A importância do autoexame

O cristão deve examinar a si mesmo. Sua consciência é sua juíza de primeira instância, aquela que recebe, de imediato, as acusações que lhe são apontadas. E, diante da identificação do pecado, deve haver arrependimento, seguido de confissão, entrega à regeneração e retorno à direção da vontade de Deus, segundo o modelo de Cristo Jesus (Lamentações 5:21).

O Espírito Santo, que habita em nós, nos auxilia nesse processo de autoexame. Ele nos alerta constantemente quanto aos riscos das tentações que enfrentamos e nos fortalece para resistir às concupiscências. Ainda somos de carne e osso; nossa matéria orgânica está ligada a este mundo, que é contrário às coisas santas. De modo que, embora sejamos sedentos de Deus em espírito, na carne somos inclinados aos prazeres ilícitos, os quais não convêm aos que desejam viver de forma santa e irrepreensível (1 Coríntios 6:12).

Ainda que, no contexto desta advertência, Paulo esteja tratando do comportamento à mesa do Senhor, o princípio aqui exposto é o mesmo que deve reger nossa vigilância pessoal: devemos nos examinar continuamente, para que, pelo Espírito Santo, sejamos corrigidos e aperfeiçoados para o dia de Cristo Jesus e, quando Ele vier, nos encontre vivendo de maneira pura e santa diante dele (Mateus 24:46).

Portanto, vigiemos em todas as áreas da nossa vida, para que, por meio do nosso comportamento e testemunho, possamos refletir Cristo Jesus e revelar ao mundo o milagre operado em nós: a transformação e o novo nascimento (João 1:12,13).

Examinar a nós mesmos é conceder ao Espírito Santo total liberdade para agir sobrenaturalmente em nossa consciência, revelando o caminho da regeneração e do retorno à pureza de Cristo Jesus. Pelo poder da Sua Palavra, Deus nos liberta e santifica (João 8:32; João 17:17).

Deus lhe abençoe!

“Abandonar o pecado é deixá-lo sem nenhum pensamento oculto de voltar para ele.” — William Gurnall

ORE: Pai, dá-nos coragem para enfrentarmos os nossos pecados, até mesmo os ocultos, revelados apenas por meio de um criterioso autoexame. Santifica-nos, Senhor! Amém.

A sacralidade da ceia do Senhor

A Ceia do Senhor é sagrada! Seu modelo foi transmitido a Paulo diretamente pelo próprio Senhor Jesus, que lhe revelou a importância fundamental dessa prática entre os irmãos em Cristo. Uma atmosfera espiritual e transcendente envolve os cristãos que se reúnem em torno da mesa do Senhor. E, ainda que o pão e o vinho tenham caráter simbólico, a consagração desses elementos para uso exclusivo em uma cerimônia tão solene os torna instrumentos da fé, cuja manifestação promove arrependimento, confissão, aliança, perdão, renovação e milagres na vida dos participantes (1 Coríntios 10:16).

Não é raro ouvirmos testemunhos de irmãos que recebem intervenções sobrenaturais de Deus ao participarem da Ceia do Senhor. Isso ocorre porque essa mesa não representa uma mera celebração física, onde comemos um pedaço de pão e provamos um pouco do fruto da videira. Na verdade, a Ceia é muito mais que isso: o Corpo de Cristo transcende os elementos e nos alcança por meio da comunhão entre os irmãos.

Devemos conviver uns com os outros, suportando-nos em amor. Devemos nos sentar à mesma mesa, comer do mesmo pão e beber do mesmo cálice. Pela fé, esse ato simbólico nos conecta de maneira sobrenatural e nos torna um só corpo no Senhor (Colossenses 3:13).

Deus lhe abençoe!

“Uma pessoa pode ir à igreja duas vezes por dia, participar da Ceia do Senhor, orar em particular o máximo que puder, assistir a todos os cultos e ouvir muitos sermões, ler todos os livros que existem sobre Cristo. Mas, ainda assim, tem que nascer de novo.” — John Wesley

ORE: Senhor Deus, te agradecemos pelo privilégio de participarmos da natureza de Cristo Jesus e compartilharmos isso com nosso irmão, à mesa do Senhor. Amém.

Combatendo as heresias

O termo heresia (do grego hairesis, escolha, partido) significa, literalmente, o ato de dividir, separar ou provocar cisma. No contexto da igreja, essas divisões surgiam, em geral, a partir de falsos ensinos ou de opiniões conflitantes com as dos apóstolos. Por isso, o termo acabou sendo associado a falsas doutrinas ou, até mesmo, a “doutrinas de demônios”. No entanto, originalmente, heresia era simplesmente o ato de alguém escolher um lado, geralmente contrário ao que lhe era ensinado.

Paulo aconselhou a Igreja de Corinto quanto às heresias. Em tom irônico, ele reconheceu que, de certo modo, as heresias têm sua utilidade, pois acabam revelando aqueles que estão em trevas no meio do rebanho do Senhor, sempre promovendo dissensões e divisões no Corpo de Cristo (Gálatas 5:20).

A unidade e o amor fraternal eram a base da estrutura da igreja primitiva. Não havia divisões, nem igrejas que se considerassem superiores ou mais espirituais que outras. Também não se tolerava aqueles que, movidos por orgulho pessoal, se afastavam do convívio dos irmãos para formar uma nova comunidade separada da liderança dos apóstolos (1 Pedro 2:1).

Quando alguém demonstrava intenção de dividir o Corpo de Cristo, era identificado, aconselhado e, após uma ou duas advertências corretivas, se não quisesse ouvir, era afastado do convívio da igreja (Tito 3:9-11).

As heresias causam terríveis danos à Igreja de Cristo Jesus. Nunca foi intenção de Deus que a Igreja fosse fragmentada, dividida ou repartida por discordâncias entre irmãos. É verdade que a multiforme sabedoria de Deus permite pensamentos diversos, mas todos devem estar centrados nas Escrituras Sagradas e na doutrina dos apóstolos (2 Timóteo 3:16).

Não permitamos que heresias nos afastem uns dos outros, nem que falsos ensinos nos afastem de Cristo.

Deus lhe abençoe!

“Se a fé que alguém professa estiver lhe separando dos irmãos, então já não é do Corpo de Cristo que essa pessoa faz parte.” — Aureliano Jr.

ORE: Nosso Pai, ensina-nos a discernir os falsos ensinos e as más intenções daqueles que se infiltram no seio da tua Igreja para dividir o Corpo de Cristo. Amém.