Juntos, porém, separados

A situação da igreja em Corinto era alarmante. Paulo, em sua carta, não economiza palavras: eles estavam se reunindo, mas de forma que mais prejudicava do que edificava. Já não havia comunhão verdadeira, mas um ajuntamento de pessoas descomprometidas com a unidade e o amor fraternal. A igreja estava à beira de se tornar irreconhecível diante do Evangelho de Cristo.

O momento mais sagrado, a Ceia do Senhor, que deveria ser expressão máxima da unidade e do amor, havia se tornado ocasião de egoísmo e desprezo pelo próximo. A mesa que representava o Corpo de Cristo partido e o sangue derramado, passou a ser tratada com indiferença. Os que tinham mais levavam comida e comiam sozinhos; os que não tinham nada, saíam com fome. A comunhão era desfeita pelo individualismo e pela insensibilidade (1 Coríntios 11:25; Judas 1:12).

A Ceia, que deveria ser a “festa de amor”, se tornava um reflexo de corações divididos, despreparados para entender o verdadeiro sentido do Corpo de Cristo. Isso não apenas provocava dissensões internas, mas também escandalizava os de fora. A comunhão dos santos havia se tornado um encontro religioso vazio, sem vida e sem graça.

Essa realidade serve como alerta para nós. A comunhão não é apenas estar junto fisicamente, mas unidos em espírito, em amor, em serviço e em verdade. Deus não se agrada de ajuntamentos cheios de aparência e vazios de compromisso. Ele nos quer como um só corpo, ligados pela paz e pela misericórdia, vivendo de forma digna da vocação que recebemos (Efésios 4:1-3).

Unidade é mais do que estar perto, é viver como um só.

Deus lhe abençoe!

“Aprendemos a voar como pássaros, e a nadar como peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos.” — Martin Luther King Jr.

ORE: Deus de Paz, queremos viver em unidade, suportando nossos irmãos e amando-os ardentemente. Ensina-nos a amar como Tu amas. Amém.

Consciência limpa

Paulo sempre demonstrou preocupação com a consciência humana. Ele trouxe à fé cristã o entendimento de que nossa vida espiritual é exercida na mente (psyché, em grego). Toda interação de Deus com seus filhos acontece por meio da consciência. Mesmo quando a Bíblia fala do “coração”, ela se refere à sede dos pensamentos, memórias e sentimentos, não ao órgão físico (Marcos 12:30).

Paulo sabia que aquilo que provoca culpa em uns pode não afetar outros da mesma forma. Por isso, ele ensina que devemos manter nossa consciência limpa, de acordo com nosso entendimento do certo e errado. Porém, por amor ao próximo, também devemos respeitar a consciência dele, evitando escandalizar ou ferir quem tem uma fé mais sensível (Romanos 14:21).

Precisamos cuidar da nossa consciência para que pensamentos ou ações não se tornem barreiras entre nós e Deus. Quando arrependidos, confessamos nossos pecados, somos libertos da culpa e livres para nos aproximar do Santo dos Santos (Romanos 5:21).

Devemos fugir daquilo que a Palavra condena como pecado. Mas também é necessário evitar tudo aquilo que a nossa própria consciência, iluminada pelo Espírito, aponta como errado (Romanos 14:23).

Deus lhe abençoe!

“A consciência tranquila é o melhor remédio contra insônia.” — Charles Kroponsky

ORE: Deus Santo, ajuda-nos a viver em santidade, irrepreensíveis em tudo, para que a nossa consciência possa estar sempre em paz. Amém.

Expurgando o mal da idolatria

Na carta aos coríntios, Paulo é enfático e detalhado em sua advertência contra a idolatria. Ele chega ao ponto mais grave de sua exortação: aqueles que oferecem sacrifícios a ídolos, ou seja, a representações de divindades imaginárias estão, na verdade, oferecendo sacrifícios a demônios. Paulo estabelece uma conexão direta entre idolatria e o mundo espiritual maligno. Isso não significa que o ídolo em si seja um demônio, mas que demônios se aproveitam da ingenuidade das pessoas para enganá-las e escravizá-las espiritualmente.

Paulo é firme ao proibir a participação da igreja em práticas idólatras. Ele deixa claro que não é possível beber do cálice do Senhor e, ao mesmo tempo, do cálice dos demônios. Aqueles que tentam andar entre dois caminhos, servindo a dois senhores, estão iludidos e atraem sobre si a ira de Deus (Êxodo 20:3).

Não podemos relativizar princípios tão sérios e valores que Deus considera sagrados. O que Deus reprova, também deve ser rejeitado por nós. O que ofende o Senhor jamais pode ser fonte de prazer ou aceitação para o Seu povo.

Somos propriedade exclusiva de Deus. Ele cuida de nós com zelo, como a menina dos seus olhos. E, por meio do Espírito Santo, Ele tem ciúmes de nós, não permite que o nosso coração se volte a outro deus, ou a qualquer outro senhor (Tiago 4:5).

Expulsemos toda forma de idolatria do nosso coração e da nossa vida!

Deus lhe abençoe!

“Um ídolo na mente é tão ofensivo a Deus quanto um ídolo na mão.” — A. W. Tozer

ORE: Deus Verdadeiro, guarda-nos da idolatria. Corrige-nos e disciplina-nos se estivermos dando a ídolos — humanos ou imaginários — o lugar que pertence só a ti. Amém.