Livres da Maldição

Antes de qualquer coisa, é importante esclarecer: a Lei de Deus não é instrumento de maldição. As Escrituras são claras ao declarar que a Lei é boa (1 Timóteo 1:8), santa (Romanos 7:12), espiritual (Romanos 7:14) e amável (Salmos 119:97). A Lei, dada por intermédio de Moisés, tinha o propósito de conter os impulsos primitivos do povo no deserto, herdados dos longos anos de escravidão sob a influência de um império idólatra.

O problema da Lei, em relação ao ser humano, é que o pecado, que habita em nós, nos torna incapazes de cumpri-la plenamente. Mesmo quando o homem tenta obedecê-la, o faz de forma imperfeita, transformando a bênção em maldição (Romanos 7:8). O que é bom, quando mal utilizado, pode se tornar nocivo. É como alguém que recebe um faqueiro, um presente útil, mas o usa como arma contra si ou contra o próximo.

A Lei, portanto, revelou o mal que existe no ser humano. E ao invés de promover salvação, expos a incapacidade humana de agradar a Deus por meio de obras. Isso fez com que até mesmo a obediência parcial fosse rejeitada, pois Deus requer perfeição, algo que só Cristo pôde cumprir.

Mas há uma boa notícia: em Cristo Jesus, somos resgatados da maldição da Lei, porque Ele se fez maldição por nós (Gálatas 3:13,14). Por meio d’Ele, recebemos o Espírito Santo, e, habitados pela graça, tornamo-nos aceitáveis ao Pai. Vivemos, então, não mais por obras, mas pela fé, o único caminho que realmente agrada a Deus (Hebreus 11:6).

Em Cristo, pela graça, somos livres da maldição!

Deus lhe abençoe!

“Uma coisa bendita não pode ser objeto da nossa maldição, a menos que não a cumpramos como deveria ser cumprida.” (Aureliano Jr.)

ORE: Justo Deus, tu deste a Lei ao teu povo no deserto para que fossem abençoados, mas eles preferiram o caminho da maldição. Guarda-nos de trilhar o mesmo caminho, rejeitando a graça que generosamente nos concedeste. Amém.

Benditos, pela fé!

Por meio da fé, Abraão se tornou o pai de todos os que creem. Ele foi chamado antes da Lei, portanto, pela graça de Deus. A Lei foi um instrumento necessário que Deus utilizou para conter a pecaminosidade dos descendentes de Abraão. Mas, embora eficaz para apontar o pecado de Israel, era ineficaz para remover o pecado do mundo. Assim, submetidos à Lei, os descendentes de Abraão passaram a ansiar por Aquele que resolveria o problema do pecado que a própria Lei denunciava (Isaías 9:1-6).

É curioso notar que a Lei precisou ser imposta àqueles que foram gerados sem ela. Isso prova que pais não justificam filhos, nem filhos justificam pais, pois Deus é o único justificador de todos. Abraão foi justificado sem Lei, e, pela fé, foi considerado amigo de Deus. Já seus descendentes foram denunciados pela Lei, necessitando de um Justificador que os livrasse da condenação imposta por sua natureza pecaminosa (Isaías 53:1-5).

Abraão, o amigo de Deus, o pai da fé, tornou-se bendito entre os homens, pai de uma grande nação segundo o sangue, e de todas as nações segundo a fé. Assim, todos os que vivem pela fé em Cristo Jesus tornaram-se descendentes da fé de Abraão, e justos perante Deus. Somos filhos de Abraão segundo a fé, e justificados por Deus em Cristo Jesus. Oh, insondável e glorioso mistério, que emerge da alma, aquece o coração e ilumina o entendimento! (Romanos 11:33-36)

Somos salvos pela fé! Somos justificados pela fé! Somos santos pela fé! Somos filhos pela fé! Glória, poder e majestade àquele que, por meio do seu Filho, nos salvou!

Deus lhe abençoe!

“A fé baseia-se tanto no entendimento quanto na vontade. Ela não só tem olhos para ver a Cristo, como também asas para voar até ele.” (Thomas Watson)

ORE: Deus Bendito, tu também nos tornaste benditos pela fé que, pelo teu Espírito Santo, promoveste em nós. Graças te damos por isso! Amém.

Crucificado com Cristo

A nossa interação com o Senhor Jesus é sobrenatural, impossível de ser plenamente compreendida pela mente limitada e pela inteligência finita do ser humano. Ela começou na eternidade, quando Deus, por sua presciência, anteviu a queda da humanidade e, desde a fundação do mundo, proveu o meio para estender aos pecadores a sua misericórdia, alcançando-os com sua graça e salvando-os por amor. Ele permitiu que seu Filho Jesus viesse ao mundo como homem, para morrer a morte dos homens, pagando o preço do pecado que endividou toda a humanidade (João 3:15,16).

O sacrifício de Cristo na cruz foi plenamente eficaz e definitivo, sendo capaz de salvar todas as pessoas. Todavia, sua eficácia não se dá de forma automática ou sem a participação humana. É necessário que cada um dê ouvidos à Palavra de Deus, seja convencido pelo Espírito Santo, reconheça sua condição de pecador, se arrependa de sua natureza pecaminosa, confesse Cristo Jesus como Salvador e Senhor, converta a direção da sua vida a Cristo, seja liberto e santificado pela Palavra, passe pelo processo de regeneração, experimente o novo nascimento, torne-se nova criatura, seja submetido à santificação e viva em santidade (Hebreus 3:2).

Quantas maravilhosas camadas espirituais nos envolvem ao sermos transformados em filhos de Deus! Mas, apesar de sublimes, essas camadas também são dolorosas: carregamos um fardo, assumimos um jugo, levamos uma cruz e trazemos em nosso corpo as marcas de Cristo Jesus (Gálatas 6:17).

Estamos, portanto, crucificados com Cristo!

Deus lhe abençoe!

“Eu cri no Jesus que morreu. Eu me entreguei ao Cristo que ressuscitou. Eu faço parte do Corpo de Cristo Jesus, que vive e reina para sempre. Pela fé, eu também estava lá, pregado naquela cruz, pesando o corpo do meu Senhor com os meus muitos pecados.” (Aureliano Jr.)

ORE: Senhor Deus, sabemos que recebemos do Senhor Jesus uma cruz para carregar. Dá-nos graça para levá-la até o fim. Amém.