1 Agora escutem! O Senhor não é nenhum ser fraco que não possa salvar-nos; nem tão-pouco se está a tornar surdo! Ele ouve perfeitamente quando clamam a ele!
2 Mas o problema é que os vossos pecados vos separam de Deus. Por causa do pecado ele virou-vos a cara e já não vos ouve mais.
3 Porque as vossas mãos são as de assassinos; os vossos dedos estão sujos de pecado. Mentem, refilam, recusam o que é recto.
4 Ninguém se preocupa em ser honesto e verdadeiro; os vossos processos judiciais baseiam-se sempre na mentira; passam todo o tempo conspirando e armando ciladas.
5 Gastam o tempo e energias arquitecturando planos maldosos que acabam na concretização de assassínios.
6 Enganam e falseiam toda a gente. Tudo o que fazem é cheio de pecado; a violência é aquilo que vos marca.
7 Os vossos pés correm para a maldade, precipitam-se para o assassínio; os vossos pensamentos são de pecado, e para onde quer que forem deixam atrás um rasto de miséria e de morte. Ignoram o que seja a verdadeira paz, nem o que quer dizer ser bom e ser justo; fazem continuamente o que é mau, e os que vos seguem não poderão experimentar alguma paz.
9 É por causa de todo esse mal que não nos é feita justiça, e que a rectidão não nos alcança. Esperamos pela luz, e só há trevas: vivemos na escuridão. Andamos às apalpadelas como cegos; tropeçamos em plena luz do dia, como se fosse o lusco-fusco do anoitecer. Somos como mortos entre os vivos.
11 Grunhimos como ursos, gememos como pombas. Esperamos pela justiça, mas em vão. Esperamos por salvação, mas é coisa que está bem longe de nós.
12 Porque os nossos pecados amontoam-se perante o Deus justo e servem de testemunho contra nós. Sim, nós sabemos bem como somos pecadores.
13 Conhecemos a nossa desobediência; rejeitámos o Senhor nosso Deus. Sabemos como somos rebeldes e injustos; é com todo o cuidado que inventamos as nossas mentiras.
14 Os nossos tribunais opõem-se aos justos; não se sabe o que é a honradez. A verdade anda de rastos pelas ruas, e a justiça vive como os marginais, os fora-da-lei.
15 Sim, a verdade foi-se; e todos os que tentam viver mais correctamente são atacados.
16 O Senhor viu todo este mal, e pareceu-lhe muito mal que ninguém tomasse a iniciativa de lutar contra o pecado. Viu que não havia ninguém que se adiantasse e interviesse. Por isso ele próprio avançou para vos salvar por meio do seu grande poder e da sua justiça.
17 Revestiu-se da armadura da justiça, pôs o capacete da salvação; vestiu-se com a roupagem do castigo e da ira divina.
18 Retribuirá aos seus inimigos conforme as suas más acções. A sua cólera atingirá os seus adversários mesmo que se encontrem nas terras mais distantes de além-mar.
19 E por fim hão-de reverenciar e glorificar o nome de Deus, do ocidente ao oriente. Porque ele virá como uma corrente de águas, impulsionado pelo sopro de Jeová.
20 Virá como um redentor para os de Sião que abandonaram os seus pecados.
21 Esta é a aliança que faço com eles, diz o Senhor: O meu Espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, nunca mais as perderás, nem tu nem os teus descendentes, diz o Senhor, agora e para sempre.
1 Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido, agravado, para não poder ouvir. 2 Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus, e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça. 3 Porque as vossas mãos estão contaminadas de sangue, e os vossos dedos, de iniquidade; os vossos lábios falam falsamente, e a vossa língua pronuncia perversidade. 4 Ninguém há que clame pela justiça, nem ninguém que compareça em juízo pela verdade; confiam na vaidade e andam falando mentiras; concebem o trabalho e produzem a iniquidade. 5 Chocam ovos de basilisco e tecem teias de aranha; aquele que comer dos ovos deles morrerá; e, apertando-os, sai deles uma víbora. 6 As suas teias não prestam para vestes, nem se poderão cobrir com as suas obras; as suas obras são obras de iniquidade, e obra de violência há nas suas mãos. 7 Os seus pés correm para o mal e se apressam para derramarem o sangue inocente; os seus pensamentos são pensamentos de iniquidade; destruição e quebrantamento há nas suas estradas. 8 Não conhecem o caminho da paz, nem há juízo nos seus passos; as suas veredas tortuosas, as fizeram para si mesmos; todo aquele que anda por elas não tem conhecimento da paz.
9 Por isso, o juízo está longe de nós, e a justiça não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que só há trevas; pelo resplendor, mas andamos em escuridão. 10 Apalpamos as paredes como cegos; sim, como os que não têm olhos, andamos apalpando; tropeçamos ao meio-dia como nas trevas e nos lugares escuros somos como mortos. 11 Todos nós bramamos como ursos e continuamente gememos como pombas; esperamos o juízo, e ele não aparece; pela salvação, e ela está longe de nós. 12 Porque as nossas transgressões se multiplicaram perante ti, e os nossos pecados testificam contra nós; porque as nossas transgressões estão conosco, e conhecemos as nossas iniquidades; 13 como o prevaricar, e o mentir contra o Senhor, e o retirarmo-nos do nosso Deus, e o falar de opressão e rebelião, e o conceber e expectorar do coração palavras de falsidade. 14 Pelo que o juízo se tornou atrás, e a justiça se pôs longe, porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a equidade não pode entrar. 15 Sim, a verdade desfalece, e quem se desvia do mal arrisca-se a ser despojado; e o Senhor o viu, e foi mal aos seus olhos que não houvesse justiça. 16 E viu que ninguém havia e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor; pelo que o seu próprio braço lhe trouxe a salvação, e a sua própria justiça o susteve; 17 porque se revestiu de justiça, como de uma couraça, e pôs o elmo da salvação na sua cabeça, e tomou vestes de vingança por vestidura, e cobriu-se de zelo, como de um manto. 18 Conforme forem as obras deles, assim será a sua retribuição; furor, aos seus adversários, e recompensa, aos seus inimigos; às ilhas dará ele a sua recompensa. 19 Então, temerão o nome do Senhor desde o poente e a sua glória, desde o nascente do sol; vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do Senhor arvorará contra ele a sua bandeira. 20 E virá um Redentor a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor. 21 Quanto a mim, este é o meu concerto com eles, diz o Senhor: o meu Espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se desviarão da tua boca, nem da boca da tua posteridade, nem da boca da posteridade da tua posteridade, diz o Senhor, desde agora e para todo o sempre.