Cristo manifestado em nós

As adversidades pelas quais os filhos de Deus atravessam enquanto estão aqui na terra são marcas da cruz de Cristo Jesus. Não devemos nos angustiar ou permitir que o desânimo nos detenha. Não estamos desamparados; o Senhor Jesus prometeu que estaria conosco todos os dias, até a consumação dos séculos, e tem cumprido fielmente essa promessa. Não seremos destruídos (Mateus 28:20).

Entretanto, não podemos nos iludir com a falsa ideia propagada por um triunfalismo inconsequente, que defende que não existe sofrimento na prática cristã. Existe, sim, a possibilidade de passarmos por tribulações e enfrentar situações adversas que nos deixem perplexos. Inimigos do Evangelho podem se levantar contra nós e nos perseguir, e circunstâncias de grande tensão espiritual podem nos deixar abatidos (Eclesiastes 9:2).

Mas todas essas experiências, se acontecerem, serão motivo de regozijo, porque contribuem para formar em nós soldados valentes e perseverantes, capazes de enfrentar qualquer desafio, aguardando firmes a bem-aventurada esperança da vida eterna em Cristo Jesus (Romanos 8:18). Somos cidadãos do Reino de Cristo. Ainda não se manifestou o que havemos de ser, mas a vida que vivemos, pela fé, não se compara à glória que nos será revelada quando Cristo retornar para buscar a sua igreja. Por isso, permaneçamos firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que nosso esforço não é vão em Cristo.

Deus lhe abençoe!

“Cristo manifesta em nós o seu sacrifício na cruz, para que, na eternidade, ele manifeste em nós o seu Reino em glória” (Aureliano Jr.).

ORE: Pai, derrame sobre nós a tua graça, dando-nos discernimento para entender que todas as lutas que enfrentamos aqui são nossa participação na cruz de Cristo. Amém.

O tema da nossa pregação

Não devemos ceder à tentação de pregar a nós mesmos, ocupando o tempo de adoração, louvor e culto para autopromoção, para falar de nossas conquistas ou atributos. Que nunca sejamos seduzidos a usar as oportunidades de falar de Cristo Jesus para exibir os dons que se manifestam em nós ou os talentos que a graça de Deus permitiu operar em nossa vida. Somos apenas vasos de barro; o que guardamos dentro de nós tem dono, e não temos direito de usar como se fosse nosso (2 Coríntios 5:10).

Servir a Deus é um exercício de renúncia e humildade pessoal. Deus não deseja nos humilhar, mas espera que espontaneamente nos humilhemos diante dele, confiando que, no tempo certo, Ele nos exaltará. Se Ele entender que a exaltação não deve chegar até nós, será para o nosso bem. E, na eternidade, Ele nos recompensará se permanecermos firmes, refletindo Sua glória através da fidelidade a Ele (Apocalipse 22:12).

Vivamos de modo a cultivar a humildade em nosso caráter. Sejamos cuidadosos conosco mesmos, não permitindo que soberba e jactância tomem conta do nosso coração. Guardemos com zelo o tesouro que está escondido em nosso vaso de barro, porque ele não nos pertence. No Dia do Senhor, prestaremos contas dos dons, talentos, habilidades e capacidades que Ele nos concedeu.

Deus lhe abençoe!

“Não é inteligente guardar riquezas em baú de ouro; roubarão o baú, levarão as riquezas. Tesouros devem ser guardados em vasos de barro: sem aparência, só o dono da riqueza saberá o que se guarda ali” (Aureliano Jr.).

ORE: Senhor, sabemos que nada somos e nada merecemos. O que de bom em nós está guardado, Te pertence, por isso a glória é somente Tua. Somos apenas barro em Tuas mãos. Amém.

Transformados de glória em glória

O processo de transformação de uma velha criatura em uma nova criatura, de um homem antigo em um homem interior, não é simples para quem a ele se submete. Semelhante a uma escultura entalhada em madeira, muitos são os cortes e feridas até que o artista alcance a forma desejada. Como o barro nas mãos do oleiro, que é amassado e, por vezes, quebrado ao passar pelo forno, a transformação caminha paralelamente ao processo de libertação, de modo que, à medida que somos libertos das características do velho homem, vamos sendo moldados no homem interior.

A salvação não pressupõe uma reforma superficial; o salvo é de fato transformado, recebendo uma nova forma em Cristo Jesus (Romanos 12:2). Isso não ocorre como um passe de mágica, mas é resultado de um processo que inclui ensino, renúncia, provação e mudança de caráter. Tudo o que remete ao velho homem precisa ser eliminado para que o homem interior seja evidenciado por meio do novo comportamento (2 Coríntios 5:17).

Essa transformação revela gradualmente a glória de Deus na pessoa, à medida que ela cresce na graça e no conhecimento de Cristo Jesus. Tornamo-nos sal da terra e luz do mundo, e a glória de Deus resplandece em nós através do nosso bom testemunho. Semelhantes a um espelho, refletimos Cristo em nossa vida, e de glória em glória vamos sendo enchidos pelo Espírito Santo, santificados pela Palavra e vivificados por Deus (2 Pedro 3:18).

Embora pareça simples à primeira vista, o processo requer sacrifício, renúncia e disciplina interior. Somos chamados a resplandecer a glória de Deus em todas as áreas da nossa vida, deixando que Ele nos transforme cada vez mais à Sua imagem.

Deus lhe abençoe!

“Cada vez que você faz uma opção está transformando sua essência em alguma coisa um pouco diferente do que era antes” (Clive Staples Lewis).

ORE: Pai, transforma-nos naquilo que Tu queres que sejamos. Condiciona nossa vontade à Tua, para que vivamos conforme o Teu querer. Amém.