1 "Todos somos fracos desde o nascimento;
a nossa vida é curta e muito agitada.
2 O ser humano é como a flor que se abre e logo murcha;
como uma sombra ele passa e desaparece.
3 Nada somos; então por que nos dás atenção?
E quem sou eu para que me leves ao tribunal?
4 O ser humano, que é impuro,
nunca produz nada que seja puro.
5 Tu já marcaste quantos meses e dias cada um vai viver;
isso está resolvido,
e ninguém pode mudar.
6 Para de olhar para nós
e deixa-nos em paz,
até que o nosso dia chegue ao fim,
como chega ao fim o dia de um trabalhador.
7 "Para uma árvore há esperança;
se for cortada, brota de novo
e torna a viver.
8 Mesmo que as suas raízes envelheçam,
e o seu toco morra na terra,
9 basta um pouco de água, e ela brota,
soltando galhos como uma planta nova.
10 Mas, quando alguém morre, está acabado;
depois de entregar a alma, para onde vai?
11 "Como lagoas que secam,
como rios que deixam de correr,
12 assim, enquanto o céu existir,
todos vamos morrer.
Vamos dormir o sono da morte,
para nunca mais levantar.
13 "Ah! Se tu me pusesses no mundo dos mortos
e ali me escondesses até que a tua ira passasse
e então marcasses um prazo para lembrares de mim!
14 Mas será que alguém tornará a viver depois de ter morrido?
Eu, porém, esperarei por melhores tempos,
até que as minhas lutas acabem.
15 Então me chamarás, e eu responderei;
e tu ficarás contente comigo, pois me criaste.
16 Cuidarás para que eu não erre,
em vez de ficares espiando para me veres pecar.
17 Esquecerás os meus pecados
e apagarás os meus erros.
18 "Mas assim como as montanhas vão se desmoronando,
e as rochas saem dos seus lugares;
19 e assim como as águas escavam as pedras,
e as correntezas levam a terra,
assim tu acabas com a esperança do ser humano.
20 Tu o derrotas, ele se vai para sempre,
e mudas a sua aparência quando o despedes deste mundo.
21 Se os seus filhos recebem homenagens, ele não fica sabendo
e, se caem na desgraça, ele não tem notícia.
22 Ele sente apenas as dores do seu próprio corpo
e a agonia do seu espírito."
1 L`homme né de la femme vit peu de jours, et il est rassasié de misères.
2 Comme la fleur, il naît, et on le coupe; il fuit comme l`ombre, sans s`arrêter.
3 Et c`est sur lui que tu as l`oeil ouvert, lui que tu amènes en justice avec toi!
4 Qui peut tirer le pur de l`impur? Personne.
5 Si les jours de l`homme sont comptés, si tu as fixé le nombre de ses mois, si tu as posé un terme qu`il ne doit pas franchir,
6 détourne de lui tes yeux pour qu`il se repose, jusqu`à ce qu`il goûte, comme le mercenaire, la fin de sa journée.
7 Un arbre a de l`espérance: coupé, il peut verdir encore, il ne cessera pas d`avoir des rejetons.
8 Que sa racine ait vieilli dans la terre, que son tronc soit mort dans la poussière,
9 dès qu`il sent l`eau, il reverdit, il pousse des branches comme un jeune plant.
10 Mais l`homme meurt, et il reste étendu; quand il a expiré, où est-il?
11 Les eaux du lac disparaissent, le fleuve tarit et se dessèche:
12 ainsi l`homme se couche et ne se relève plus, il ne se réveillera pas tant que subsistera le ciel, on ne le fera pas sortir de son sommeil.
13 Oh! Si tu voulais me cacher dans le séjour des morts, m`y tenir à couvert jusqu`à ce que ta colère ait passé, me fixer un terme où tu te souviendrais de moi!
14 Si l`homme une fois mort pouvait revivre! Tout le temps de mon service j`attendrais qu`on vînt me relever.
15 Tu m`appellerais alors, et moi je te répondrais; tu languirais après l`ouvrage de tes mains.
16 Mais hélas! Maintenant, tu comptes mes pas, tu as l`oeil ouvert sur mes péchés;
17 mes transgressions sont scellées dans une bourse, et tu mets un enduit sur mes iniquités.
18 La montagne s`écroule et s`efface; le rocher est transporté hors de sa place;
19 les eaux creusent la pierre, leurs flots débordés entraînent la poussière du sol: ainsi tu anéantis l`espérance de l`homme.
20 Tu l`abats sans retour, et il s`en va; tu flétris son visage, et tu le congédies.
21 Que ses enfants soient honorés, il n`en sait rien; qu`ils soient dans l`abaissement, il l`ignore.
22 Sa chair ne sent que ses propres souffrances, son âme ne gémit que sur elle-même.