3 Elas serão ditas com sabedoria, e serão o fruto de uma meditação feita com inteligência.

4 Direi, em cânticos, a solução de um problema profundo da vida:

5 Não devo ter medo, quando chegam os dias de aflição, mesmo quando rodeado da maldade dos que me querem mal!

6 Aqueles que confiam nas suas riquezas e se gabam de tudo quanto possuem, nenhum deles, de modo algum, pode resgatar o seu próximo do castigo do pecado.

8 Uma alma é algo de valor tão elevado que as fortunas da Terra inteira, juntas,

9 não seriam suficientes para comprar a vida eterna e para livrar da morte.

10 Tanto os sábios como os ricos, os poderosos e orgulhosos, terão de morrer, como toda a gente. E as suas riquezas serão para os outros.

11 Dão às propriedades que possuem, os seus próprios nomes, porque pensam lá para si mesmos, que serão deles e dos seus descendentes para sempre, e que nunca deixarão de morar nelas.

12 Mas essas pessoas, apesar de toda a sua vaidade, terão de morrer, como qualquer ser vivente!

13 Tal é o destino dos que confiam em si mesmos, e dos que confiam nas suas próprias palavras.

14 A morte leva a humanidade toda como um grande rebanho, do qual se alimenta. E depois, ao romper do dia, os rectos os dominarão; pois que a beleza deles acabará quando morrerem, visto que não a podem levar consigo.

15 Mas quanto a mim Deus salvará a minha alma do poder da morte, e me receberá.

16 Portanto, não desanimes quando homens sem Deus enriquecem e alcançam grande prosperidade.

17 Porque quando morrem não levam nada consigo, e o seu bem-estar não os acompanhará.

18 Ainda que em toda a sua vida se tenham tido por felizes, e os outros os aplaudam por todo o bem que souberem fazer-se a si mesmos,

19 contudo terão o fim que teve toda a gente antes deles: a escuridão eterna.

20 Porque o ser humano, mesmo com toda a sua prosperidade, terá de morrer como qualquer ser vivente.

A vaidade dos bens terrestres. Só Deus salva da morte
Salmo para o cantor-mor, entre os filhos de Corá

1 Ouvi isto, vós todos os povos; inclinai os ouvidos, todos os moradores do mundo, 2 quer humildes quer grandes, tanto ricos como pobres. 3 A minha boca falará da sabedoria; e a meditação do meu coração será de entendimento. 4 Inclinarei os meus ouvidos a uma parábola; decifrarei o meu enigma na harpa.

5 Por que temerei eu nos dias maus, quando me cercar a iniquidade dos que me armam ciladas? 6 Aqueles que confiam na sua fazenda e se gloriam na multidão das suas riquezas, 7 nenhum deles, de modo algum, pode remir a seu irmão ou dar a Deus o resgate dele 8 (pois a redenção da sua alma é caríssima, e seus recursos se esgotariam antes); 9 por isso, tampouco viverá para sempre ou deixará de ver a corrupção; 10 porque vê que os sábios morrem, que perecem igualmente o louco e o bruto e deixam a outros os seus bens. 11 O seu pensamento interior é que as suas casas serão perpétuas, e as suas habitações, de geração em geração; dão às suas terras os seus próprios nomes. 12 Todavia, o homem que está em honra não permanece; antes, é como os animais, que perecem.

13 Este caminho deles é a sua loucura; contudo, a sua posteridade aprova as suas palavras. (Selá) 14 Como ovelhas, são enterrados; a morte se alimentará deles; os retos terão domínio sobre eles na manhã; e a sua formosura na sepultura se consumirá, por não ter mais onde more. 15 Mas Deus remirá a minha alma do poder da sepultura, pois me receberá. (Selá)

16 Não temas quando alguém se enriquece, quando a glória da sua casa se engrandece. 17 Porque, quando morrer, nada levará consigo, nem a sua glória o acompanhará. 18 Ainda que na sua vida ele bendisse a sua alma, e os homens o louvem quando faz bem a si mesmo, 19 irá para a geração dos seus pais; eles nunca verão a luz. 20 O homem que está em honra, e não tem entendimento, é semelhante aos animais, que perecem.