Quem suportaria isso por amor a Cristo?

Paulo, em resposta aos questionamentos surgidos entre os cristãos de Corinto sobre o seu ministério, apresenta um resumo impressionante de tudo o que sofria por amor a Cristo. Ele, que sempre demonstrou equilíbrio emocional e espiritual, chega a confessar que quase lhe faltava o juízo ao tratar desse assunto, tamanha era a dor por ser questionado pelos irmãos (2 Coríntios 11:17,23). Para Paulo, o questionamento do seu ministério, considerando todo o sofrimento que enfrentava para edificar as igrejas e alcançar vidas, parecia um ato de profunda ingratidão por parte daqueles que haviam sido abençoados pelo seu esforço (2 Coríntios 11:5).

A indignação de Paulo não era por si mesmo, mas por Cristo Jesus, quem lhe dava forças para continuar e livrava-o de todo mal para que cumprisse a vontade de Deus (2 Coríntios 11:10). Essa indignação nos faz refletir sobre a dor que muitos servos fiéis de Deus sentem quando seus esforços pelo Reino não são reconhecidos. Mas também nos desafia: quem de nós suportaria tantas provações por amor a Cristo? Até que ponto estamos dispostos a ir para defender o Nome de Jesus e a fé que nos foi confiada (Romanos 8:35)?

Que possamos permanecer firmes, sempre prontos para enfrentar os desafios que surgirem pelo Reino de Deus, com coragem e perseverança, sabendo que o sofrimento segundo a vontade divina sempre conduz à glória.

Deus lhe abençoe!

“O Calvário é a grande prova que Deus dá de que o sofrimento segundo a vontade divina sempre conduz à glória.” (Warren Wiersbe)

ORE: Senhor, dá-nos graça para enfrentarmos os sofrimentos inerentes ao nosso compromisso de ser testemunhas fiéis. Amém.

Cuidado com os disfarces!

A história da queda humana nos traz um ensino muito importante: Satanás, a antiga serpente, é habilidoso na mentira e na sedução. Ele despertou em Eva desejos que a levaram ao pecado, mostrando que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e desejável para alcançar entendimento: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (Gênesis 3:6; 1 João 2:16). Esse mesmo modelo de engano continua até hoje, mas agora Satanás não usa mais o disfarce de serpente; ele treina seus asseclas, lobos enganadores que perambulam entre o povo de Deus em pele de cordeiros. Com palavras persuasivas, exercitando a arte do engano e da mentira, eles confundem os incautos e provocam confusão entre os fiéis (2 Timóteo 3:1-9).

Muitos neófitos, que ainda não se aprofundaram na Verdade de Deus, ficam impressionados com a oratória e o carisma dessas pessoas e se deixam levar. Diferente dos Bereanos, que examinavam cada ensinamento com cuidado, comparando-o com as Escrituras para confirmar a verdade (Atos 17:10-12), muitos aceitam os falsos ensinamentos sem discernimento, abrindo portas para a influência do engano.

Por isso, precisamos cuidar da mente e do coração, não aceitando qualquer ensino sem primeiro confrontá-lo com a Palavra de Deus. Devemos ser vigilantes, firmes na fé e atentos às sutilezas do inimigo, lembrando que ele não suporta a verdade. Assim, permanecemos seguros, evitando sermos enganados por quem se apresenta como servo de Deus, mas não passa de obreiro fraudulento.

Deus lhe abençoe!

“Satanás é um perito em disfarces. Ele ensina suas técnicas àqueles que o servem, mas têm um ponto fraco: são mentirosos e não suportam a Verdade.” (Aureliano Jr.)

ORE: Senhor, guarda a nossa mente e o nosso coração, para que não sejamos enredados pelas vãs sutilezas do engano. Amém.

Importa que Ele cresça, e nós diminuamos

A memorável frase “É necessário que ele cresça e eu diminua”, proferida por João Batista ao perceber que as multidões começavam a seguir Jesus, demonstra a humildade com que o primo do Senhor lidou com a glória que Deus manifestou sobre ele. João nunca buscou ser maior que Jesus, nem se enciumou quando seus próprios seguidores passaram a seguir o Mestre. Ele teve a sabedoria de reconhecer que, não sendo o Cristo, seria errado tentar tomar para si a glória que pertence exclusivamente a Deus (João 3:30).

Paulo compartilhou a mesma perspectiva ao instruir os Coríntios: se nos gloriarmos de algo, que seja apenas no Senhor. Isso significa transferir, diante de todos, a honra e a glória a Deus, que é o único digno de ser exaltado. Essa postura nos protege da vaidade e da soberba de querer receber para nós o que é de Deus (1 Coríntios 10:31).

Na época dos Apóstolos, a igreja enfrentava falsos mestres movidos pela vaidade, que buscavam ser reconhecidos como líderes ou apóstolos, mas eram “nuvens sem água”, levadas por todo vento de doutrina. Essa influência causava inquietação e preocupação nas igrejas, gerando grande incômodo para Paulo e demais apóstolos (Judas 1:12; 2 Pedro 2:17).

Nosso coração deve ser semelhante ao de João Batista: não podemos ceder à tentação de tomar para nós a glória que não nos pertence. Devemos permanecer humildes, glorificando a Deus em tudo que fazemos e permitirmos que Ele cresça em nossas vidas, enquanto nós diminuímos diante dele.

Deus lhe abençoe!

“O homem não pode diminuir a glória de Deus recusando-se a adorá-lo, assim como um louco não pode apagar o sol rabiscando a palavra 'escuridão' na parede de sua cela.” (C. S. Lewis)

ORE: Pai, dá-nos humildade, para que não sejamos tentados a tomar para nós a glória que pertence unicamente a Ti. Amém.