1 E, levantando-se toda a multidão deles, o levaram a Pilatos.

2 E começaram a acusá-lo, dizendo: Havemos achado este pervertendo a nação, proibindo dar o tributo a César, e dizendo que ele mesmo é Cristo, o rei.

3 E Pilatos perguntou-lhe, dizendo: Tu és o Rei dos Judeus? E ele, respondendo, disse-lhe: Tu o dizes.

4 E disse Pilatos aos principais sacerdotes, e à multidão: Não acho culpa alguma neste homem.

5 Mas eles insistiam cada vez mais, dizendo: Alvoroça o povo ensinando por toda a Judeia, começando desde a Galileia até aqui.

6 Então Pilatos, ouvindo falar da Galileia perguntou se aquele homem era galileu.

7 E, sabendo que era da jurisdição de Herodes, remeteu-o a Herodes, que também naqueles dias estava em Jerusalém.

8 E Herodes, quando viu a Jesus, alegrou-se muito; porque havia muito que desejava vê-lo, por ter ouvido dele muitas coisas; e esperava que lhe veria fazer algum sinal.

9 E interrogava-o com muitas palavras, mas ele nada lhe respondia.

10 E estavam os principais sacerdotes, e os escribas, acusando-o com grande veemência.

11 E Herodes, com os seus soldados, desprezou-o e, escarnecendo dele, vestiu-o de uma roupa resplandecente e tornou a enviá-lo a Pilatos.

12 E no mesmo dia, Pilatos e Herodes entre si se fizeram amigos; pois dantes andavam em inimizade um com o outro.

13 E, convocando Pilatos os principais sacerdotes, e os magistrados, e o povo,

14 Disse-lhes: Haveis-me apresentado este homem como pervertedor do povo; e eis que, examinando-o na vossa presença, nenhuma culpa, das de que o acusais, acho neste homem.

15 Nem mesmo Herodes, porque a ele vos remeti, e eis que não tem feito coisa alguma digna de morte.

16 Castigá-lo-ei, pois, e soltá-lo-ei.

17 E era-lhe necessário soltar-lhes um pela festa.

18 Mas toda a multidão clamou a uma, dizendo: Fora daqui com este, e solta-nos Barrabás.

19 O qual fora lançado na prisão por causa de uma sedição feita na cidade, e de um homicídio.

20 Falou, pois, outra vez Pilatos, querendo soltar a Jesus.

21 Mas eles clamavam em contrário, dizendo: Crucifica-o, crucifica-o.

22 Então ele, pela terceira vez, lhes disse: Mas que mal fez este? Não acho nele culpa alguma de morte. Castigá-lo-ei pois, e soltá-lo-ei.

23 Mas eles instavam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E os seus gritos, e os dos principais sacerdotes, prevaleciam.

24 Então Pilatos julgou que devia fazer o que eles pediam.

25 E soltou-lhes o que fora lançado na prisão por uma sedição e homicídio, que era o que pediam; mas entregou Jesus à vontade deles.

26 E quando o iam levando, tomaram um certo Simão, cireneu, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para que a levasse após Jesus.

27 E seguia-o grande multidão de povo e de mulheres, as quais batiam nos peitos, e o lamentavam.

28 Jesus, porém, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos.

29 Porque eis que hão de vir dias em que dirão: Bem-aventuradas as estéreis, e os ventres que não geraram, e os peitos que não amamentaram!

30 Então começarão a dizer aos montes: Caí sobre nós, e aos outeiros: Cobri-nos.

31 Porque, se ao madeiro verde fazem isto, que se fará ao seco?

32 E também conduziram outros dois, que eram malfeitores, para com ele serem mortos.

33 E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda.

34 E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes, lançaram sortes.

35 E o povo estava olhando. E também os príncipes zombavam dele, dizendo: Aos outros salvou, salve-se a si mesmo, se este é o Cristo, o escolhido de Deus.

36 E também os soldados o escarneciam, chegando-se a ele, e apresentando-lhe vinagre.

37 E dizendo: Se tu és o Rei dos Judeus, salva-te a ti mesmo.

38 E também por cima dele, estava um título, escrito em letras gregas, romanas, e hebraicas: este é o rei dos judeus.

39 E um dos malfeitores que estavam pendurados blasfemava dele, dizendo: Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós.

40 Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação?

41 E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez.

42 E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando vieres em teu reino.

43 E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.

44 E era já quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até à hora nona, escurecendo-se o sol;

45 E rasgou-se ao meio o véu do templo.

46 E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou.

47 E o centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Na verdade, este homem era justo.

48 E toda a multidão que se ajuntara a este espetáculo, vendo o que havia acontecido, voltava batendo nos peitos.

49 E todos os seus conhecidos, e as mulheres que juntamente o haviam seguido desde a Galileia, estavam de longe vendo estas coisas.

50 E eis que um homem por nome José, senador, homem de bem e justo,

51 Que não tinha consentido no conselho e nos atos dos outros, de Arimateia, cidade dos judeus, e que também esperava ele o reino de Deus;

52 Esse, chegando a Pilatos, pediu o corpo de Jesus.

53 E, havendo-o tirado, envolveu-o num lençol, e pô-lo num sepulcro escavado numa penha, onde ninguém ainda havia sido posto.

54 E era o dia da preparação, e amanhecia o sábado.

55 E as mulheres, que tinham vindo com ele da Galileia, seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o seu corpo.

56 E, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos; e no sábado repousaram, conforme o mandamento.

1 Então toda a assembléia levantou-se e o levou a Pilatos.

2 E começaram a acusá-lo, dizendo: "Encontramos este homem subvertendo a nossa nação. Ele proíbe o pagamento de imposto a César e se declara ele próprio o Cristo, um rei".

3 Pilatos perguntou a Jesus: "Você é o rei dos judeus? " "Tu o dizes", respondeu Jesus.

4 Então Pilatos disse aos chefes dos sacerdotes e à multidão: "Não encontro motivo para acusar este homem".

5 Mas eles insistiam: "Ele está subvertendo o povo em toda a Judéia com os seus ensinamentos. Começou na Galiléia e chegou até aqui".

6 Ouvindo isso, Pilatos perguntou se Jesus era galileu.

7 Quando ficou sabendo que ele era da jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes, que também estava em Jerusalém naqueles dias.

8 Quando Herodes viu Jesus, ficou muito alegre, porque havia muito tempo queria vê-lo. Pelo que ouvira falar dele, esperava vê-lo realizar algum milagre.

9 Interrogou-o com muitas perguntas, mas Jesus não lhe deu resposta.

10 Os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei estavam ali, acusando-o com veemência.

11 Então Herodes e os seus soldados ridicularizaram-no e zombaram dele. Vestindo-o com um manto esplêndido, mandaram-no de volta a Pilatos.

12 Herodes e Pilatos, que até ali eram inimigos, naquele dia tornaram-se amigos.

13 Pilatos reuniu os chefes dos sacerdotes, as autoridades e o povo,

14 dizendo-lhes: "Vocês me trouxeram este homem como alguém que estava incitando o povo à rebelião. Eu o examinei na presença de vocês e não achei nenhuma base para as acusações que fazem contra ele.

15 Nem Herodes, pois ele o mandou de volta para nós. Como podem ver, ele nada fez que mereça a morte.

16 Portanto, eu o castigarei e depois o soltarei.

17 Ele era obrigado a soltar-lhes um preso durante a festa".

18 A uma só voz eles gritaram: "Acaba com ele! Solta-nos Barrabás! "

19 ( Barrabás havia sido lançado na prisão por causa de uma insurreição na cidade e por assassinato. )

20 Desejando soltar a Jesus, Pilatos dirigiu-se a eles novamente.

21 Mas eles continuaram gritando: "Crucifica-o! Crucifica-o! "

22 Pela terceira vez ele lhes falou: "Por quê? Que crime este homem cometeu? Não encontrei nele nada digno de morte. Vou mandar castigá-lo e depois o soltarei".

23 Eles, porém, pediam insistentemente, com fortes gritos, que ele fosse crucificado; e a gritaria prevaleceu.

24 Então Pilatos decidiu fazer a vontade deles.

25 Libertou o homem que havia sido lançado na prisão por insurreição e assassinato, aquele que eles haviam pedido, e entregou Jesus à vontade deles.

26 Enquanto o levavam, agarraram Simão de Cirene, que estava chegando do campo, e lhe colocaram a cruz às costas, fazendo-o carregá-la atrás de Jesus.

27 Um grande número de pessoas o seguia, inclusive mulheres que lamentavam e choravam por ele.

28 Jesus voltou-se e disse-lhes: "Filhas de Jerusalém, não chorem por mim; chorem por vocês mesmas e por seus filhos!

29 Pois chegará a hora em que vocês dirão: ‘Felizes as estéreis, os ventres que nunca geraram e os seios que nunca amamentaram! ’

30 "Então dirão às montanhas: ‘Caiam sobre nós! ’ e às colinas: ‘Cubram-nos! ’

31 Pois, se fazem isto com a árvore verde, o que acontecerá quando ela estiver seca? "

32 Dois outros homens, ambos criminosos, também foram levados com ele, para serem executados.

33 Quando chegaram ao lugar chamado Caveira, ali o crucificaram com os criminosos, um à sua direita e o outro à sua esquerda.

34 Jesus disse: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo". Então eles dividiram as roupas dele, tirando sortes.

35 O povo ficou observando, e as autoridades o ridicularizavam. "Salvou os outros", diziam; "salve-se a si mesmo, se é o Cristo de Deus, o Escolhido".

36 Os soldados, aproximando-se, também zombavam dele. Oferecendo-lhe vinagre,

37 diziam: "Se você é o rei dos judeus, salve-se a si mesmo".

38 Havia uma inscrição acima dele, que dizia: ESTE É O REI DOS JUDEUS.

39 Um dos criminosos que ali estavam dependurados lançava-lhe insultos: "Você não é o Cristo? Salve-se a si mesmo e a nós! "

40 Mas o outro criminoso o repreendeu, dizendo: "Você não teme a Deus, nem estando sob a mesma sentença?

41 Nós estamos sendo punidos com justiça, porque estamos recebendo o que os nossos atos merecem. Mas este homem não cometeu nenhum mal".

42 Então ele disse: "Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino".

43 Jesus lhe respondeu: "Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso".

44 Já era quase meio dia, e trevas cobriram toda a terra até às três horas da tarde;

45 o sol deixara de brilhar. E o véu do santuário rasgou-se ao meio.

46 Jesus bradou em alta voz: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". Tendo dito isso, expirou.

47 O centurião, vendo o que havia acontecido, louvou a Deus, dizendo: "Certamente este homem era justo".

48 E todo o povo que se havia juntado para presenciar o que estava acontecendo, ao ver isso, começou a bater no peito e a afastar-se.

49 Mas todos os que o conheciam, inclusive as mulheres que o haviam seguido desde a Galiléia, ficaram de longe, observando essas coisas.

50 Havia um homem chamado José, membro do Conselho, homem bom e justo,

51 que não tinha consentido na decisão e no procedimento dos outros. Ele era da cidade de Arimatéia, na Judéia, e esperava o Reino de Deus.

52 Dirigindo-se a Pilatos, pediu o corpo de Jesus.

53 Então, desceu-o, envolveu-o num lençol de linho e o colocou num sepulcro cavado na rocha, no qual ninguém ainda fora colocado.

54 Era o Dia da Preparação, e estava para começar o sábado.

55 As mulheres que haviam acompanhado Jesus desde a Galiléia, seguiram José e viram o sepulcro, e como o corpo de Jesus fora colocado nele.

56 Então, foram para casa e prepararam perfumes e especiarias aromáticas. E descansaram no sábado, em obediência ao mandamento.

Jesus diante de Pilatos

1 Levantando-se toda a assembleia, levaram Jesus a Pilatos. 2 E ali começaram a acusá-lo, dizendo:

— Encontramos este homem pervertendo a nossa nação, impedindo que se pague imposto a César e afirmando ser ele o Cristo, o Rei.

3 Então Pilatos perguntou a Jesus:

— Você é o rei dos judeus?

Jesus respondeu:

— O senhor está dizendo isso.

4 Então Pilatos disse aos principais sacerdotes e às multidões:

— Não vejo neste homem crime algum.

5 Mas eles insistiam cada vez mais, dizendo:

— Ele agita o povo, ensinando por toda a Judeia. Começou na Galileia e agora chegou aqui.

Jesus diante de Herodes

6 Quando Pilatos ouviu isso, perguntou se o homem era galileu. 7 Ao saber que Jesus era da região governada por Herodes, e estando este em Jerusalém naqueles dias, Pilatos enviou Jesus a Herodes.

8 Quando Herodes viu Jesus, ficou muito contente, pois havia muito queria vê-lo, por ter ouvido falar a respeito dele. Esperava também vê-lo fazer algum sinal. 9 E de muitas maneiras o interrogava, mas Jesus não lhe respondia nada. 10 Os principais sacerdotes e os escribas ali presentes o acusavam com veemência. 11 Mas Herodes, juntamente com os seus soldados, tratou Jesus com desprezo. E, para zombar de Jesus, mandou que o vestissem com um manto luxuoso, e o devolveu a Pilatos. 12 Naquele mesmo dia, Herodes e Pilatos se reconciliaram, pois antes eram inimigos.

Jesus é condenado à morte

13 Pilatos, então, reuniu os principais sacerdotes, as autoridades e o povo 14 e lhes disse:

— Vocês me apresentaram este homem como sendo um agitador do povo. Mas, tendo-o interrogado na presença de vocês, nada verifiquei contra ele dos crimes de que vocês o acusam. 15 Nem mesmo Herodes, pois o mandou de volta para cá. Assim, é claro que ele não fez nada que mereça a pena de morte. 16 Portanto, após castigá-lo, ordenarei que seja solto.

17 [E ele era obrigado a soltar-lhes um detento por ocasião da festa.] 18 Toda a multidão, porém, gritava:

— Fora com este! Solte-nos Barrabás!

19 Barrabás estava preso por causa de uma revolta na cidade e também por homicídio. 20 Pilatos, querendo soltar Jesus, falou outra vez ao povo. 21 Eles, porém, gritavam mais ainda:

— Crucifique! Crucifique-o!

22 Então, pela terceira vez, Pilatos lhes perguntou:

— Que mal fez este? De fato, não achei nada contra ele para condená-lo à morte. Portanto, depois de o castigar, mandarei soltá-lo.

23 Mas eles insistiam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E o clamor deles prevaleceu.

24 Então Pilatos decidiu atender-lhes o pedido. 25 Soltou aquele que estava encarcerado por causa da revolta e do homicídio, a quem eles pediam; e, quanto a Jesus, entregou-o à vontade deles.

A crucificação de Jesus

26 E, enquanto o conduziam, eles agarraram um cireneu, chamado Simão, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz sobre os ombros, para que a levasse após Jesus.

27 Uma grande multidão de povo o seguia, e também mulheres que batiam no peito e o lamentavam. 28 Porém Jesus, voltando-se para elas, disse:

— Filhas de Jerusalém, não chorem por mim; chorem antes por vocês mesmas e por seus filhos! 29 Porque virão dias em que se dirá: "Bem-aventuradas as estéreis, que não geraram, nem amamentaram." 30 Nesses dias, dirão aos montes: "Caiam em cima de nós!" E às colinas: "Cubram-nos!" 31 Porque, se isto é feito com a madeira verde, o que será da madeira seca?

32 E também eram levados outros dois, que eram malfeitores, para serem executados com Jesus.

33 Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à sua direita, outro à sua esquerda. 34 Mas Jesus dizia:

— Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.

Então, para repartir as roupas dele, lançaram sortes. 35 O povo estava ali e observava tudo. Também as autoridades zombavam e diziam:

— Salvou os outros. Que salve a si mesmo, se é, de fato, o Cristo de Deus, o escolhido.

36 Igualmente os soldados zombavam dele e, aproximando-se, trouxeram-lhe vinagre, dizendo:

37 — Se você é o rei dos judeus, salve a si mesmo.

38 Acima de Jesus estava a seguinte inscrição: "Este é o Rei dos Judeus".

Os dois malfeitores

39 Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra Jesus, dizendo:

— Você não é o Cristo? Salve a si mesmo e a nós também.

40 Porém o outro malfeitor o repreendeu, dizendo:

— Você nem ao menos teme a Deus, estando sob igual sentença? 41 A nossa punição é justa, porque estamos recebendo o castigo que os nossos atos merecem; mas este não fez mal nenhum.

42 E acrescentou:

— Jesus, lembre-se de mim quando você vier no seu Reino.

43 Jesus lhe respondeu:

— Em verdade lhe digo que hoje você estará comigo no paraíso.

A morte de Jesus

44 Já era quase meio-dia, e, escurecendo-se o sol, houve trevas sobre toda a terra até as três horas da tarde. 45 E o véu do santuário se rasgou pelo meio. 46 Então Jesus clamou em alta voz:

— Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!

E, dito isto, expirou.

47 O centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo:

— Verdadeiramente este homem era justo.

48 E todas as multidões reunidas para aquele espetáculo, vendo o que havia acontecido, retiraram-se, batendo no peito. 49 Entretanto, todos os conhecidos de Jesus e as mulheres que o tinham seguido desde a Galileia ficaram de longe, contemplando estas coisas.

O sepultamento de Jesus

50 E eis que havia um homem, chamado José, membro do Sinédrio, homem bom e justo, 51 que não tinha concordado com o plano e a ação dos outros; era natural de Arimateia, cidade dos judeus, e esperava o Reino de Deus. 52 Ele foi até Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus. 53 E, tirando-o da cruz, envolveu-o num lençol de linho e o depositou num túmulo aberto numa rocha, onde ninguém havia sido sepultado ainda. 54 Era o dia da preparação, e o sábado estava para começar. 55 As mulheres que tinham vindo com Jesus desde a Galileia seguiram José e viram o túmulo e como o corpo foi colocado ali. 56 Então se retiraram para preparar óleos aromáticos e perfumes.

E, no sábado, descansaram, segundo o mandamento.

O julgamento de Jesus diante de Pilatos

1 Então todo o conselho levou Jesus a Pilatos. 2 Começaram a apresentar o caso: "Este homem corrompe o nosso povo, dizendo que não se deve pagar impostos ao governo romano e afirmando ser ele próprio o Cristo, o rei".

3 Então Pilatos lhe perguntou: "Você é o rei dos judeus?".

Jesus respondeu: "É como você diz".

4 Pilatos se voltou para os principais sacerdotes e para a multidão e disse: "Não vejo crime algum neste homem!".

5 Mas eles insistiam: "Ele provoca revoltas em toda a Judeia com seus ensinamentos, começando pela Galileia e agora aqui, em Jerusalém!".

6 "Então ele é galileu?", perguntou Pilatos. 7 Quando responderam que sim, Pilatos o enviou a Herodes Antipas, pois a Galileia ficava sob sua jurisdição, e naqueles dias ele estava em Jerusalém.

8 Herodes se animou com a oportunidade de ver Jesus, pois tinha ouvido falar a seu respeito e esperava, havia tempo, vê-lo realizar algum milagre. 9 Fez uma série de perguntas a Jesus, mas ele não lhe respondeu. 10 Enquanto isso, os principais sacerdotes e mestres da lei permaneciam ali, gritando acusações. 11 Então Herodes e seus soldados começaram a zombar de Jesus e ridicularizá-lo. Por fim, vestiram nele um manto real e o mandaram de volta a Pilatos. 12 Naquele dia, Herodes e Pilatos, que eram inimigos, tornaram-se amigos.

13 Então Pilatos reuniu os principais sacerdotes e outros líderes religiosos, juntamente com o povo, 14 e anunciou seu veredicto: "Vocês me trouxeram este homem acusando-o de liderar uma revolta. Eu o interroguei minuciosamente a esse respeito na presença de vocês e vejo que não há nada que o condene. 15 Herodes chegou à mesma conclusão e o enviou de volta a nós. Nada do que ele fez merece a pena de morte. 16 Portanto, ordenarei que seja açoitado e o soltarei". 17 (Era necessário libertar-lhes um prisioneiro durante a festa da Páscoa.)

18 Um grande clamor se levantou da multidão, e a uma só voz gritavam: "Mate-o! Solte-nos Barrabás!". 19 Esse Barrabás estava preso por ter participado de uma revolta em Jerusalém contra o governo e ter cometido assassinato. 20 Pilatos discutiu com eles, pois desejava soltar Jesus. 21 Eles, porém, continuaram gritando: "Crucifique-o! Crucifique-o!".

22 Pela terceira vez, ele perguntou: "Por quê? Que crime ele cometeu? Não encontrei motivo para condená-lo à morte. Portanto, ordenarei que seja açoitado e o soltarei".

23 A multidão gritava cada vez mais alto, exigindo que Jesus fosse crucificado, e seu clamor prevaleceu. 24 Então Pilatos condenou Jesus à morte, conforme exigiam. 25 A pedido deles, libertou Barrabás, o homem preso por revolta e assassinato. Depois, entregou-lhes Jesus para fazerem com ele o que quisessem.

A crucificação

26 Enquanto levavam Jesus, um homem chamado Simão, de Cirene, vinha do campo. Os soldados o agarraram, puseram a cruz sobre ele e o obrigaram a carregá-la atrás de Jesus. 27 Uma grande multidão os seguia, incluindo muitas mulheres aflitas que choravam por ele. 28 Mas Jesus, dirigindo-se a elas, disse: "Filhas de Jerusalém, não chorem por mim; chorem por si mesmas e por seus filhos. 29 Pois estão chegando os dias em que dirão: ‘Felizes as mulheres que nunca tiveram filhos e os seios que nunca amamentaram!’. 30 Suplicarão aos montes: ‘Caiam sobre nós!’ e pedirão às colinas: ‘Soterrem-nos!’. 31 Pois, se fazem estas coisas com a árvore verde, o que acontecerá com a árvore seca?".

32 Dois outros homens, ambos criminosos, foram levados com ele a fim de também serem executados. 33 Quando chegaram ao lugar chamado Caveira, o pregaram na cruz. Os criminosos também foram crucificados, um à sua direita e outro à sua esquerda.

34 Jesus disse: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem". E os soldados tiraram sortes para dividir entre si as roupas de Jesus.

35 A multidão observava, e os líderes zombavam. "Salvou os outros, salve a si mesmo, se é o Cristo, o escolhido de Deus", diziam. 36 Os soldados também zombavam dele, oferecendo-lhe vinagre para beber. 37 Diziam: "Se você é o Rei dos judeus, salve a si mesmo!". 38 Uma tabuleta presa acima dele dizia: "Este é o Rei dos Judeus".

39 Um dos criminosos, dependurado ao lado dele, zombava: "Então você é o Cristo? Salve a si mesmo e a nós também!".

40 Mas o outro criminoso o repreendeu: "Você não teme a Deus, nem mesmo ao ser condenado à morte? 41 Nós merecemos morrer por nossos crimes, mas este homem não cometeu mal algum". 42 Então ele disse: "Jesus, lembre-se de mim quando vier no seu reino".

43 E Jesus lhe respondeu: "Eu lhe asseguro que hoje você estará comigo no paraíso".

A morte de Jesus

44 Já era cerca de meio-dia, e a escuridão cobriu toda a terra até as três horas da tarde. 45 A luz do sol desapareceu, e a cortina do santuário do templo rasgou-se ao meio. 46 Então Jesus clamou em alta voz: "Pai, em tuas mãos entrego meu espírito!". E, com essas palavras, deu o último suspiro.

47 Quando o oficial romano que supervisionava a execução viu o que havia acontecido, adorou a Deus e disse: "Sem dúvida este homem era inocente". 48 E, quando toda a multidão que tinha ido assistir à crucificação viu isso, voltou para casa entristecida e batendo no peito. 49 Mas os amigos de Jesus, incluindo as mulheres que o seguiram desde a Galileia, olhavam de longe.

O sepultamento de Jesus

50 Havia um homem bom e justo chamado José, membro do conselho dos líderes do povo, 51 mas que não tinha concordado com a decisão e os atos dos outros líderes religiosos. Era da cidade de Arimateia, na Judeia, e esperava a vinda do reino de Deus. 52 José foi a Pilatos e pediu o corpo de Jesus. 53 Desceu o corpo da cruz, enrolou-o num lençol de linho e o colocou num túmulo novo, escavado na rocha. 54 Isso aconteceu na sexta-feira à tarde, no dia da preparação, quando o sábado estava para começar.

55 As mulheres da Galileia seguiram José e viram o túmulo onde o corpo de Jesus foi colocado. 56 Depois, foram para casa e prepararam especiarias e perfumes para ungir o corpo. No sábado, descansaram, conforme a lei exigia.