Diversidade no corpo de Cristo

A Igreja é retratada nas Escrituras como um corpo místico, cuja Cabeça, Cristo Jesus, está nos céus, e cujo corpo, nós, os filhos de Deus, unidos em amor, está na terra. A figura do corpo, embora pressuponha unidade, não implica uniformidade. Isso significa que, em Cristo, somos um só; mas, ao mesmo tempo, somos indivíduos com particularidades que Deus usa para cumprir Seus propósitos (Efésios 4:4-7).

Cada um de nós tem sua personalidade, seu caráter e seu temperamento. Quando controlados pelo Espírito Santo, podemos nos tornar instrumentos valiosos nas mãos de Deus para a realização da Sua obra na terra. Alguns são grandes pregadores; outros, exímios ensinadores. Há quem, com bela voz, enfeite os céus com louvores a Deus. Outros socorrem os que sofrem, intercedem constantemente pelo povo de Deus ou atuam anonimamente, realizando grandes obras que nem sempre são vistas pelos olhos humanos (1 Coríntios 7:20).

De fato, o Corpo de Cristo Jesus é diverso! E é nessa diversidade que a glória de Deus se manifesta. A graça divina, descrita por Pedro como multiforme, é a expressão generosa de Deus sobre nós, capacitando-nos com dons e talentos que nos tornam úteis, algo que não seríamos se tentássemos servir com base em nossas próprias forças (1 Pedro 4:10).

É um privilégio fazer parte do Corpo de Cristo!

Deus lhe abençoe!

“Somos corpo, assim, bem ajustados, totalmente ligados, unidos, vivendo em amor.” — Marcos Góes

ORE: Pai querido, pelo teu Espírito Santo temos conhecido a multiformidade da tua graça. Ensina-nos a conviver com nossos irmãos em amor fraternal e unidade espiritual. Amém.

Os dons espirituais

Uma das mais maravilhosas manifestações da graça de Deus sobre a Igreja de Cristo Jesus é a concessão de dons espirituais, que capacitam os filhos de Deus a manifestarem Seu poder de maneira sobrenatural, à medida que o Espírito Santo com eles interage. Essas manifestações sobrenaturais não constituem um tipo de espetáculo nem representam demonstração pessoal de superioridade espiritual de uns sobre os outros. Da mesma forma, os dons não são concedidos para satisfazer caprichos individuais. Eles são expressões genuínas da glória de Deus, destinadas exclusivamente à edificação do Corpo de Cristo (1 Coríntios 12:7).

O exercício dos dons espirituais, quando Deus deseja concedê-los, deve ser praticado com temor e tremor, em reverência profunda. Os cristãos que forem agraciados com o poder de Deus para aplicar esses dons na Igreja devem revestir-se de humildade, prudência, sabedoria e domínio próprio, a fim de não serem tentados a “usar Deus” ao invés de se deixarem usar por Ele.

É maravilhoso testemunhar os milagres do Senhor. É glorioso participar das Suas virtudes eternas. No entanto, como ainda somos suscetíveis ao erro, tudo o que fizermos para Deus deve ser feito com vigilância e zelo, para que a graça d’Ele em nós não se corrompa.

Deus lhe abençoe!

“Considerar que os dons espirituais têm o mero objetivo de adornar e beneficiar a pessoa que os tem seria tão absurdo quanto dizer: ‘Eu acendo o fogo não para esquentar a sala, mas para esquentar a lareira’.” — Abraham Kuyper

ORE: Deus Poderoso, enche-nos do teu Espírito Santo, para que os teus dons se manifestem em nossa vida, visando a edificação da Igreja de Cristo Jesus! Amém.

A importância do autoexame

O cristão deve examinar a si mesmo. Sua consciência é sua juíza de primeira instância, aquela que recebe, de imediato, as acusações que lhe são apontadas. E, diante da identificação do pecado, deve haver arrependimento, seguido de confissão, entrega à regeneração e retorno à direção da vontade de Deus, segundo o modelo de Cristo Jesus (Lamentações 5:21).

O Espírito Santo, que habita em nós, nos auxilia nesse processo de autoexame. Ele nos alerta constantemente quanto aos riscos das tentações que enfrentamos e nos fortalece para resistir às concupiscências. Ainda somos de carne e osso; nossa matéria orgânica está ligada a este mundo, que é contrário às coisas santas. De modo que, embora sejamos sedentos de Deus em espírito, na carne somos inclinados aos prazeres ilícitos, os quais não convêm aos que desejam viver de forma santa e irrepreensível (1 Coríntios 6:12).

Ainda que, no contexto desta advertência, Paulo esteja tratando do comportamento à mesa do Senhor, o princípio aqui exposto é o mesmo que deve reger nossa vigilância pessoal: devemos nos examinar continuamente, para que, pelo Espírito Santo, sejamos corrigidos e aperfeiçoados para o dia de Cristo Jesus e, quando Ele vier, nos encontre vivendo de maneira pura e santa diante dele (Mateus 24:46).

Portanto, vigiemos em todas as áreas da nossa vida, para que, por meio do nosso comportamento e testemunho, possamos refletir Cristo Jesus e revelar ao mundo o milagre operado em nós: a transformação e o novo nascimento (João 1:12,13).

Examinar a nós mesmos é conceder ao Espírito Santo total liberdade para agir sobrenaturalmente em nossa consciência, revelando o caminho da regeneração e do retorno à pureza de Cristo Jesus. Pelo poder da Sua Palavra, Deus nos liberta e santifica (João 8:32; João 17:17).

Deus lhe abençoe!

“Abandonar o pecado é deixá-lo sem nenhum pensamento oculto de voltar para ele.” — William Gurnall

ORE: Pai, dá-nos coragem para enfrentarmos os nossos pecados, até mesmo os ocultos, revelados apenas por meio de um criterioso autoexame. Santifica-nos, Senhor! Amém.