Sabedoria concedida por Deus

A maneira como as Escrituras descrevem a sabedoria de Salomão revela o quanto ele foi um homem extraordinário para o seu tempo. Seu governo foi admirado por todas as nações ao redor, tornando-se referência de inteligência, discernimento e prudência. Nenhum outro homem, antes ou depois dele, foi comparado em sabedoria, exceto o próprio Deus (2 Crônicas 9:1-8).

Essa sabedoria, porém, não nasceu do esforço humano nem de longos anos de estudo. Era um dom divino. Salomão pediu a Deus sabedoria, e o Senhor concedeu-lhe sem medida, um entendimento tão vasto quanto a areia do mar. Sua capacidade de julgar, governar e liderar o povo não era apenas fruto de uma mente brilhante, mas de um coração dependente de Deus (Tiago 1:5).

Essa história nos ensina algo precioso: Deus continua disposto a conceder sabedoria àqueles que pedem com sinceridade e humildade. Ele deseja nos capacitar para viver com discernimento, tomar decisões justas e glorificá-Lo em tudo o que fazemos. A sabedoria divina é um presente, não uma conquista. E quanto mais reconhecemos nossa limitação, mais espaço damos para que Deus derrame sobre nós a Sua sabedoria (Efésios 3:20).

Deus lhe abençoe!

“Só depois que nos tornamos humildes e ensináveis, boquiabertos com a santidade e a soberania de Deus, reconhecendo nossa própria pequenez, desconfiando de nossos pensamentos e dispondo-nos a permitir que nossa mente seja completamente transformada, é que a sabedoria divina se torna nossa.” (James Innell Packer)

ORE: Deus Sábio, concede-nos da Tua sabedoria, para que saibamos viver como convém a Ti, tomando decisões que Te honrem e realizando sempre a Tua vontade. Amém.

Fidelidade manchada

Salomão nasceu de uma circunstância marcada pelo pecado. Ele foi gerado a partir do relacionamento de Davi com a viúva de Urias, um relacionamento que começou em adultério e culminou na morte trágica daquele que fora um dos valentes de Davi. Após a morte de Urias, Davi tomou para si Bate-Seba como esposa, e dessa união nasceu Salomão, a quem Deus escolheu para sucedê-lo (2 Samuel 12:14-24).

A intensidade da graça de Deus se revela justamente nessa escolha. O Senhor não olhou para as circunstâncias do passado, mas amou Salomão e o separou para Si, concedendo-lhe uma sabedoria sem igual entre os homens. Durante o seu governo, Israel viveu um tempo de paz e prosperidade como nunca antes na Antiga Aliança. De fato, Deus estava com Salomão de maneira poderosa (2 Crônicas 1:1).

Entretanto, apesar de amar o Senhor e procurar seguir os conselhos de seu pai, Salomão não foi plenamente fiel à Lei de Deus. Ele permitiu que a idolatria se espalhasse entre o povo, e isso desagradou profundamente ao Senhor.

Com o passar do tempo, Salomão deixou-se influenciar por suas muitas esposas e concubinas, que o conduziram a permitir cultos a deuses estrangeiros. Sua sabedoria não o impediu de cair no erro de tentar agradar ao povo em detrimento da vontade de Deus, e essa escolha levou Israel a se desviar dos caminhos do Senhor (1 Reis 11:1-8).

Essa história traz uma lição valiosa: para Deus, uma fidelidade parcial não é fidelidade. Assim como um reservatório de água pura se torna impróprio se contaminado por algumas gotas de veneno, também o coração dividido se torna impuro diante de Deus.

O Senhor é cheio de misericórdia, amor e graça, mas também é justo e exige fidelidade completa. Que sejamos íntegros diante dEle em todas as áreas da nossa vida, para que o agrademos e continuemos a desfrutar do Seu cuidado. A fidelidade manchada, para Deus, é tão grave quanto a infidelidade total.

“A fidelidade parcial não passa de uma infidelidade maquiada.” — Anônimo

Deus lhe abençoe!

ORE: Deus Fiel, ajuda-nos a ser constantes em nossa obediência. Que o nosso coração permaneça puro diante de Ti. Amém.

Lembrar de agradecer

A história de Ana é inspiradora. Ela narra o sofrimento de uma mulher amada por seu marido, mas desprezada por sua rival. Ana era estéril, enquanto Penina, sua rival, era fértil e já tinha filhos (1 Samuel 1:2).

Num contexto cultural em que a maternidade era vista como sinal de bênção, a esterilidade trazia grande dor e vergonha. Ana, então, fez um voto ao Senhor, e Deus ouviu sua oração, curando-a e concedendo-lhe um filho. No tempo certo, ela cumpriu o que prometera: entregou o menino para o serviço do Senhor. Seu nome era Samuel, o último dos juízes e o primeiro profeta reconhecido por todo Israel, usado por Deus para conduzir o povo na transição de uma nação tribal para um reino organizado (1 Samuel 3:1).

Ana não se esqueceu do que Deus havia feito por ela. Compôs um belíssimo cântico de gratidão, exaltando o Senhor por Sua bondade. Ela não murmurou por ter que abrir mão da convivência com o filho, nem reclamou por precisar cumprir o voto que fizera. Pelo contrário: adorou a Deus, reconhecendo que Ele é digno de toda glória, louvor e adoração (1 Samuel 1:26-28).

A gratidão é uma virtude nobre. Ser grato é reconhecer o bem recebido, e entender que a graça é um favor imerecido, algo que não poderíamos conquistar por mérito próprio. Agradecer é, portanto, uma forma sublime de retribuir Aquele que nos faz o bem (Colossenses 3:15).

Ser grato a Deus tem um significado profundo, pois só agradece quem reconhece o favor recebido; e só reconhece o favor quem crê que foi agraciado. A gratidão a Deus é, portanto, uma expressão genuína de fé.

Em todo tempo e em qualquer circunstância, sejamos gratos ao Senhor, pois Ele é digno de todo o nosso reconhecimento, e tudo o que faz é sempre para o nosso bem.

“Sentir gratidão e não demonstrá-la é como embrulhar um presente e não o oferecer.” — William Arthur Ward

Deus lhe abençoe!

ORE: Senhor, o nosso coração é grato por tudo o que tens feito. Não queremos jamais esquecer que Tu és o nosso Deus e sustentador. Amém.