1 Então Josué enviou dois espiões dali onde se encontrava o campo israelita em Sitim, para que passassem o rio e se dessem conta secretamente de qual era a situação no outro lado, especialmente em Jericó. Foi assim que eles vieram ter a uma estalagem dirigida por uma mulher chamada Raabe que era uma meretriz. E resolveram passar ali a noite.
2 No entanto alguém foi informar o rei, governador de Jericó, de que dois israelitas, suspeitos de serem espias, tinham chegado à cidade naquela noite. Imediatamente foi despachado um contingente militar para a casa de Raabe, a fim que esta os entregasse.
3 São espias, explicaram-lhe eles. Foram mandados pelos chefes israelitas para estudarem a melhor forma de nos atacarem.
4 Mas ela tinha-os escondido, e por isso disse ao chefe do destacamento: Os homens estiveram cá durante o dia, mas eu não sabia que eram espias. Deixaram a cidade ao anoitecer quando as portas da cidade estavam a fechar-se e não sei para onde foram. Se se despacharem talvez ainda os apanhem.
6 Mas na realidade ela tinha-os feito subir ao terraço da casa e escondido sob uns fardos de linho que ali estavam a secar. Assim o chefe daquele contingente policial mais os seus homens foram correndo até à beira do vale do Jordão à procura deles, enquanto era dada ordem para que as portas da cidade se mantivessem definitivamente fechadas.
8 Raabe subiu então para falar com os homens antes que se deitassem:
9 Sei muito bem que o vosso Deus já vos deu esta minha terra. Estamos todos com medo de vocês; basta só que o nome de Israel seja mencionado para ficarmos aterrorizados. Ouvimos como o Senhor vos abriu um caminho através do Mar Vermelho quando saíram do Egipto. E sabemos o que fizeram a Siom e a Ogue, os dois reis amorreus, do outro lado do Jordão, e como os destruíram totalmente. Por essa razão não é para admirar que estejamos com muito medo de vocês! Não há já ninguém com ânimo para lutar depois de ouvir coisas destas, porque o vosso Deus é na verdade o Deus supremo no céu e na Terra. E queria pedir-vos agora o seguinte: Jurem-me pelo vosso Deus que quando conquistarem Jericó me deixarão com vida, assim como o meu pai e a minha mãe, meus irmãos e irmãs, mais as famílias deles. Façam-me isso, atendendo à ajuda que vos estou a dar.
14 Os homens estiveram de acordo. Se não nos atraiçoares faremos com que tu e a tua família não sofram dano, prometeram. Proteger-vos-emos, se for preciso dando a nossa própria vida.
15 Seguidamente, visto que a casa dela estava construída sobre a própria muralha da cidade, desceu-os com uma corda, por uma janela.
16 Fujam para as montanhas, aconselhou ela. Escondam-se lá durante três dias até que os homens que andam à vossa procura tenham voltado. Depois então regressem.
17 Mas antes de partirem os dois homens ainda quiseram dizer-lhe o seguinte: Não poderemos ser responsáveis por aquilo que possa vir a acontecer-te se não deixares esta corda, feita de fio vermelho, suspensa da janela, e também se os teus parentes -o teu pai, a tua mãe, irmãos e outros familiares- não estiverem escondidos dentro da casa. No caso de saírem para a rua já não nos responsabilizamos por eles; mas juramos que seja quem for que estiver dentro da casa não será morto nem ferido. E além disso, se nos traires é evidente que o nosso juramento também não nos obrigará a coisa nenhuma.
21 Aceito essas condições, replicou ela. E deixou o fio cor de escarlate pendurado na janela. Os espias dirigiram-se para as montanhas e por lá ficaram três dias, até que aquela gente que tinha ido no seu encalço tivessem voltado para a cidade depois de os terem procurado em vão ao longo do caminho até ao Jordão. Só então os dois espias desceram das montanhas, atravessaram o Jordão e puderam enfim relatar a Josué o que lhes tinha acontecido.
24 O Senhor vai com certeza dar-nos toda esta terra, disseram eles, porque a gente ali morre de medo por nossa causa.
1 E enviou Josué, filho de Num, dois homens desde Sitim a espiar secretamente, dizendo: Andai e observai a terra e a Jericó. Foram, pois, e entraram na casa de uma mulher prostituta, cujo nome era Raabe, e dormiram ali. 2 Então, deu-se notícia ao rei de Jericó, dizendo: Eis que esta noite vieram aqui uns homens dos filhos de Israel para espiar a terra. 3 Pelo que enviou o rei de Jericó a Raabe, dizendo: Tira fora os homens que vieram a ti e entraram na tua casa, porque vieram espiar toda a terra. 4 Porém aquela mulher tomou a ambos aqueles homens, e os escondeu, e disse: É verdade que vieram homens a mim, porém eu não sabia de onde eram. 5 E aconteceu que, havendo-se de fechar a porta, sendo já escuro, aqueles homens saíram; não sei para onde aqueles homens se foram; ide após eles depressa, porque vós os alcançareis. 6 Porém ela os tinha feito subir ao telhado e os tinha escondido entre as canas do linho, que pusera em ordem sobre o telhado. 7 E foram-se aqueles homens após os espias, pelo caminho do Jordão, até aos vaus; e fechou-se a porta, havendo saído os que iam após eles.
8 E, antes que eles dormissem, ela subiu a eles sobre o telhado 9 e disse aos homens: Bem sei que o Senhor vos deu esta terra, e que o pavor de vós caiu sobre nós, e que todos os moradores da terra estão desmaiados diante de vós. 10 Porque temos ouvido que o Senhor secou as águas do mar Vermelho diante de vós, quando saíeis do Egito, e o que fizestes aos dois reis dos amorreus, a Seom e a Ogue, que estavam dalém do Jordão, os quais destruístes. 11 Ouvindo isso, desmaiou o nosso coração, e em ninguém mais há ânimo algum, por causa da vossa presença; porque o Senhor, vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra. 12 Agora, pois, jurai-me, vos peço, pelo Senhor, pois que vos fiz beneficência, que vós também fareis beneficência à casa de meu pai, e dai-me um sinal certo, 13 de que dareis a vida a meu pai e a minha mãe, como também a meus irmãos e a minhas irmãs, com tudo o que têm, e de que livrareis as nossas vidas da morte. 14 Então, aqueles homens responderam-lhe: A nossa vida responderá pela vossa até ao ponto de morrer, se não denunciardes este nosso negócio; e será, pois, que, dando-nos o Senhor esta terra, usaremos contigo de beneficência e de fidelidade. 15 Ela, então, os fez descer por uma corda pela janela, porquanto a sua casa estava sobre o muro da cidade, e ela morava sobre o muro. 16 E disse-lhes: Ide-vos ao monte, para que, porventura, vos não encontrem os perseguidores; e escondei-vos lá três dias, até que voltem os perseguidores, e, depois, ide pelo vosso caminho. 17 E disseram-lhe aqueles homens: Desobrigados seremos deste teu juramento que nos fizeste jurar, 18 se, vindo nós à terra, não atares este cordão de fio de escarlata à janela por onde nos fizeste descer; e se não recolheres em casa contigo a teu pai, e a tua mãe, e a teus irmãos, e a toda a família de teu pai. 19 Será, pois, que qualquer que sair fora da porta da tua casa, o seu sangue será sobre a sua cabeça, e nós seremos sem culpa; mas qualquer que estiver contigo em casa, o seu sangue seja sobre a nossa cabeça, se nele se puser mão. 20 Também, se tu denunciares esse nosso negócio, seremos desobrigados do teu juramento, que nos fizeste jurar. 21 E ela disse: Conforme as vossas palavras, assim seja. Então, os despediu; e eles se foram; e ela atou o cordão de escarlata à janela.
22 Foram-se, pois, e chegaram ao monte, e ficaram ali três dias, até que voltaram os perseguidores; porque os perseguidores os buscaram por todo o caminho, porém não os acharam. 23 Assim, aqueles dois homens voltaram, e desceram do monte, e passaram, e vieram a Josué, filho de Num, e contaram-lhe tudo quanto lhes acontecera; 24 e disseram a Josué: Certamente o Senhor tem dado toda esta terra nas nossas mãos, pois até todos os moradores estão desmaiados diante de nós.