A vida cristã e a consciência

A fé cristã está firmada sobre fundamentos éticos e morais. A Igreja de Cristo herdou essa estrutura que Deus, por meio de Moisés, entregou ao povo de Israel. Jesus foi claro ao afirmar que, se a nossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, não entraremos no Reino dos Céus (Mateus 5:20).

Desde o Pentecostes, quando a Igreja foi inaugurada, temos sido constantemente avaliados pelos padrões de moralidade e ética que nós mesmos proclamamos. Frases como “você não é crente? Por que está agindo assim?” ou “diz que é cristão, mas vive como se não fosse” revelam a grande responsabilidade que carregamos como despenseiros da graça de Deus. Se o nosso testemunho não estiver alinhado com o que pregamos — ou seja, se não vivermos o que anunciamos — seremos reprovados, e muitos rejeitarão a Cristo por causa do nosso mau comportamento (2 Timóteo 2:15).

É indispensável mantermos a consciência limpa. Para isso, devemos viver de forma que o mundo nos enxergue como dignos representantes de Cristo. Isso não nos isenta de sofrer calúnias ou falsas acusações — afinal, foi exatamente o que aconteceu com o próprio Jesus. Ainda assim, Deus sempre levantará alguém que reconheça a nossa integridade, como fez Pilatos ao dizer: “Não vejo crime algum neste homem” (João 19:4).

Somos despenseiros de Deus — responsáveis por cuidar da “despensa” da Sua graça salvadora. Se queremos cooperar com a salvação de outros, precisamos zelar pela nossa boa consciência (1 Timóteo 1:19).

Deus lhe abençoe!

“Desejo conduzir de tal maneira os negócios desta administração que, se no final, ao entregar o poder, eu houver perdido todos os outros amigos na terra, tenha ainda um amigo — e esse amigo seja a minha própria consciência.” (Abraão Lincoln)

ORE: Pai bendito, dá-nos sabedoria para vivermos de maneira vigilante. Que, por meio do nosso bom testemunho, sejamos reconhecidos como verdadeiros ministros de Cristo! Amém.

Uma glória que não vale a pena!

O ser humano, infelizmente, tem a tendência de se apegar de forma exagerada a outras pessoas. É importante dizer que não há problema algum em admirar referências positivas — pessoas cuja vida virtuosa inspira e edifica. Muitos heróis da fé exerceram, e ainda exercem, profunda influência na igreja com seus ensinos, o que é saudável, desde que estejam fundamentados na sã doutrina da Palavra de Deus. Grandes líderes, quando fiéis, formam grandes sucessores, fortalecendo assim a continuidade da obra de Deus (1 Coríntios 3:6).

O problema surge quando essa admiração ultrapassa os limites e se transforma, ainda que de forma sutil, em uma espécie de antropolatria — um culto à personalidade. Sem perceber, pessoas bem intencionadas começam a admirar mais a criatura do que o Criador. Isso prejudica o Reino de Deus e pode causar sérios danos à vida comunitária da igreja de Cristo.

Quando os líderes são sinceros e firmes no caráter, esse tipo de comportamento pode ser corrigido — como Paulo fez com a igreja de Corinto. Porém, quando o líder se deixa levar pelo ego alimentado pela admiração incondicional, pode acabar seduzido pela falsa ideia de que é alguém especial demais, digno de atenção divina exclusiva, criando ao seu redor uma aura de "iluminação superior" (2 Timóteo 4:3).

A glória que os homens atribuem a outros homens é enganosa. Só Deus é digno de receber toda glória. Essa glória humana é sedutora e atrativa, mas inebria os sentimentos e entorpece a consciência. Por isso, devemos amar uns aos outros, sim, mas jamais atribuir glória a quem não a merece. Que toda glorificação seja dada somente ao Deus Vivo, o único verdadeiramente digno dela (Isaías 42:8).

Deus lhe abençoe!

“Nenhuma glória dedicada a homens tem valor. É como pretender se tornar rico acumulando dinheiro falso, ou como querer ser sempre belo usando uma maquiagem efêmera.” (Anônimo).

ORE: Senhor Deus, livra-nos de dedicar a homens pecadores e falhos uma glória que não lhes pertence! A glória pertence somente a ti. Amém.

A fragilidade da sabedoria humana

Um dos problemas que quase destruiu a igreja de Corinto foi a excessiva confiança na capacidade humana. Até Paulo, Pedro e Apolo foram, involuntariamente, vítimas dessa valorização exagerada, que gerava divisões e contendas entre os irmãos — como se os líderes fossem rivais, e não servos do mesmo Senhor. Essa atitude revelava uma quase idolatria daqueles que demonstravam sabedoria em seus ensinos, como se essa sabedoria tivesse origem neles mesmos.

No entanto, tanto Paulo quanto os demais apóstolos não falavam de si mesmos, nem se baseavam em argumentos humanos. Sua pregação era fundamentada na manifestação do Espírito e no poder de Deus (1 Coríntios 2:3-5).

A igreja de Corinto estava espiritualmente enferma. Misturava o conteúdo das mensagens com uma expectativa distorcida de que seus líderes personificavam a verdadeira sabedoria. Assim, dividiam-se em grupos, exaltando seus pregadores preferidos, o que acabava provocando rachaduras no Corpo de Cristo (1 Coríntios 3:4).

Paulo não desprezava a sabedoria, mas fez questão de colocá-la em seu devido lugar. Ele precisou esclarecer que aquilo que ensinava não provinha dele mesmo, mas de Deus. Por isso, enfatizou que sua mensagem não consistia em palavras persuasivas da sabedoria humana, mas na demonstração do Espírito e de poder. Os coríntios estavam se perdendo ao admirar o mensageiro, em vez de reconhecer que a verdadeira sabedoria vinha do Senhor (1 Coríntios 1:23).

A sabedoria humana é limitada, frágil e, muitas vezes, ilusória. Não vale a pena confiar nela. Quem confia apenas no entendimento dos homens, mais cedo ou mais tarde, se decepciona.

Deus lhe abençoe!

“O mais sábio dentre os homens é mero ignorante diante de Deus.” (Anônimo).

ORE: Pai, livra-nos de confiar na sabedoria dos homens. Queremos confiar somente em ti, para que sejamos bem-sucedidos no teu Reino. Amém.