1 Bildade o suita responde a Job:

2 Até quando continuarás dessa forma,a atirar pela boca fora palavras à toa,como se fossem sopradas por um vento impetuoso?

3 Seria Deus capaz de perverter a justiça?

4 Se teus filhos pecaram contra ele, e ele os castigou,

5 e se rogares ao Deus todo-poderoso misericórdia a favor deles- se fores puro e recto, ele ouvirá a tua oração, responder-te-áe abençoar-te-á dando-te um lar feliz.

7 E ainda que tenhas começado com pouco, acabarás na abundância.

8 Debruça-te sobre o passado e verás, consulta os documentos das gerações passadase constatarás o que te digo - nós, em relação a eles, apenas nascemos onteme conhecemos pouquíssimas coisas; os nossos dias aqui na Terra passam como sombras.

10 Mas o conhecimento do passado dar-te-á sabedoria. A experiência dos outros falar-te-á,lembrando que os que se esquecem de Deus não têm esperança.

15 Se está contando com o seu lar para ter segurança,bem enganado ficará.

16 De manhã dá a aparência de ser forte e viril, como um jovem arbusto;

17 os seus ramos estendem-se sobre os caminhos do jardim. As raízes vão à procura da água por entre as pedras.

18 Mas depois de desaparecer, nem sequer se lhe dá pela falta! É esse o seu destino!

19 E outros brotam da terra no seu lugar!

20 No entanto repara: Deus não rejeitará alguem que seja recto; e por outro lado também não estenderá a mão para ajudar malfeitores.

21 Ele acabará por te encher a boca de risos,e os teus lábios, de exclamações de felicidade.

22 Todos quantos te odeiam serão cobertos de vergonha; e o malvado será destruído.

Bildade refuta as palavras de Jó e justifica a Deus

1 Então, respondeu Bildade, o suíta, e disse: 2 Até quando falarás tais coisas, e as razões da tua boca serão qual vento impetuoso? 3 Porventura, perverteria Deus o direito, e perverteria o Todo-Poderoso a justiça? 4 Se teus filhos pecaram contra ele, também ele os lançou na mão da sua transgressão. 5 Mas, se tu de madrugada buscares a Deus e ao Todo-Poderoso pedires misericórdia, 6 se fores puro e reto, certamente, logo despertará por ti e restaurará a morada da tua justiça. 7 O teu princípio, na verdade, terá sido pequeno, mas o teu último estado crescerá em extremo. 8 Porque, eu te peço, pergunta agora às gerações passadas e prepara-te para a inquirição de seus pais. 9 Porque nós somos de ontem e nada sabemos; porquanto nossos dias sobre a terra são como a sombra. 10 Porventura, não te ensinarão eles, e não te falarão, e do seu coração não tirarão razões? 11 Porventura, sobe o junco sem lodo? Ou cresce a espadana sem água? 12 Estando ainda na sua verdura, e ainda não cortada, todavia, antes de qualquer outra erva, se seca. 13 Assim são as veredas de todos quantos se esquecem de Deus; e a esperança do hipócrita perecerá. 14 A sua esperança fica frustrada, e a sua confiança será como a teia de aranha; 15 encostar-se-á à sua casa, e ela não se terá firme; ampará-la-á, e ela não ficará em pé; 16 está sumarento antes que venha o sol, e os seus renovos saem sobre o seu jardim; 17 as suas raízes se entrelaçam junto à fonte; para o pedregal atenta; 18 desaparecendo ele do seu lugar, negá-lo-á este, dizendo: Nunca te vi; 19 eis que este é alegria do seu caminho, e outros brotarão do pó.

20 Eis que Deus não rejeitará ao reto; nem toma pela mão aos malfeitores; 21 até que de riso te encha a boca, e os teus lábios, de louvor. 22 Teus aborrecedores se vestirão de confusão, e a tenda dos ímpios não existirá mais.