Evitando as contendas

Poucas coisas ferem tanto o Corpo de Cristo quanto as contendas. Neste trecho da carta aos Coríntios, Paulo tratava de um assunto secundário: a maneira como homens e mulheres deveriam usar os cabelos. E, ao abordá-lo, chamou a igreja ao bom senso: “Julgai entre vós mesmos” (1 Coríntios 10:15). Em outras palavras, ele dizia: “Vocês têm maturidade para resolver isso sem brigar”.

Paulo, porém, não ignorava a realidade daquela comunidade. As informações trazidas pela casa de Cloé eram preocupantes, pois havia divisões em diversos assuntos e onde há divisão, há campo fértil para contendas. Por isso, ele alerta com firmeza: ser contencioso não é comportamento cristão, nem é prática da Igreja de Deus (1 Coríntios 1:11).

Não há como andar em comunhão com Deus e, ao mesmo tempo, alimentar contendas dentro da igreja. Se uma comunidade vive em debates constantes e discussões que dividem ao invés de edificar, ela se distancia do propósito divino de unidade. E sem unidade, não há unção nem bênção, como declara o Salmos 133:1.

A Palavra é clara: devemos viver com humildade, mansidão, paciência e amor mútuo, preservando a unidade do Espírito pelo vínculo da paz (Efésios 4:2-6). Afinal, somos um só corpo, temos um só Senhor, uma só fé, um só batismo, e um só Deus e Pai sobre todos.

Que a paz reine entre nós!

Deus lhe abençoe!

“Contender com um irmão é como arrancar-lhe os braços e exigir que continue abraçando.” — Aureliano Jr.

ORE: Senhor Deus, livra-nos das contendas que tiram a paz da Tua igreja. Que sejamos pacificadores e não causadores de divisão. Amém.

Comportamento evangelizador

O bom testemunho evangeliza! Um cristão que valoriza sua reputação, vivendo com honestidade, paz e integridade moral, torna-se uma luz diante dos que ainda estão em trevas. Os filhos de Deus são seus representantes na terra, verdadeiros embaixadores do seu Reino. Isso nos traz uma responsabilidade: viver de forma que o Evangelho se manifeste por meio do nosso comportamento pessoal (Atos 2:47).

Não podemos escolher quais grupos humanos evitaremos escandalizar. É nossa missão manter um testemunho digno de Cristo Jesus em todos os ambientes e contextos da sociedade. Embora essa seja uma tarefa difícil e exaustiva, exige de nós vigilância constante, pois nossa vida deve refletir a glória de Deus (1 Coríntios 10:31).

Nosso papel é buscar viver de maneira que seja agradável a todos. Sabemos que isso nem sempre será possível, pois uma vida santa, muitas vezes, confronta valores do mundo. Ainda assim, somos chamados a viver em paz, com mansidão e misericórdia, suportando ofensas, perdoando, e aguardando a justiça de Deus (1 Timóteo 2:2).

E mesmo quando formos injustamente acusados, devemos agradecer a Deus, pois isso nos torna bem-aventurados. Como Cristo, que foi acusado e não revidou, devemos lançar sobre ele nossas aflições, crendo que ele cuida de nós. Ele se entregou em silêncio para que fôssemos recebidos como cidadãos do Reino dos Céus (Mateus 5:11).

Deus lhe abençoe!

“Suas atitudes falam tão alto que eu não consigo ouvir o que você diz.” — Ralph Waldo Emerson

ORE: Deus, ensina-nos a viver de maneira irrepreensível, para que, pelo nosso testemunho, possamos comunicar Cristo Jesus ao mundo. Amém.

Juntos, porém, separados

A situação da igreja em Corinto era alarmante. Paulo, em sua carta, não economiza palavras: eles estavam se reunindo, mas de forma que mais prejudicava do que edificava. Já não havia comunhão verdadeira, mas um ajuntamento de pessoas descomprometidas com a unidade e o amor fraternal. A igreja estava à beira de se tornar irreconhecível diante do Evangelho de Cristo.

O momento mais sagrado, a Ceia do Senhor, que deveria ser expressão máxima da unidade e do amor, havia se tornado ocasião de egoísmo e desprezo pelo próximo. A mesa que representava o Corpo de Cristo partido e o sangue derramado, passou a ser tratada com indiferença. Os que tinham mais levavam comida e comiam sozinhos; os que não tinham nada, saíam com fome. A comunhão era desfeita pelo individualismo e pela insensibilidade (1 Coríntios 11:25; Judas 1:12).

A Ceia, que deveria ser a “festa de amor”, se tornava um reflexo de corações divididos, despreparados para entender o verdadeiro sentido do Corpo de Cristo. Isso não apenas provocava dissensões internas, mas também escandalizava os de fora. A comunhão dos santos havia se tornado um encontro religioso vazio, sem vida e sem graça.

Essa realidade serve como alerta para nós. A comunhão não é apenas estar junto fisicamente, mas unidos em espírito, em amor, em serviço e em verdade. Deus não se agrada de ajuntamentos cheios de aparência e vazios de compromisso. Ele nos quer como um só corpo, ligados pela paz e pela misericórdia, vivendo de forma digna da vocação que recebemos (Efésios 4:1-3).

Unidade é mais do que estar perto, é viver como um só.

Deus lhe abençoe!

“Aprendemos a voar como pássaros, e a nadar como peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos.” — Martin Luther King Jr.

ORE: Deus de Paz, queremos viver em unidade, suportando nossos irmãos e amando-os ardentemente. Ensina-nos a amar como Tu amas. Amém.