O pleno poder de Cristo sobre todas as coisas

Cristo Jesus é o coroamento de todo o plano de Deus Pai para a Sua criação. Nele se encontram Criador e criatura: como Criador, todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. Como criatura, Ele se submeteu à forma humana, nascendo de mulher e passando por todas as etapas da vida, sujeitando-Se às leis naturais dos homens, exceto no pecado (Hebreus 4:15,16).

Cristo é o grande milagre da criação. Como Deus, Ele sempre existiu com o Pai. Como homem, Ele é o Primogênito de toda a criação e o Primogênito dentre os mortos. Como homem, Ele morreu. Como Deus, ressuscitou dentre os mortos e vive para sempre. Como homem, Cristo Jesus é o Mediador entre Deus e os homens. Como Deus, é o detentor de todo o poder no céu e na terra (Mateus 28:18).

Cristo Jesus é a perfeita imagem de Deus Pai, sendo Deus com Ele, formando uma triunidade divina com o Espírito Santo. Como homem, Ele é plenamente apto a interceder por nós diante de Deus; mas, sendo também Deus, é o Supremo Juiz das nossas causas e julgará os ímpios no fim de todas as coisas (Colossenses 1:15).

Poderíamos escrever indefinidamente sobre essa misteriosa e sobrenatural relação entre a divindade e a humanidade de Cristo Jesus, demonstrando que Ele é único em essência, existência e substância. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida, sendo o único acesso ao Pai pela fé, de modo que, fora d’Ele, ninguém jamais poderá chegar a Deus.

Entretanto, o objetivo deste breve devocional não é esgotar esse que é o maior de todos os temas das Escrituras. O que se deseja é que você, leitor, vá à Palavra e conheça mais profundamente a Cristo.

Deus lhe abençoe!

“Em Sua vida, Cristo é um exemplo que nos mostra como viver; em Sua morte, um sacrifício satisfatório por nossos pecados; em Sua ressurreição, um vencedor; em Sua ascensão, um rei; em Sua intercessão, um sacerdote.” — Martinho Lutero

ORE: Deus, queremos nos submeter em tudo à Tua soberana vontade, para que o poder de Cristo Jesus se manifeste em nós. Amém.

Iluminados

Um dos grandes milagres que Cristo operou em nós, a partir da salvação, foi a iluminação do nosso entendimento, para que compreendêssemos plenamente a esperança da nossa vocação. Essa iluminação não depende de inteligência humana nem de preparo acadêmico; não está condicionada ao nível cultural ou ao cabedal de conhecimento. A pessoa mais simples, destituída de títulos e de cultura, se estiver unida a Cristo Jesus, é capaz de compreender, pela fé, o mistério dessa verdade. Ao mesmo tempo, o mais erudito entre os homens, mesmo com diplomas decorando suas paredes, se não estiver ligado a Cristo, não consegue sequer vislumbrar a beleza dessa luz (Efésios 2:8).

A iluminação que hoje brilha em nós não vem de nós. É dom de Deus. Somos apenas espelhos que refletem essa luz, com o propósito de influenciar o mundo, despertando nos pecadores o desejo de também serem iluminados pela luz do Evangelho de Cristo (Atos 2:47).

Não fomos iluminados por Deus para termos luz própria, como se fôssemos vagalumes espirituais que iluminam apenas o próprio caminho para não se perderem. Fomos iluminados para clarear também o caminho do mundo, a fim de que todos quantos ouvirem falar de Jesus desejem servi-lo em Espírito e em Verdade. Nossa missão é irradiar a glória de Deus de tal maneira que pecadores sejam conduzidos à salvação (Mateus 5:14).

Deus lhe abençoe!

“O sol também não tem luz própria. Ele é apenas um espelho que reflete a luz de Deus.” — Jostein Gaarder

ORE: Deus poderoso, sabemos que não temos luz própria, que antes éramos trevas, e fomos iluminados por Ti. Dá-nos a Tua graça para mantermos essa luz acesa em nós. Amém.

Preservando o Primeiro Amor

A epístola de Paulo aos Efésios, uma das cartas que ele escreveu na prisão, poderia ser facilmente chamada de Epístola do Amor ou Epístola da Unidade. Nela, Paulo tece elogios à fé dos cristãos efésios e ao amor que demonstravam para com os santos. Esse amor cresceu de tal forma que promoveu uma unidade profunda no corpo de Cristo naquela comunidade, inspirando Paulo a encorajá-los na busca da unidade da fé, do pleno conhecimento do Filho de Deus, até que alcançassem a condição de Homem Perfeito, a medida da estatura completa de Cristo (Efésios 4:13).

Nenhuma igreja à qual Paulo escreveu recebeu palavras tão elevadas sobre o relacionamento com Cristo e com os irmãos. O amor manifestado entre os efésios não era meramente humano; era sobrenatural, gerado pelo próprio Deus (1 João 4:19)!

Todavia, assim como Deus nos dá todas as condições para colher frutos, o sol, a água e a terra rica em nutrientes, cabe a nós cultivar e manter viva e produtiva a planta que nos alimenta. Do mesmo modo, o amor sobrenatural que Deus concedeu aos efésios dependia do cultivo deles, mantendo-o vivo e sempre pronto a alimentar a fé uns dos outros. O que se viu no futuro, no entanto, foi que eles se esmeraram no zelo, mas se esqueceram de cultivar o amor não fingido. Por isso, ele foi deixado de lado, resultando em repreensão (Apocalipse 2:4).

Não podemos descuidar do maior bem que recebemos de Deus para preservar a unidade do corpo de Cristo. Amemo-nos uns aos outros, como Cristo nos amou, e assim permaneceremos no primeiro amor (1 Coríntios 13:1,10-13,2-9)!

Deus lhe abençoe!

“Para voltar ao primeiro amor não há método ou técnica; não há tratamento ou terapia. Apenas nos arrependamos e voltemos para Ele.” — Aureliano Jr.

ORE: Deus de amor, livra-nos de sermos absorvidos por um zelo tão excessivo, a ponto de esquecermos do Teu primeiro amor. Amém.