1 Dizia-lhes também: Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte sem que vejam chegado o reino de Deus com poder.
2 E seis dias depois Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago, e a João, e os levou sós, em particular, a um alto monte; e transfigurou-se diante deles;
3 E as suas vestes tornaram-se resplandecentes, extremamente brancas como a neve, tais como nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia branquear.
4 E apareceu-lhes Elias, com Moisés, e falavam com Jesus.
5 E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Mestre, é bom que estejamos aqui; e façamos três cabanas, uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.
6 Pois não sabia o que dizia, porque estavam assombrados.
7 E desceu uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e saiu da nuvem uma voz que dizia: Este é o meu filho amado; a ele ouvi.
8 E, subitamente, tendo olhado em redor, ninguém mais viram, senão só Jesus com eles.
9 E, descendo eles do monte, ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto, até que o Filho do homem ressuscitasse dentre os mortos.
10 E eles retiveram o caso entre si, perguntando uns aos outros que seria aquilo, ressuscitar dentre os mortos.
11 E interrogaram-no, dizendo: Por que dizem os escribas que é necessário que Elias venha primeiro?
12 E, respondendo ele, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e todas as coisas restaurará; e, como está escrito do Filho do homem, que ele deva padecer muito e ser aviltado.
13 Digo-vos, porém, que Elias já veio, e fizeram-lhe tudo o que quiseram, como dele está escrito.
14 E, quando se aproximou dos discípulos, viu ao redor deles grande multidão, e alguns escribas que disputavam com eles.
15 E logo toda a multidão, vendo-o, ficou espantada e, correndo para ele, o saudaram.
16 E perguntou aos escribas: Que é que discutis com eles?
17 E um da multidão, respondendo, disse: Mestre, trouxe-te o meu filho, que tem um espírito mudo;
18 E este, onde quer que o apanhe, despedaça-o, e ele espuma, e range os dentes, e vai definhando; e eu disse aos teus discípulos que o expulsassem, e não puderam.
19 E ele, respondendo-lhes, disse: Ó geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando vos sofrerei ainda? Trazei-mo.
20 E trouxeram-lho; e quando ele o viu, logo o espírito o agitou com violência, e, caindo o endemoninhado por terra, revolvia-se, espumando.
21 E perguntou ao pai dele: Quanto tempo há que lhe sucede isto? E ele disse-lhe: Desde a infância.
22 E muitas vezes o tem lançado no fogo, e na água, para o destruir; mas, se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós, e ajuda-nos.
23 E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê.
24 E logo o pai do menino, clamando, com lágrimas, disse: Eu creio, Senhor! Ajuda a minha incredulidade.
25 E Jesus, vendo que a multidão concorria, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele.
26 E ele, clamando, e agitando-o com violência, saiu; e ficou o menino como morto, de tal maneira que muitos diziam que estava morto.
27 Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou.
28 E, quando entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaram à parte: Por que o não pudemos nós expulsar?
29 E disse-lhes: Esta casta não pode sair com coisa alguma, a não ser com oração e jejum.
30 E, tendo partido dali, caminharam pela Galileia, e não queria que alguém o soubesse;
31 Porque ensinava os seus discípulos, e lhes dizia: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens, e matá-lo-ão; e, morto ele, ressuscitará ao terceiro dia.
32 Mas eles não entendiam esta palavra, e receavam interrogá-lo.
33 E chegou a Cafarnaum e, entrando em casa, perguntou-lhes: Que estáveis discutindo entre vós pelo caminho?
34 Mas eles calaram-se; porque pelo caminho tinham disputado entre si qual era o maior.
35 E ele, assentando-se, chamou os doze, e disse-lhes: Se alguém quiser ser o primeiro, será o derradeiro de todos e o servo de todos.
36 E, lançando mão de um menino, pô-lo no meio deles e, tomando-o nos seus braços, disse-lhes:
37 Qualquer que receber um destes meninos em meu nome, a mim me recebe; e qualquer que a mim me receber, recebe, não a mim, mas ao que me enviou.
38 E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que em teu nome expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho proibimos, porque não nos segue.
39 Jesus, porém, disse: Não lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e possa logo falar mal de mim.
40 Porque quem não é contra nós, é por nós.
41 Porquanto, qualquer que vos der a beber um copo de água em meu nome, porque sois discípulos de Cristo, em verdade vos digo que não perderá o seu galardão.
42 E qualquer que escandalizar um destes pequeninos que creem em mim, melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma mó de atafona, e que fosse lançado no mar.
43 E, se a tua mão te escandalizar, corta-a; melhor é para ti entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga,
44 Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga.
45 E, se o teu pé te escandalizar, corta-o; melhor é para ti entrares coxo na vida do que, tendo dois pés, seres lançado no inferno, no fogo que nunca se apaga,
46 Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga.
47 E, se o teu olho te escandalizar, lança-o fora; melhor é para ti entrares no reino de Deus com um só olho do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno,
48 Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga.
49 Porque cada um será salgado com fogo, e cada sacrifício será salgado com sal.
50 Bom é o sal; mas, se o sal se tornar insípido, com que o temperareis? Tende sal em vós mesmos, e paz uns com os outros.
1 E lhes disse: "Garanto-lhes que alguns dos que aqui estão de modo nenhum experimentarão a morte, antes de verem o Reino de Deus vindo com poder".
2 Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e os levou a um alto monte, onde ficaram a sós. Ali ele foi transfigurado diante deles.
3 Suas roupas se tornaram brancas, de um branco resplandecente, como nenhum lavandeiro no mundo seria capaz de branqueá-las.
4 E apareceram diante deles Elias e Moisés, os quais conversavam com Jesus.
5 Então Pedro disse a Jesus: "Mestre, é bom estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias".
6 Ele não sabia o que dizer, pois estavam apavorados.
7 A seguir apareceu uma nuvem e os envolveu, e dela saiu uma voz, que disse: "Este é o meu Filho amado. Ouçam-no! "
8 Repentinamente, quando olharam ao redor, não viram mais ninguém, a não ser Jesus.
9 Enquanto desciam do monte, Jesus lhes ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do homem tivesse ressuscitado dos mortos.
10 Eles guardaram o assunto apenas entre si, discutindo o que significaria "ressuscitar dos mortos".
11 E lhe perguntaram: "Por que os mestres da lei dizem que é necessário que Elias venha primeiro? "
12 Jesus respondeu: "De fato, Elias vem primeiro e restaura todas as coisas. Então, por que está escrito que é necessário que o Filho do homem sofra muito e seja rejeitado com desprezo?
13 Mas eu lhes digo: Elias já veio, e fizeram com ele tudo o que quiseram, como está escrito a seu respeito".
14 Quando chegaram onde estavam os outros discípulos, viram uma grande multidão ao redor deles e os mestres da lei discutindo com eles.
15 Logo que todo o povo viu Jesus, ficou muito surpreso e correu para saudá-lo.
16 Perguntou Jesus: "O que vocês estão discutindo? "
17 Um homem, no meio da multidão, respondeu: "Mestre, eu te trouxe o meu filho, que está com um espírito que o impede de falar.
18 Onde quer que o apanhe, joga-o no chão. Ele espuma pela boca, range os dentes e fica rígido. Pedi aos teus discípulos que expulsassem o espírito, mas eles não conseguiram".
19 Respondeu Jesus: "Ó geração incrédula, até quando estarei com vocês? Até quando terei que suportá-los? Tragam-me o menino".
20 Então, eles o trouxeram. Quando o espírito viu Jesus, imediatamente causou uma convulsão no menino. Este caiu no chão e começou a rolar, espumando pela boca.
21 Jesus perguntou ao pai do menino: "Há quanto tempo ele está assim? " "Desde a infância", respondeu ele.
22 "Muitas vezes o tem lançado no fogo e na água para matá-lo. Mas, se podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos. "
23 "Se podes? ", disse Jesus. "Tudo é possível àquele que crê. "
24 Imediatamente o pai do menino exclamou: "Creio, ajuda-me a vencer a minha incredulidade! "
25 Quando Jesus viu que uma multidão estava se ajuntando, repreendeu o espírito imundo, dizendo: "Espírito mudo e surdo, eu ordeno que o deixe e nunca mais entre nele".
26 O espírito gritou, agitou-o violentamente e saiu. O menino ficou como morto, a ponto de muitos dizerem: "Ele morreu".
27 Mas Jesus tomou-o pela mão e o levantou, e ele ficou em pé.
28 Depois de Jesus ter entrado em casa, seus discípulos lhe perguntaram em particular: "Por que não conseguimos expulsá-lo? "
29 Ele respondeu: "Essa espécie só sai pela oração e pelo jejum".
30 Eles saíram daquele lugar e atravessaram a Galiléia. Jesus não queria que ninguém soubesse onde eles estavam,
31 porque estava ensinando os seus discípulos. E lhes dizia: "O Filho do homem está para ser entregue nas mãos dos homens. Eles o matarão, e três dias depois ele ressuscitará".
32 Mas eles não entendiam o que ele queria dizer e tinham receio de perguntar-lhe.
33 E chegaram a Cafarnaum. Quando ele estava em casa, perguntou-lhes: "O que vocês estavam discutindo no caminho? "
34 Mas eles guardaram silêncio, porque no caminho haviam discutido sobre quem era o maior.
35 Assentando-se, Jesus chamou os Doze e disse: "Se alguém quiser ser o primeiro, será o último, e servo de todos".
36 E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles. Pegando-a nos braços, disse-lhes:
37 "Quem recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo; e quem me recebe, não está apenas me recebendo, mas também àquele que me enviou".
38 "Mestre", disse João, "vimos um homem expulsando demônios em teu nome e procuramos impedi-lo, porque ele não era um dos nossos. "
39 "Não o impeçam", disse Jesus. "Ninguém que faça um milagre em meu nome, pode falar mal de mim logo em seguida,
40 pois quem não é contra nós está a nosso favor.
41 Eu lhes digo a verdade: Quem lhes der um copo de água em meu nome, por vocês pertencerem a Cristo, de modo nenhum perderá a sua recompensa. "
42 "Se alguém fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em mim, seria melhor que fosse lançado no mar com uma grande pedra amarrada no pescoço.
43 Se a sua mão o fizer tropeçar, corte-a. É melhor entrar na vida mutilado do que, tendo as duas mãos, ir para o inferno, onde o fogo nunca se apaga,
44 onde o seu verme não morre, e o fogo não se apaga.
45 E se o seu pé o fizer tropeçar, corte-o. É melhor entrar na vida aleijado do que, tendo os dois pés, ser lançado no inferno.
46 onde o seu verme não morre, e o fogo não se apaga.
47 E se o seu olho o fizer tropeçar, arranque-o. É melhor entrar no Reino de Deus com um só olho do que, tendo os dois olhos, ser lançado no inferno,
48 onde ‘o seu verme não morre, e o fogo não se apaga’.
49 Cada um será salgado com fogo.
50 "O sal é bom, mas se deixar de ser salgado, como restaurar o seu sabor? Tenham sal em vocês mesmos e vivam em paz uns com os outros".
1 Dizia-lhes ainda:
— Em verdade lhes digo que, dos que aqui se encontram, existem alguns que não passarão pela morte até que vejam ter chegado com poder o Reino de Deus.
2 Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e os levou, em particular, a sós, a um alto monte. E Jesus foi transfigurado diante deles. 3 As suas roupas se tornaram resplandecentes, de um branco muito intenso, como nenhum lavandeiro no mundo as poderia alvejar. 4 E lhes apareceu Elias com Moisés, e estavam falando com Jesus. 5 Então Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus:
— Mestre, bom é estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para o senhor, outra para Moisés e outra para Elias.
6 Pois não sabia o que dizer, por estarem eles apavorados. 7 A seguir, veio uma nuvem que os envolveu; e dela veio uma voz que dizia:
— Este é o meu Filho amado; escutem o que ele diz!
8 E, de repente, olhando ao redor, não viram mais ninguém com eles, a não ser Jesus.
9 Ao descerem do monte, Jesus lhes ordenou que não divulgassem as coisas que tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos. 10 Eles guardaram a recomendação, perguntando uns aos outros o que seria esse ressuscitar dentre os mortos. 11 Então perguntaram a Jesus:
— Por que os escribas dizem ser necessário que Elias venha primeiro?
12 Jesus respondeu:
— Elias, vindo primeiro, restaurará todas as coisas. Como, então, está escrito sobre o Filho do Homem que sofrerá muito e será desprezado? 13 Eu, porém, lhes digo que Elias já veio, e fizeram com ele tudo o que quiseram, como está escrito a respeito dele.
14 Quando eles se aproximaram dos outros discípulos, viram numerosa multidão ao redor deles e os escribas discutindo com eles. 15 E logo toda a multidão, ao ver Jesus, ficou surpresa e, correndo até ele, o saudava. 16 Então Jesus perguntou:
— O que é que vocês estão discutindo com eles?
17 E um, do meio da multidão, respondeu:
— Mestre, eu trouxe até o senhor o meu filho, que está possuído de um espírito mudo; 18 e este, sempre que se apossa dele, lança-o por terra, e ele espuma, range os dentes e vai definhando. Pedi aos seus discípulos que o expulsassem, mas eles não puderam.
19 Então Jesus exclamou:
— Ó geração incrédula, até quando estarei com vocês? Até quando terei de suportá-los? Tragam o menino até aqui.
20 E eles o trouxeram. Quando ele viu Jesus, o espírito imediatamente agitou o menino com violência, e, caindo ele por terra, revolvia-se espumando. 21 Jesus perguntou ao pai do menino:
— Há quanto tempo isso está acontecendo com ele?
O pai respondeu:
— Desde a infância; 22 e muitas vezes o tem lançado no fogo e na água, para o matar. Mas, se o senhor pode fazer alguma coisa, tenha compaixão de nós e ajude-nos.
23 Ao que Jesus respondeu:
— "Se o senhor pode"? Tudo é possível ao que crê.
24 E imediatamente o pai do menino exclamou:
— Eu creio! Ajude-me na minha falta de fé!
25 Vendo Jesus que muita gente estava se reunindo, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe:
— Espírito mudo e surdo, eu ordeno a você: Saia deste menino e nunca mais entre nele.
26 E ele, gritando e agitando-o muito, saiu, deixando-o como se estivesse morto, a ponto de muitos dizerem:
— Morreu.
27 Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou.
28 Quando Jesus entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaram em particular:
— Por que nós não pudemos expulsá-lo?
29 Jesus respondeu:
— Esse tipo de espírito só pode ser expulso por meio de oração.
30 E, tendo saído dali, passavam pela Galileia, e Jesus não queria que ninguém o soubesse, 31 porque ensinava os seus discípulos e lhes dizia:
— O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e estes o matarão; mas, três dias depois da sua morte, ressuscitará.
32 Eles, porém, não compreendiam isto e tinham medo de perguntar.
33 Chegaram, então, a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou aos discípulos:
— Sobre o que vocês estavam discutindo no caminho?
34 Mas eles se calaram, porque, no caminho, tinham discutido entre si sobre quem era o maior. 35 E Jesus, assentando-se, chamou os doze e lhes disse:
— Se alguém quer ser o primeiro, será o último e servo de todos.
36 Trazendo uma criança, colocou-a no meio deles e, tomando-a nos braços, disse-lhes:
37 — Quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, recebe a mim; e quem receber a mim, não é a mim que recebe, mas aquele que me enviou.
38 João disse a Jesus:
— Mestre, vimos um homem que expulsava demônios em seu nome, mas nós o proibimos de fazer isso, porque não nos seguia.
39 Mas Jesus respondeu:
— Não o proíbam, porque não há ninguém que faça milagre em meu nome e, logo a seguir, possa falar mal de mim. 40 Pois quem não é contra nós é a favor de nós. 41 Pois aquele que lhes der de beber um copo de água, em meu nome, porque vocês são de Cristo, em verdade lhes digo que de modo nenhum perderá a sua recompensa.
42 — E, se alguém fizer tropeçar um destes pequeninos que creem em mim, seria melhor para esse que uma grande pedra de moinho fosse pendurada ao seu pescoço e fosse jogado no mar. 43 E, se a sua mão leva você a tropeçar, corte-a; pois é melhor você entrar aleijado na vida do que, tendo as duas mãos, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga 44 [onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga]. 45 E, se o seu pé leva você a tropeçar, corte-o; pois é melhor você entrar na vida aleijado do que, tendo os dois pés, ser lançado no inferno 46 [onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga]. 47 E, se um dos seus olhos leva você a tropeçar, arranque-o; pois é melhor você entrar no Reino de Deus com um olho só do que, tendo os dois, ser lançado no inferno, 48 onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga.
49 — Porque cada um será salgado com fogo. 50 O sal é bom; mas, se o sal vier a se tornar insípido, como lhe restaurar o sabor? Tenham sal em vocês mesmos e paz uns com os outros.
1 Jesus prosseguiu: "Eu lhes digo a verdade: alguns que estão aqui neste momento não morrerão antes de ver o reino de Deus vindo com grande poder!".
2 Seis dias depois, Jesus levou consigo Pedro, Tiago e João até um monte alto, para estarem a sós. Ali, diante de seus olhos, a aparência de Jesus foi transformada. 3 Suas roupas ficaram brancas e resplandecentes, muito mais claras do que qualquer lavandeiro seria capaz de deixá-las. 4 Então Elias e Moisés apareceram e começaram a falar com Jesus.
5 Pedro exclamou: "Rabi, é maravilhoso estarmos aqui! Vamos fazer três tendas: uma será sua, uma de Moisés e outra de Elias". 6 Disse isso porque não sabia o que mais falar, pois estavam todos apavorados.
7 Então uma nuvem os cobriu, e uma voz que vinha da nuvem disse: "Este é meu Filho amado. Ouçam-no!". 8 De repente, quando olharam em volta, só Jesus estava com eles.
9 Enquanto desciam o monte, Jesus ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos. 10 Eles guardaram segredo, mas conversavam entre si com frequência sobre o que ele queria dizer com "ressuscitar dos mortos".
11 Então eles perguntaram a Jesus: "Por que os mestres da lei afirmam que é necessário que Elias volte antes que o Cristo venha?".
12 Jesus respondeu: "De fato, Elias vem primeiro para restaurar tudo. Então por que as Escrituras dizem que é necessário o Filho do Homem sofrer muito e ser tratado com desprezo? 13 Eu, porém, lhes digo: Elias já veio e eles preferiram maltratá-lo, conforme as Escrituras haviam previsto".
14 Ao voltarem para junto dos outros discípulos, viram que estavam cercados por uma grande multidão e que alguns mestres da lei discutiam com eles. 15 Quando a multidão viu Jesus, ficou muito admirada e correu para cumprimentá-lo.
16 "Sobre o que discutem?", perguntou Jesus.
17 Um dos homens na multidão respondeu: "Mestre, eu lhe trouxe meu filho, que está possuído por um espírito impuro que não o deixa falar. 18 Sempre que o espírito se apodera dele, joga-o no chão, e ele espuma pela boca, range os dentes e fica rígido. Pedi a seus discípulos que expulsassem o espírito impuro, mas eles não conseguiram".
19 Jesus lhes disse: "Geração incrédula! Até quando estarei com vocês? Até quando terei de suportá-los? Tragam o menino para cá".
20 Então o trouxeram. Quando o espírito impuro viu Jesus, causou uma convulsão intensa no menino e ele caiu no chão, contorcendo-se e espumando pela boca.
21 Jesus perguntou ao pai do menino: "Há quanto tempo isso acontece com ele?".
"Desde que ele era pequeno", respondeu o pai. 22 "Muitas vezes o espírito o lança no fogo ou na água e tenta matá-lo. Tenha misericórdia de nós e ajude-nos, se puder."
23 "Se puder?", perguntou Jesus. "Tudo é possível para aquele que crê."
24 No mesmo instante, o pai respondeu: "Eu creio, mas ajude-me a superar minha incredulidade".
25 Quando Jesus viu que a multidão aumentava, repreendeu o espírito impuro, dizendo: "Espírito que impede este menino de ouvir e falar, ordeno que saia e nunca mais entre nele!".
26 O espírito gritou, causou outra convulsão intensa no menino e saiu dele. O menino parecia morto. Um murmúrio correu pela multidão: "Ele morreu". 27 Mas Jesus o tomou pela mão e o ajudou a se levantar, e ele ficou em pé.
28 Depois, quando Jesus estava em casa com seus discípulos, eles perguntaram: "Por que não conseguimos expulsar aquele espírito impuro?".
29 Jesus respondeu: "Essa espécie só sai com oração".
30 Ao deixarem aquela região, viajaram pela Galileia. Jesus não queria que ninguém soubesse que ele estava lá, 31 pois queria ensinar a seus discípulos. Ele lhes dizia: "O Filho do Homem será traído e entregue em mãos humanas. Será morto, mas três dias depois ressuscitará". 32 Eles, porém, não entendiam essas coisas e tinham medo de lhe perguntar.
33 Depois que chegaram a Cafarnaum e se acomodaram numa casa, Jesus perguntou a seus discípulos: "Sobre o que vocês discutiam no caminho?". 34 Eles não responderam, pois tinham discutido sobre qual deles era o maior. 35 Jesus se sentou, chamou os Doze e disse: "Quem quiser ser o primeiro, que se torne o último e seja servo de todos".
36 Então colocou uma criança no meio deles, tomou-a nos braços e disse: 37 "Quem recebe uma criança pequena como esta em meu nome recebe a mim, e quem me recebe não recebe apenas a mim, mas também ao Pai, que me enviou".
38 João disse a Jesus: "Mestre, vimos alguém usar seu nome para expulsar demônios; nós o proibimos, pois ele não era do nosso grupo".
39 "Não o proíbam!", disse Jesus. "Ninguém que faça milagres em meu nome falará mal de mim a seguir. 40 Quem não é contra nós é a favor de nós. 41 Eu lhes digo a verdade: se alguém lhes der um simples copo de água porque vocês são seguidores do Cristo, essa pessoa certamente será recompensada.
42 "Mas, se alguém fizer um destes pequeninos que confiam em mim cair em pecado, seria melhor que lhe amarrassem ao pescoço uma grande pedra de moinho e fosse jogado ao mar. 43 Se sua mão o leva a pecar, corte-a fora. É melhor entrar na vida eterna com apenas uma das mãos que ser lançado no fogo inextinguível do inferno com as duas mãos. 44 Lá os vermes nunca morrem e o fogo nunca se apaga. 45 Se seu pé o leva a pecar, corte-o fora. É melhor entrar na vida eterna com apenas um pé que ser lançado no inferno com os dois pés. 46 Lá os vermes nunca morrem e o fogo nunca se apaga. 47 E, se seu olho o leva a pecar, lance-o fora. É melhor entrar no reino de Deus com apenas um dos olhos que ter os dois olhos e ser lançado no inferno. 48 Lá os vermes nunca morrem e o fogo nunca se apaga.
49 "Pois cada um será provado com fogo. 50 O sal é bom para temperar, mas, se perder o sabor, como torná-lo salgado outra vez? Tenham entre vocês as qualidades do bom sal e vivam em paz uns com os outros."