Adubo espiritual

O conceito cristão de vida sacrificial tem início no próprio Cristo Jesus. Seu sacrifício não se limitou à cruz, nem aos sofrimentos físicos que antecederam sua morte. Toda a sua existência terrena foi marcada pela renúncia. Desde o momento em que se fez carne, Ele viveu em entrega constante, nunca buscando os próprios interesses, mas sim os interesses do Pai (João 5:30).

Somos chamados a imitar Cristo. Nossa vida não nos foi dada para ser vivida segundo nossos próprios desejos. Ainda que haja espaço para alegria e prazer, nossa prioridade deve ser sempre a vontade de Deus — e não a nossa (Lucas 22:42).

Se Cristo nos entregou um jugo — ainda que suave — e um fardo — ainda que leve; se Ele nos deu uma cruz para carregar; se nos chamou à fidelidade até a morte, para então herdarmos a coroa da vida; e se Ele mesmo cumpriu tudo isso, é certo que nossa nova vida em Deus não foi desenhada para ser isenta de dificuldades. Não é um mar de rosas onde tudo sempre dá certo, e onde não há lutas ou aflições (João 16:33).

Somos chamados a viver uma vida abençoada, frutífera e vitoriosa. Mas, da mesma forma, devemos estar preparados para o sacrifício, quando Deus assim requerer (Jó 2:10).

Deus lhe abençoe!

"Assim como o grão de trigo, que é Cristo, morreu para que o trigal, a Igreja, florescesse, igualmente o adubo, que somos nós, precisa nutrir a terra, para que o trigal seja alimentado."

— Aureliano Jr.

ORE: Ó Deus, ajuda-nos a seguir o exemplo do teu Filho Jesus, mortificando a nós mesmos por amor ao teu Reino. Que sejamos adubo espiritual, para que grandes frutos floresçam na tua Igreja. Amém.

Nada é nosso; Tudo é de Deus!

Os filhos de Deus devem viver em constante vigilância. Ainda estamos sujeitos ao pecado, o que nos torna vulneráveis à queda, caso não estejamos atentos. Recebemos tantas bênçãos por meio da Graça de Deus que, se não soubermos lidar com elas, podemos cair na armadilha do orgulho — achando-nos especiais, mais queridos por Deus do que os outros, ou até superiores por aparentarmos algum tipo de favoritismo divino (Tiago 4:16).

As Escrituras, porém, são claras: Deus não faz acepção de pessoas. Somos apenas despenseiros da Sua Graça — depósitos da Vontade Divina. Ainda que isso nos conceda grandes bênçãos, sendo a maior delas a Vida Eterna, não há mérito algum em nós. Tudo o que se manifesta em nossas vidas é unicamente fruto da bondade de Deus (Efésios 2:8,9).

O Senhor reprova qualquer sentimento de favoritismo. Por meio dos apóstolos, Ele ensina que devemos cultivar a humildade, considerando cada irmão como superior a nós mesmos. O próprio Paulo dá esse exemplo, ao afirmar que ele e os demais apóstolos, apesar da aparente importância, consideram-se os últimos, como condenados à morte, expostos como espetáculo ao mundo. Que belíssima demonstração de humildade! Que ela nos inspire a valorizar o próximo e rejeitar todo egocentrismo (Filipenses 2:3).

No Reino de Deus não há espaço para privilégios pessoais ou bênçãos exclusivas. Somos um só corpo; se um é abençoado, todos são. Se um sofre, todos sofrem.

Deus lhe abençoe!

"Aquele que deixa Deus fora de seus cálculos não sabe contar." — Thomas A. Davis

ORE: Pai de Amor, nós somos em tudo dependentes de ti. Nada do que temos vem de nós, mas de ti. E o que temos não nos faz maiores, mas menores do que o nosso irmão. Dá-nos humildade para entender isso. Amém.

O exemplo como ferramenta de ensino

Na carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo enfrenta o desafio de corrigir uma igreja que, embora possuísse muitas qualidades e virtudes, carregava graves erros morais, éticos e comportamentais que exigiam correção imediata. Ele sabia que não bastariam discursos eloquentes ou argumentos humanos — os coríntios já estavam acostumados a isso. Era necessário que o poder de Deus e a ação corretiva do Espírito Santo se manifestassem com autoridade (1 Coríntios 2:1-4).

Para isso, Paulo recorre ao próprio exemplo de vida, bem como ao de seu companheiro Apolo, como modelo de conduta cristã. Ele os apresenta como referência para ensinar como devem viver aqueles que desejam ser aprovados como representantes de Deus na terra. E conclui advertindo: é essencial que todos pautem a vida nas Escrituras e evitem usar o favor divino como justificativa para atitudes erradas, como se o livramento do pecado fosse uma licença para continuar pecando (Mateus 6:23).

Essa exortação é extremamente relevante para nós, cristãos de hoje. Vivemos em tempos marcados pelo relativismo moral, onde os limites entre certo e errado parecem cada vez mais indefinidos. No mundo atual, tudo se torna justificável desde que a intenção pareça boa. Mesmo o pecado pode ser tolerado se for “por uma boa causa”.

Como servos de Deus, o nosso exemplo é uma verdadeira sala de aula viva. É por meio do nosso comportamento que o mundo — e até mesmo a própria igreja — compreende o que significa ser um filho de Deus. Por isso, sejamos referências fiéis da vontade do Senhor, andando de modo digno dAquele que nos chamou (Colossenses 1:10).

Deus lhe abençoe!

“Somos semelhantes a uma fôrma, que dá à massa o desenho que o bolo terá; o mundo só tem o nosso exemplo para conhecer como de fato Cristo Jesus espera que as pessoas sejam.” (Aureliano Jr.)

ORE: Senhor Deus, como é grande a nossa responsabilidade! Temos a missão de ser exemplo diante do mundo. Dá-nos sabedoria para desempenhar esse papel com maestria. Amém.