus: Meu amigo, os teus pecados te são perdoados.

21 Então os escribas e os fariseus começaram a pensar e a dizer consigo mesmos: Quem é este homem que profere blasfêmias? Quem pode perdoar pecados senão unicamente Deus?

22 Jesus, porém, penetrando nos seus pensamentos, replicou-lhes: Que pensais nos vossos corações?

23 Que é mais fácil dizer: Perdoados te são os pecados; ou dizer: Levanta-te e anda?

24 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder de perdoar pecados {disse ele ao paralítico}, eu te ordeno: levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa.

25 No mesmo instante, levantou-se ele à vista deles, tomou o leito e partiu para casa, glorificando a Deus.


46 Chegaram a Jericó. Ao sair dali Jesus, seus discípulos e numerosa multidão, estava sentado à beira do caminho, mendigando, Bartimeu, que era cego, filho de Timeu.

47 Sabendo que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: "Jesus, filho de Davi, em compaixão de mim!"

48 Muitos o repreendiam, para que se calasse, mas ele gritava ainda mais alto: "Filho de Davi, tem compaixão de mim!"

49 Jesus parou e disse: "Chamai-o" Chamaram o cego, dizendo-lhe: "Coragem! Levanta-te, ele te chama."

50 Lançando fora a capa, o cego ergueu-se dum salto e foi ter com ele.

51 Jesus, tomando a palavra, perguntou-lhe: "Que queres que te faça? Rabôni, respondeu-lhe o cego, que eu veja!

52 Jesus disse-lhe: Vai, a tua fé te salvou." No mesmo instante, ele recuperou a vista e foi seguindo Jesus pelo caminho.


18 De manhã, voltando à cidade, teve fome.

19 Vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela, mas só achou nela folhas; e disse-lhe: Jamais nasça fruto de ti!

20 E imediatamente a figueira secou. À vista disto, os discípulos ficaram estupefatos e disseram: Como ficou seca num instante a figueira?!

21 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade vos declaro que, se tiverdes fé e não hesitardes, não só fareis o que foi feito a esta figueira, mas ainda se disserdes a esta montanha: Levanta-te daí e atira-te ao mar, isso se fará...

22 Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o alcançareis.


11 Sempre em caminho para Jerusalém, Jesus passava pelos confins da Samaria e da Galiléia.

12 Ao entrar numa aldeia, vieram-lhe ao encontro dez leprosos, que pararam ao longe e elevaram a voz, clamando:

13 Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!

14 Jesus viu-os e disse-lhes: Ide, mostrai-vos ao sacerdote. E quando eles iam andando, ficaram curados.

15 Um deles, vendo-se curado, voltou, glorificando a Deus em alta voz.

16 Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradecia. E era um samaritano.

17 Jesus lhe disse: Não ficaram curados todos os dez? Onde estão os outros nove?

18 Não se achou senão este estrangeiro que voltasse para agradecer a Deus?!

19 E acrescentou: Levanta-te e vai, tua fé te salvou.


28 No outro lado do lago, na terra dos gadarenos, dois possessos de demônios saíram de um cemitério e vieram-lhe ao encontro. Eram tão furiosos que pessoa alguma ousava passar por ali.

29 Eis que se puseram a gritar: Que tens a ver conosco, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?

30 Havia, não longe dali, uma grande manada de porcos que pastava.

31 Os demônios imploraram a Jesus: Se nos expulsas, envia-nos para aquela manada de porcos.

32 Ide, disse-lhes. Eles saíram e entraram nos porcos. Nesse instante toda a manada se precipitou pelo declive escarpado para o lago, e morreu nas águas.

33 Os guardas fugiram e foram contar na cidade o que se tinha passado e o sucedido com os endemoninhados.

34 Então a população saiu ao encontro de Jesus. Quando o viu, suplicou-lhe que deixasse aquela região.


1 Depois disso, houve uma festa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.

2 Há em Jerusalém, junto à porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebraico Betesda, que tem cinco pórticos.

3 Nestes pórticos jazia um grande número de enfermos, de cegos, de coxos e de paralíticos, que esperavam o movimento da água.

4 {Pois de tempos em tempos um anjo do Senhor descia ao tanque e a água se punha em movimento. E o primeiro que entrasse no tanque, depois da agitação da água, ficava curado de qualquer doença que tivesse.}

5 Estava ali um homem enfermo havia trinta e oito anos.

6 Vendo-o deitado e sabendo que já havia muito tempo que estava enfermo, perguntou-lhe Jesus: Queres ficar curado?

7 O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; enquanto vou, já outro desceu antes de mim.

8 Ordenou-lhe Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda.

9 No mesmo instante, aquele homem ficou curado, tomou o seu leito e foi andando. Ora, aquele dia era sábado.


1 Naqueles dias, como fosse novamente numerosa a multidão, enão tivessem o que comer, Jesus convocou os discípulos e lhes disse:

2 Tenho compaixão deste povo. Já há três dias perseveram comigo e não têm o que comer.

3 Se os despedir em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho; e alguns deles vieram de longe!

4 Seus discípulos responderam-lhe: Como poderá alguém fartá-los de pão aqui no deserto?

5 Mas ele perguntou-lhes: Quantos pães tendes? Sete, responderam.

6 Mandou então que o povo se assentasse no chão. Tomando os sete pães, deu graças, partiu-os e entregou-os a seus discípulos, para que os distribuíssem e eles os distribuíram ao povo.

7 Tinham também alguns peixinhos. Ele os abençoou e mandou também distribuí-los.

8 Comeram e ficaram fartos, e dos pedaços que sobraram levantaram sete cestos.

9 Ora, os que comeram eram cerca de quatro mil pessoas. Em seguida, Jesus os despediu.


1 Estando Jesus um dia à margem do lago de Genesaré, o povo se comprimia em redor dele para ouvir a palavra de Deus.

2 Vendo duas barcas estacionadas à beira do lago, - pois os pescadores haviam descido delas para consertar as redes -,

3 subiu a uma das barcas que era de Simão e pediu-lhe que a afastasse um pouco da terra; e sentado, ensinava da barca o povo.

4 Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar.

5 Simão respondeu-lhe: Mestre, trabalhamos a noite inteira e nada apanhamos; mas por causa de tua palavra, lançarei a rede.

6 Feito isto, apanharam peixes em tanta quantidade, que a rede se lhes rompia.

7 Acenaram aos companheiros, que estavam na outra barca, para que viessem ajudar. Eles vieram e encheram ambas as barcas, de modo que quase iam ao fundo.

8 Vendo isso, Simão Pedro caiu aos pés de Jesus e exclamou: Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador.

9 É que tanto ele como seus companheiros estavam assombrados por causa da pesca que haviam feito.

10 O mesmo acontecera a Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus companheiros. Então Jesus disse a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens.

11 E atracando as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram.


38 Saindo Jesus da sinagoga, entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre alta; e pediram-lhe por ela.

39 Inclinando-se sobre ela, ordenou ele à febre, e a febre deixou-a. Ela levantou-se imediatamente e pôs-se a servi-los.


22 Num daqueles dias ele subiu com os seus discípulos a uma barca. Disse ele: Passemos à outra margem do lago. E eles partiram.

23 Durante a travessia, Jesus adormeceu. Desabou então uma tempestade de vento sobre o lago. A barca enchia-se de água, e eles se achavam em perigo.

24 Aproximaram-se dele então e o despertaram com este grito: Mestre, Mestre! Nós estamos perecendo! Levantou-se ele e ordenou aos ventos e à fúria da água que se acalmassem; e se acalmaram e logo veio a bonança.

25 Perguntou-lhes, então: Onde está a vossa fé? Eles, cheios de respeito e de profunda admiração, diziam uns aos outros: Quem é este, a quem os ventos e o mar obedecem?

26 Navegaram para a região dos gerasenos, que está defronte da Galiléia.


1 Noutra vez, entrou ele na sinagoga e achava-se ali um homem que tinha a mão seca.

2 Ora, estavam-no observando se o curaria no dia de sábado, para o acusarem.

3 Ele diz ao homem da mão seca: "Vem para o meio."

4 Então lhes pergunta: "É permitido fazer o bem ou o mal no sábado? Salvar uma vida ou matar?" Mas eles se calavam.

5 Então, relanceando um olhar indignado sobre eles, e contristado com a dureza de seus corações, diz ao homem: "Estende tua mão!" Ele estendeu-a e a mão foi curada.


12 Ora, o dia começava a declinar e os Doze foram dizer-lhe: Despede as turbas, para que vão pelas aldeias e sítios da vizinhança e procurem alimento e hospedagem, porque aqui estamos num lugar deserto.

13 Jesus replicou-lhes: Dai-lhes vós mesmos de comer. Retrucaram eles: Não temos mais do que cinco pães e dois peixes, a menos que nós mesmos vamos e compremos mantimentos para todo este povo.

14 {Pois eram quase cinco mil homens.} Jesus disse aos discípulos: Mandai-os sentar, divididos em grupos de cinqüenta.

15 Assim o fizeram e todos se assentaram.

16 Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os servissem ao povo.

17 E todos comeram e ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços.


49 Enquanto ainda falava, veio alguém e disse ao chefe da sinagoga: Tua filha acaba de morrer; não incomodes mais o Mestre.

50 Mas Jesus o ouviu e disse a Jairo: Não temas; crê somente e ela será salva.

51 Quando Jesus chegou à casa, não deixou ninguém entrar com ele, senão Pedro, Tiago, João com o pai e a mãe da menina.

52 Todos, entretanto, choravam e se lamentavam. Mas Jesus disse: Não choreis; a menina não morreu, mas dorme.

53 Zombavam dele, pois sabiam bem que estava morta.

54 Mas segurando ele a mão dela, disse em alta voz: Menina, levanta-te!

55 Voltou-lhe a vida e ela levantou-se imediatamente. Jesus mandou que lhe dessem de comer.

56 Seus pais ficaram tomados de pasmo; Jesus ordenou-lhes que não contassem a pessoa alguma o que se tinha passado.


32 Logo que se foram, apresentaram-lhe um mudo, possuído do demônio.

33 O demônio foi expulso, o mudo falou e a multidão exclamava com admiração: Jamais se viu algo semelhante em Israel.


20 Ora, uma mulher atormentada por um fluxo de sangue, havia doze anos, aproximou-se dele por trás e tocou-lhe a orla do manto.

21 Dizia consigo: Se eu somente tocar na sua vestimenta, serei curada.

22 Jesus virou-se, viu-a e disse-lhe: Tem confiança, minha filha, tua fé te salvou. E a mulher ficou curada instantaneamente.


25 Pela quarta vigília da noite, Jesus veio a eles, caminhando sobre o mar.


41 O chefe da sinagoga, chamado Jairo, foi ao seu encontro. Lançou-se a seus pés e rogou-lhe que fosse à sua casa,

42 porque tinha uma filha única, de uns doze anos, que estava para morrer. Jesus dirigiu-se para lá, comprimido pelo povo.


48 Vendo-os se fatigarem em remar, sendo-lhes o vento contrário, foi ter com eles pela quarta vigília da noite, andando por cima do mar, e fez como se fosse passar ao lado deles.

49 À vista de Jesus, caminhando sobre o mar, pensaram que fosse um fantasma e gritaram;

50 pois todos o viram e se assustaram. Mas ele logo lhes falou: Tranqüilizai-vos, sou eu; não vos assusteis!

51 E subiu para a barca, junto deles, e o vento cessou. Todos se achavam tomados de um extremo pavor,


46 Ele voltou, pois, a Caná da Galiléia, onde transformara água em vinho. Havia então em Cafarnaum um oficial do rei, cujo filho estava doente.

47 Ao ouvir que Jesus vinha da Judéia para a Galiléia, foi a ele e rogou-lhe que descesse e curasse seu filho, que estava prestes a morrer.

48 Disse-lhe Jesus: Se não virdes milagres e prodígios, não credes...

49 Pediu-lhe o oficial: Senhor, desce antes que meu filho morra!

50 Vai, disse-lhe Jesus, o teu filho está passando bem! O homem acreditou na palavra de Jesus e partiu.

51 Enquanto ia descendo, os criados vieram-lhe ao encontro e lhe disseram: Teu filho está passando bem.

52 Indagou então deles a hora em que se sentira melhor. Responderam-lhe: Ontem à sétima hora a febre o deixou.

53 Reconheceu o pai ser a mesma hora em que Jesus dissera: Teu filho está passando bem. E creu tanto ele como toda a sua casa.

54 Esse foi o segundo milagre que Jesus fez, depois de voltar da Judéia para a Galiléia.


23 Subiu ele a uma barca com seus discípulos.

24 De repente, desencadeou-se sobre o mar uma tempestade tão grande, que as ondas cobriam a barca. Ele, no entanto, dormia.

25 Os discípulos achegaram-se a ele e o acordaram, dizendo: Senhor, salva-nos, nós perecemos!

26 E Jesus perguntou: Por que este medo, gente de pouca fé? Então, levantando-se, deu ordens aos ventos e ao mar, e fez-se uma grande calmaria.

27 Admirados, diziam: Quem é este homem a quem até os ventos e o mar obedecem?


14 Jesus expelia um demônio que era mudo. Tendo o demônio saído, o mudo pôs-se a falar e a multidão ficou admirada.


1 Caminhando, viu Jesus um cego de nascença.

2 Os seus discípulos indagaram dele: Mestre, quem pecou, este homem ou seus pais, para que nascesse cego?

3 Jesus respondeu: Nem este pecou nem seus pais, mas é necessário que nele se manifestem as obras de Deus.

4 Enquanto for dia, cumpre-me terminar as obras daquele que me enviou. Virá a noite, na qual já ninguém pode trabalhar.

5 Por isso, enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo.

6 Dito isso, cuspiu no chão, fez um pouco de lodo com a saliva e com o lodo ungiu os olhos do cego.

7 Depois lhe disse: Vai, lava-te na piscina de Siloé {esta palavra significa emissário}. O cego foi, lavou-se e voltou vendo.


32 Entretanto, Pedro e seus companheiros tinham-se deixado vencer pelo sono; ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois personagens em sua companhia.

33 Quando estes se apartaram de Jesus, Pedro disse: Mestre, é bom estarmos aqui. Podemos levantar três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias!... Ele não sabia o que dizia.