Satisfeitos com o que somos

A vida dos apóstolos é um modelo de humildade, e Paulo, em especial, tornou-se um grande exemplo a ser seguido. Apesar de ter sido o mais instruído, culto e preparado entre os doze, jamais reivindicou para si uma posição de superioridade ou vanglória. Pelo contrário, considerava-se o menor dos apóstolos e o principal dos pecadores (1 Timóteo 1:15). Em sua carta aos Romanos, chegou a clamar: “Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Romanos 7:24).

Essas palavras não são fingimento ou falsa modéstia. Paulo falava com sinceridade e convicção. Ele tinha plena consciência de que tudo o que era, devia à graça de Deus. Reconhecia que, se algo bom havia em sua vida, era fruto da obra redentora de Cristo Jesus. A humildade que demonstrava era autêntica, nascida de um coração quebrantado que entendia que todo mérito pertence a Deus (1 Coríntios 15:10).

Essa atitude nos ensina algo poderoso: devemos nos esforçar para sermos iguais aos nossos irmãos. Se estivermos em posição de destaque, que desçamos com humildade. Se estivermos em posição inferior, que sirvamos com excelência e deixemos que nossa vida inspire outros. A verdadeira grandeza no Reino de Deus está em servir (Filipenses 2:3,4).

Servir a Deus exige humildade. Tudo o que fazemos deve refletir a glória de Cristo, e não a nossa. Como vasos de barro, carregamos o óleo precioso da unção do Espírito Santo. Sem esse óleo, seríamos apenas barro seco, frágil e inútil (João 3:30; 2 Coríntios 4:7).

Que o nosso viver glorifique a Deus! Que, como altares vivos, nosso sacrifício seja santo, agradável e constante. Que nunca nos esqueçamos: tudo o que somos é pela graça!

Deus lhe abençoe!

“Não se vanglorie da própria humildade. Você pode estar prestes a ser vencido pelo orgulho.” (Aureliano Jr.)

ORE: Senhor, dá-nos a humildade que marcou a vida de Cristo Jesus, que foi manso e humilde de coração. Amém.

Edificando uns aos outros

A igreja de Cristo Jesus é edificada segundo a multiforme sabedoria de Deus (Efésios 3:10). Ela não é uma estrutura rígida, sem vida, presa a rituais vazios ou formalismos religiosos. A verdadeira Igreja é um organismo vivo, onde o Espírito Santo age com liberdade, e onde cada filho de Deus tem um papel importante na edificação mútua do Corpo.

Os irmãos podem se reunir em uma simples choupana ou em uma catedral majestosa. Podem apresentar cultos elaborados, com música refinada e palavras eloquentes, ou podem adorar em meio à simplicidade, com recursos escassos, sem técnica ou estética. Aos olhos de Deus, o que mais importa não é o que acontece por fora, mas o que brota do coração (João 12:26).

É por isso que Paulo orienta os coríntios a manterem o foco na edificação. A adoração comunitária deve ser marcada pela sinceridade, pela humildade e pelo compromisso mútuo com a fé. Não há espaço para disputas, vaidades ou divisões entre irmãos. Cada dom, cada palavra, cada gesto, tudo deve ser feito para edificar o Corpo de Cristo (1 Coríntios 14:26).

O Senhor se agrada da simplicidade. Ele nos enviou seu Filho de maneira humilde, nascido em um estábulo, servo e manso de coração. E Ele continua a habitar, pelo seu Espírito Santo, em corações simples e quebrantados (Salmos 116:1).

Quando nos reunirmos para adorá-lo, não será a falta de tecnologia, conforto ou erudição que impedirá a Sua presença. O que não pode faltar é um coração sincero e um espírito voluntário, que ofereça a Ele o louvor verdadeiro e a adoração em espírito e em verdade (João 4:23).

Deus lhe abençoe!

“Somos o edifício de Deus. Ele nos fez como tijolos — de modo que, sozinhos, jamais seremos edificados, e juntos, jamais seremos derrubados.” (Aureliano Jr.)

ORE: Pai, a tua Igreja é a tua família, edificada sobre o fundamento de Cristo, pela tua Palavra. Mantenha-nos unidos, para que jamais sejamos destruídos. Amém.

Tempo de crescer

A carta de Paulo aos Coríntios é um chamado ao crescimento. Aquela igreja, marcada por divisões, imoralidade, preferências pessoais por líderes e comportamentos infantis, precisava acordar para a realidade de que era tempo de amadurecer.

O amadurecimento nasce do crescimento e este só acontece quando buscamos valores espirituais mais elevados em Cristo Jesus (2 Pedro 3:18). Não há maturidade sem transformação, e não há transformação sem compromisso com o Evangelho.

Se o nível mais baixo da fé já havia se instalado entre os coríntios, ameaçando a própria obra de Cristo no meio deles, o nível mais alto seria alcançado pela prática do amor. Não qualquer amor, mas o verdadeiro amor que vem de Deus: um amor que sofre, que serve, que resiste à inveja e à arrogância. Quem ama com esse amor não busca seus próprios interesses, não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. (1 Coríntios 13:1-3)

Se os coríntios já estivessem praticando esse amor, não estariam presos a tantos conflitos. Estariam unidos sob a liderança de Cristo, e não divididos por preferências humanas. Viveriam em santidade, e não em pecados que envergonhavam até os que estavam fora da fé (1 Coríntios 5:1).

O amor nos aperfeiçoa. Quem ama com o amor de Deus está caminhando rumo à maturidade espiritual, alcançando a plenitude da vida em Cristo, a “estatura de varão perfeito” (Efésios 4:13).

Se de fato desejamos amadurecer, devemos amar como Cristo nos amou, e se entregou por nós!

Deus lhe abençoe!

“Um escultor pode abandonar seu trabalho e voltar a ele em outro dia, retomando de onde parou. Mas o mesmo não acontece com o crescimento da alma. A obra da graça em nós cresce ou declina, aumenta ou diminui.” (Andrew Anderson)

ORE: Deus de Amor, ensina-nos a ser puros como as crianças, mas sem deixar de amadurecer. Cresce em nós o teu amor. Amém.