Preservando o Primeiro Amor

A epístola de Paulo aos Efésios, uma das cartas que ele escreveu na prisão, poderia ser facilmente chamada de Epístola do Amor ou Epístola da Unidade. Nela, Paulo tece elogios à fé dos cristãos efésios e ao amor que demonstravam para com os santos. Esse amor cresceu de tal forma que promoveu uma unidade profunda no corpo de Cristo naquela comunidade, inspirando Paulo a encorajá-los na busca da unidade da fé, do pleno conhecimento do Filho de Deus, até que alcançassem a condição de Homem Perfeito, a medida da estatura completa de Cristo (Efésios 4:13).

Nenhuma igreja à qual Paulo escreveu recebeu palavras tão elevadas sobre o relacionamento com Cristo e com os irmãos. O amor manifestado entre os efésios não era meramente humano; era sobrenatural, gerado pelo próprio Deus (1 João 4:19)!

Todavia, assim como Deus nos dá todas as condições para colher frutos, o sol, a água e a terra rica em nutrientes, cabe a nós cultivar e manter viva e produtiva a planta que nos alimenta. Do mesmo modo, o amor sobrenatural que Deus concedeu aos efésios dependia do cultivo deles, mantendo-o vivo e sempre pronto a alimentar a fé uns dos outros. O que se viu no futuro, no entanto, foi que eles se esmeraram no zelo, mas se esqueceram de cultivar o amor não fingido. Por isso, ele foi deixado de lado, resultando em repreensão (Apocalipse 2:4).

Não podemos descuidar do maior bem que recebemos de Deus para preservar a unidade do corpo de Cristo. Amemo-nos uns aos outros, como Cristo nos amou, e assim permaneceremos no primeiro amor (1 Coríntios 13:1,10-13,2-9)!

Deus lhe abençoe!

“Para voltar ao primeiro amor não há método ou técnica; não há tratamento ou terapia. Apenas nos arrependamos e voltemos para Ele.” — Aureliano Jr.

ORE: Deus de amor, livra-nos de sermos absorvidos por um zelo tão excessivo, a ponto de esquecermos do Teu primeiro amor. Amém.

Somos herdeiros, somos herança!

O sacrifício de Cristo Jesus nos tornou propriedade peculiar de Deus. Fomos agregados ao patrimônio eterno do Senhor, de modo que já somos feitos sua herança eterna. Isso significa que, a partir do momento em que nascemos de novo, nosso destino está selado para a vida eterna, a qual herdaremos por meio de Cristo Jesus (Êxodo 19:5).

Essa realidade espiritual nos coloca em uma condição sui generis: somos, ao mesmo tempo, herdeiros e herança. Como filhos de Deus, herdamos todas as suas bênçãos espirituais em Cristo, nos lugares celestiais; e, como propriedade peculiar de Deus, somos sua herança, a qual Ele generosamente transmitiu ao seu Filho Jesus, para que, conosco, Ele formasse a sua Igreja, o seu corpo (1 Coríntios 12:27).

Isso é um mistério profundo e insondável, que, por mais que reflitamos, ainda não conseguimos compreender plenamente. Por essa razão, muitas discussões, e até discordâncias, surgem entre os filhos de Deus ao tentar entender a grandiosidade desse mistério. Entretanto, a nós, seus filhos, basta saber que Ele nos salvou, nos remiu, nos transformou, nos recriou (somos novas criaturas) e nos destinou, a partir de Cristo Jesus, a sermos sua herança. Fomos inseridos em seu eterno patrimônio e, ao mesmo tempo, feitos herdeiros, participantes das riquezas desse patrimônio. Ao nosso Deus, rendamos, portanto, toda glória e toda honra (Romanos 11:33-36)!

Deus lhe abençoe!

“A maior evidência da grandeza da obra de Cristo em nosso favor é a impossibilidade de se poder calcular o tamanho da nossa herança, porque é eterna.” — Aureliano Jr.

ORE: Deus de toda graça, capacita-nos a viver de forma condizente com a grandiosa obra que efetuaste em nosso favor, por meio de Cristo Jesus. Amém.

A loucura da pregação

Esse trecho da carta de Paulo aos Coríntios nos traz um intrigante questionamento: seria Deus contrário à sensata sabedoria? Ou seria oposto à prudente inteligência? Estaria Deus, por natureza, avesso aos institutos organizacionais da fé? Desejaria Deus uma igreja sem estrutura, sem ordem ou sem sábia organização?

Por óbvio, todas as respostas são negativas! Deus ama a sabedoria (Provérbios 8); Ele mesmo pôs ordem na Sua criação (Gênesis 1) e estabeleceu um sistema de culto organizado e cuidadosamente ordenado para Si mesmo (leia Êxodo e Levítico). Não obstante, homens sábios foram levantados por Ele, como Salomão e Daniel, demonstrando o Seu profundo apreço pela sabedoria e pela inteligência (Provérbios 9:10).

Deus ama a sabedoria, aprecia a inteligência e considera o esforço feito pela igreja para oferecer-Lhe um culto racional, organizado e edificante, com palavras de sabedoria e louvores de qualidade. Mas, ao mesmo tempo, Ele rejeita todo esforço baseado na vaidade humana e no interesse, mesmo que disfarçado, de autopromoção.

O culto a Deus deve ser um sacrifício vivo, santo e agradável — não a nós, mas a Ele. O culto que oferecemos só deve ter um alvo: a Glória de Deus. E a beleza que Deus mais aprecia não é a erudição das palavras ou a qualidade da música, mas a singeleza de um coração contrito, unido a outros corações quebrantados, sedentos de Deus, famintos da Sua Palavra.

Deixe que te chamem de louco! Deixe que Deus te faça sábio!

Deus lhe abençoe!

“O mundo enlouquece a si mesmo com festas, drogas, licenciosidade e perversão. Nós enlouquecemos a pregação com a Sabedoria de Deus.” (Aureliano Jr.)