Licitude e Conveniência

A carta de Paulo aos Coríntios não é composta apenas de palavras de repreensão, advertências e correções. Ela é um verdadeiro tratado de moralidade e ética aplicável ao Reino de Deus. Paulo se dedica a demonstrar, com palavras, o que é considerado adequado como bom comportamento para o cristão.

Nesta perícope, Paulo faz uma de suas mais célebres assertivas: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convêm”. O que ele pontua aqui é que o mundo tem, como base moral, um modelo de vida que nem sempre é adequado para nós, cristãos. Isso não significa que tudo o que o mundo faz é errado, mas que tudo o que nós fazemos precisa ser certo (Mateus 5:20).

O comportamento individual do cristão no mundo, e da igreja entre os irmãos, é medido, acompanhado, fiscalizado e observado tanto pela própria igreja quanto pelo mundo. Mas não é só isso: cada cristão também é monitorado pelo mundo espiritual. O diabo, o acusador, busca em nós motivos para nos apontar erros. Entretanto, Deus, o nosso Senhor, nos defende, derramando sobre nós a sua graça superabundante (Romanos 5:20,21).

É fundamental que procuremos viver de maneira digna, reta e irrepreensível, para que não sejamos motivo de escândalo, nem para gregos, nem para judeus, nem para a igreja de Deus (1 Coríntios 10:32).

Aquilo que o mundo pratica livremente, se for visto em nós, será usado contra nós para nos acusar de vivermos uma coisa e pregarmos outra. Vigiemos, pois, para que não sejamos considerados indignos de representar o Reino de Deus na terra. Sejamos fiéis a Deus, porque Ele é fiel conosco.

Deus lhe abençoe!

“As leis do mundo não são capazes de determinar o que nos é lícito, porque o mundo jaz no maligno.”** (Anônimo)

ORE: Deus Sábio, o mundo tenta nos atrair com toda sorte de coisas que lhe são lícitas, mas nem sempre nos são convenientes. Dá-nos sabedoria e discernimento para nos portarmos como convém ao teu Reino. Amém.

Problemas de relacionamento

Problemas de relacionamento entre pessoas são uma constante, em qualquer ajuntamento humano. Na igreja não é diferente. Apesar de remidos, ainda somos sujeitos ao pecado, e às falhas comuns a todos os seres humanos. Estamos todos em processo de crescimento espiritual, e no seio da igreja se encontram pessoas com vários níveis de maturidade cristã. Portanto, é inevitável que algum conflito acabe por acontecer (Tiago 3:16).

Não há surpresa no surgimento de conflitos, animosidade, ou mesmo discordâncias entre irmãos. Na Igreja Primitiva já aconteciam problemas de relacionamento. A questão é quando esses problemas perpassam a fronteira do bom-senso, e a igreja fica exposta a interferências de pessoas que não querem o bem do povo de Deus, ou que não têm condições de contribuir para a pacificação da igreja (1 Coríntios 6:6).

Quando nos comportamos de maneira reprovável no relacionamento cristão, nos assemelhamos aos que praticam o mal e não têm a esperança de vida eterna que nós temos. Passamos a ser vistos como falsos cristãos, e o nosso mau testemunho prejudica sensivelmente a pregação do Evangelho (Mateus 18:7).

Deus nos chamou para proclamar a paz, porque o Senhor Jesus Cristo, que nos salvou, e nos redimiu, é o grande Príncipe da Paz.

Deus lhe abençoe!

“Aqueles que dizem que perdoam, mas não podem esquecer, simplesmente enterram a machadinha, deixando o cabo de fora para usá-la da próxima vez” (D. L. Moody).

ORE: Pai de Amor, ensina-nos a viver em paz com os nossos irmãos. Que possamos domar o nosso orgulho e sofrer o agravo, deixando para ti a justiça. Amém.

Roupa suja se lava em casa!

A Carta aos Coríntios, embora escrita há quase dois milênios, permanece incrivelmente atual! É impressionante como essa exortação se parece com os nossos dias. Frequentemente, vemos nas redes sociais e até na televisão disputas entre irmãos da fé que, com sabedoria e humildade, poderiam ser resolvidas de forma pacífica. Infelizmente, as entranhas da igreja têm sido expostas publicamente, em situações que pouco ou nada contribuem para a edificação do Reino de Deus (1 Coríntios 14:26).

Isso não significa que a igreja deva esconder suas falhas ou parecer perfeita. As Escrituras foram transparentes com os erros de seus personagens, e nós também devemos ser. No entanto, quando questões internas poderiam ser solucionadas com diálogo, arrependimento e reconciliação entre irmãos, mas acabam se tornando escândalos públicos, os danos são profundos: famílias são afetadas, reputações destruídas e corações outrora saudáveis acabam feridos de maneira quase irreparável (Mateus 18:15).

A Palavra de Deus nos convida à pacificação. Jesus declarou que os pacificadores são bem-aventurados. Além disso, frutos como a longanimidade, o domínio próprio, a paz, a benignidade e a bondade são evidências claras da atuação do Espírito Santo em nós.

Não sejamos insensatos! Cuidemos dos interesses de Cristo dentro das fronteiras do Seu Reino. Quando vivemos dessa forma, alcançamos a verdadeira vitória.

Deus lhe abençoe!

“Se eu faço parte de um reino eterno, por que iria buscar solução em um reino temporal?” - Aureliano Jr.

ORE: Deus Justo, ensina-nos a resolver nossas pendências concernentes ao teu Reino entre nossos irmãos. Amém.