Transformados de glória em glória

O processo de transformação de uma velha criatura em uma nova criatura, de um homem antigo em um homem interior, não é simples para quem a ele se submete. Semelhante a uma escultura entalhada em madeira, muitos são os cortes e feridas até que o artista alcance a forma desejada. Como o barro nas mãos do oleiro, que é amassado e, por vezes, quebrado ao passar pelo forno, a transformação caminha paralelamente ao processo de libertação, de modo que, à medida que somos libertos das características do velho homem, vamos sendo moldados no homem interior.

A salvação não pressupõe uma reforma superficial; o salvo é de fato transformado, recebendo uma nova forma em Cristo Jesus (Romanos 12:2). Isso não ocorre como um passe de mágica, mas é resultado de um processo que inclui ensino, renúncia, provação e mudança de caráter. Tudo o que remete ao velho homem precisa ser eliminado para que o homem interior seja evidenciado por meio do novo comportamento (2 Coríntios 5:17).

Essa transformação revela gradualmente a glória de Deus na pessoa, à medida que ela cresce na graça e no conhecimento de Cristo Jesus. Tornamo-nos sal da terra e luz do mundo, e a glória de Deus resplandece em nós através do nosso bom testemunho. Semelhantes a um espelho, refletimos Cristo em nossa vida, e de glória em glória vamos sendo enchidos pelo Espírito Santo, santificados pela Palavra e vivificados por Deus (2 Pedro 3:18).

Embora pareça simples à primeira vista, o processo requer sacrifício, renúncia e disciplina interior. Somos chamados a resplandecer a glória de Deus em todas as áreas da nossa vida, deixando que Ele nos transforme cada vez mais à Sua imagem.

Deus lhe abençoe!

“Cada vez que você faz uma opção está transformando sua essência em alguma coisa um pouco diferente do que era antes” (Clive Staples Lewis).

ORE: Pai, transforma-nos naquilo que Tu queres que sejamos. Condiciona nossa vontade à Tua, para que vivamos conforme o Teu querer. Amém.

Triunfantes em Cristo

A jornada do cristão é marcada por uma vida de vitória. No exercício da fé, muitas vezes impulsionados pela confiança que temos em Deus e na Sua Palavra, somos tomados por arroubos de esperança que nos fazem crer que podemos vencer todas as adversidades. E essa confiança é plenamente fundamentada, pois, como Paulo declara aos Romanos, “somos mais do que vencedores por aquele que nos amou” (Romanos 8:37).

No trecho acima, Paulo nos conduz a uma compreensão ainda mais profunda da guerra espiritual: não apenas vencemos, mas somos triunfantes em Cristo. Apesar de triunfo e vitória serem palavras sinônimas, etimologicamente apresentam nuances diferentes. Vitória, derivada do latim vincere (“dominar”), está mais ligada a um sucesso pessoal ou individual. Triunfo, do latim triumphus (“homenagem a um general vitorioso”), remete ao sucesso nas batalhas e à conquista no contexto de uma guerra. Isso nos leva a perceber que, como crentes, podemos ser mais do que vencedores em nossa vida pessoal, mas como guerreiros do Reino de Deus, somos triunfantes em Cristo Jesus (1 Coríntios 15:57).

O triunfo de Cristo é o nosso triunfo. Sua vitória sobre o mundo, sobre o sistema que se levanta contra nós, e sobre todas as forças que se opõem aos filhos de Deus, torna-nos mais do que triunfantes. É um chamado para vivermos com coragem e confiança, sabendo que nossa vitória e nosso triunfo estão assegurados nEle. Por isso, mesmo diante das dificuldades e dos desafios, podemos permanecer firmes, certos de que em Cristo somos vencedores e triunfantes, refletindo o Seu poder e Sua glória (João 16:33).

Deus lhe abençoe!

“Uma vida cristã vitoriosa não é uma qualidade superior de cristianismo reservada para a elite dos eleitos. É a vida cristã normal para todos os cristãos” (Ronald Dunn).

ORE: Deus Poderoso, Tu nos tens feito triunfantes por meio de Cristo Jesus. Dá-nos discernimento, para que vivamos de maneira vitoriosa em todas as áreas da nossa vida. Amém.

O perdão e a vitória sobre o mal

A prática do perdão tem como testemunha o próprio Cristo Jesus. Quando se manifesta o perdão entre pessoas, ele é o primeiro a atestar, assim como um tabelião no cartório: certifica, autentica e dá fé daquele ato de reconciliação no céu e na terra (Mateus 16:19).

Não há momento mais poderoso para a Igreja e o Reino de Deus do que quando o perdão é ministrado. Comunidades cristãs valorizam diferentes experiências: estudos bíblicos, manifestações dos dons espirituais, momentos de louvor. Tudo isso é válido quando feito para a glória de Deus. Mas nada se compara ao encontro entre um pecador arrependido e Deus, ou entre um irmão que ofendeu e outro que libera o perdão. Nesses momentos, o inferno é abalado, correntes espirituais são quebradas, algemas rompidas e prisões espirituais abertas (Mateus 6:14).

Quem não perdoa é vencido por Satanás, sucumbe aos seus ardis e se torna escravo do próprio rancor, adoecendo pela mágoa. Negar perdão, mesmo tendo experimentado o perdão de Deus pelo sacrifício de Cristo, é rejeitar a vida que Ele nos concede (Mateus 6:15).

Liberar o perdão não é apenas um ato de nobreza; é a confirmação de que o Espírito Santo habita em nós e que vivemos a vida de Deus, que nos perdoou e nos acolheu como filhos.

Deus lhe abençoe!

“O perdão aplicado a alguém que nos ofende é a forma mais elegante de envergonhar satanás” (Aureliano Jr.).

ORE: Deus Perdoador, reconhecemos que, se não fosse o teu perdão, estaríamos irremediavelmente perdidos. Ajuda-nos a ser perdoadores, assim como tu és. Amém.