Benevolência, sinal da graça de Deus em nós

Davi tinha um coração benevolente. Isso não era mérito humano, pois ele também era sanguinário quando se tratava dos inimigos do povo de Deus. O modo como reagiu à morte de Saul e Jônatas, rasgando suas vestes e lamentando profundamente, demonstrou que não guardava rancor do antigo rei (2 Samuel 1:11,12).

Davi nunca deixou de honrar Saul como rei. Mesmo quando Saul, transtornado em seu espírito, iniciou uma dura perseguição contra ele, Davi não se insurgiu contra o rei nem tentou usurpar seu governo. Isso não vinha apenas do caráter de Davi, embora fosse firme e valente como guerreiro, mas da ação de Deus em seu coração, formando nele um rei segundo o Seu próprio coração (1 Samuel 13:14).

Não satisfeito em apenas honrar a memória de Saul como rei e de Jônatas, seu amigo, Davi buscou informações sobre os descendentes de Saul. Descobriu Mefibosete, deficiente nos pés e vivendo com dificuldades. Davi o honrou e restituiu-lhe as propriedades que lhe pertenciam por herança de Saul. Que belo exemplo de benevolência! Desde então, Mefibosete nunca mais se afastou de Davi, demonstrando o grande apreço que o rei tinha por ele (2 Samuel 9:13).

A benevolência é virtude indispensável para quem serve a Deus. Demonstrar bondade, a capacidade de ser bom, e exercer benignidade, a habilidade de fazer o bem, mesmo com aqueles que se levantam contra nós, são os primeiros passos para praticar a benevolência. Ela é o ânimo e a disposição para fazer o bem a todos, indistintamente. Fazer o bem é fruto do Espírito (Gálatas 5:22).

“A benevolência tem dois irmãos: a empatia e o altruísmo. Quem os pratica demonstra a benignidade, que é fruto do Espírito” (Anônimo).

ORE: Ó Deus bondoso, ensina-nos a ser benevolentes, mesmo com aqueles que nos odeiam. Que possamos manifestar em nós a bondade que existe em Ti. Amém.

Pecado, fraqueza universal dos homens

Davi foi um rei segundo o coração de Deus, escolhido para liderar o Seu povo. Entretanto, ele não era um exemplo de perfeição; era apenas mais um pecador sobre a terra, sujeito aos erros comuns a todos os homens. Apesar de ter sido um grande líder, faltou a Davi a vigilância de um homem de Deus. O pecado que cometeu, tomando para si a mulher de um dos seus homens de confiança, trouxe terríveis consequências para ele e para todo o povo sobre o qual reinava (2 Samuel 12:10-12,9).

O pecado que acometeu Davi pode atingir qualquer pessoa, pois todos pecaram. O segredo para vencer o pecado é a vigilância constante, aliada ao estabelecimento de um relacionamento íntimo com Deus. Não é possível aos seres humanos vencerem o pecado por suas próprias forças. É necessária a intervenção divina, por meio do Espírito Santo, que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. Só assim, convencido por Deus, o homem consegue superar as limitações que o pecado lhe impõe (1 João 2:1).

Esse triste episódio com Davi deve servir de alerta para todos nós. Não somos super-heróis capazes de vencer o pecado por nossas próprias forças. Somos de carne e osso, sujeitos a todas as paixões humanas. Devemos dizer “não” ao pecado, rejeitar o domínio das concupiscências sobre nós e procurar viver de maneira santa, pura e agradável a Deus (1 Tessalonicenses 3:13).

Deus lhe abençoe!

“Não há pecado tão grande que um grande santo não possa nele cair. Não há santo tão grande que não possa cair em um grande pecado” (John Charles Ryle).

ORE: Senhor Deus, livra-nos de sermos dominados pelos pecados alimentados pela vil concupiscência. Amém.

Seja homem!

Davi reinou quarenta anos em Israel e foi fiel a Deus. Cometeu erros e pecados, mas foi corajoso e nunca fugiu das responsabilidades de seu reinado. É amado pelos judeus e lembrado como homem segundo o coração de Deus. O propósito de Deus para Davi não se limitou ao seu reinado: ele foi precursor de uma linhagem real que culminou no nascimento do Messias.

Toda a vida de Davi foi dedicada a Deus. Apesar de seus pecados, era humilde e reconhecia sua pequenez diante do Deus Todo-Poderoso, bem como sua natureza pecaminosa diante do Deus infinitamente misericordioso. Davi foi um grande estadista, mas também um servo humilde de Deus (Salmos 40:17).

Ao chegar à velhice e perceber que sua morte se aproximava, chamou seu filho Salomão e o encorajou, dizendo: “Esforça-te, pois, e sê homem”. Essa foi a senha para mostrar a Salomão que a vida de um grande líder é marcada por grandes desafios (Eclesiastes 9:2,3).

Salomão teve um governo pacífico e próspero. Recebeu de Deus sabedoria e inteligência para governar, edificou o templo em Jerusalém e estabeleceu fronteiras firmes para Israel. Entretanto, deixou-se levar pelo mal, sendo permissivo com o erro e a idolatria. O final de seu reinado foi penoso. Assim como Davi, Salomão passou à história como um grande rei, mas com pecados que poderia ter evitado (1 Reis 11:1-8).

O “sê homem!” proferido por Davi significa ter caráter e ser fiel a Deus. Essa poderosa interjeição também serve para cada um de nós que se propõe a servir ao Senhor.

Deus lhe abençoe!

“Corajoso é o homem que teme o que deve temer e não teme o que não deve temer” (Maurício Góis)

ORE: Oh Deus, dá-nos a coragem necessária para seguir em frente, mesmo em um mundo hostil à Tua Palavra e resistente ao Evangelho de Cristo Jesus. Amém.